Livro: A Vaca na Estrada

042 De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Novos lugares, novas amizades

Dakshinkali

Novos lugares, novas amizades. Era agradável conhecer gente. Mas, alguns passeios eu fazia sozinho. Assim, um dia resolvi visitar Dakshinkali a cerca de 20 km de Katmandu. Era onde, durante festivais hinduístas, peregrinos levam galinhas, cabras ou mesmo búfalos para serem sacrificados. Embora não seja o tipo de espetáculo que me agrade, tive curiosidade em conhecer o lugar. Em suma, seguindo a mesma lógica que me levou até a cidade sagrada de Benares, na Índia.
Esse era, ainda mais, em razão das paisagens, um dos mais belos passeios a se fazer nas proximidades de Katmandu,. Em suma, podia-se visitar num bate-e-volta, partindo cedo da capital.

A Vaca na Estrada” – Novos lugares, novas amizades

As cerimônias

Assim, um dia, sabendo que as cerimônias começam muito cedo, peguei coragem e, apesar do frio, acordei de madrugada. Depois de caminhar até perto do Ratna Park, onde ficava a estação de ônibus, tomei uma espécie de mini-van até Dakshinkali. Era um veículo de três rodas, bem detonada, e lotada de nepaleses. Muitos deles, aliás levavam animais para serem sacrificados para a deusa Kali.
Eu era o único estrangeiro ali.A senhora do lado trouxera uma galinha. O galináceo, instlara-se, assim, no meu colo… Depois de rodarmos algum tempo pelo fundo do vale, mergulhados em uma espessa névoa, começamos a subir uma encosta de montanha.

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O Himalaia ensolarado

Repentinamente, como por magia, a neblina foi desaparecendo. Foi, assim substituída por um belo dia claro, ensolarado e de céu de azul intenso. Da janela do micro-bus eu avistava os picos nevados brilhantes da Cordilheira do Himalaia. As nuvens que cobriam o vale estavam agora um tanto abaixo de nós. Lembravam um tapete de espuma de sabão numa tina d’água.

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Um visual privilegiado

Rolávamos devagar pela estradinha cheia de curvas que rodeava o vale. Como pano de fundo, ao lado da estrada eu tinha o fantástico visual das montanhas com seus altos picos. Podia, dessa forma, curtir a cordilheira bem mais de perto, aliás. Eram, iigualmente picos bem mais brancos do que eu conseguia avistar a partir de Katmandu, com o sol se refletindo nas neves. Ao descer em em Dakshinkali passei rapidamente ao lado da fila de nepaleses com seus animais no colo e segui até o templo.

Degola em linha de montagem

Os bichos, galinhas ou cabritos eram degolados um após outro, como numa linha de montagem, em frente à imagem da divindade. Búfalos eram igualmente sacrificados. Animais muito maiores davam pórém, mais trabalho; O sangue era esguichado sobre a figura de Kali. Sabia, por ter lido a respeito, que a carne dos animais era pelo menos consumida. Meno male

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Os banhos públicos em Katmandu

Katmandu tinha suas curiosidade quase medievais. Assim, via constantemente fontes públicas onde os nepaleses se banhavam, homens, mulheres e crianças, geralmente em momentos diferentes do dia. Afin,al a maioria das casas não possuía água encanada. As mulheres nepalesas conseguiam tomar banhos completos enroladas em tecidos, lavando parte por parte do corpo.Com a rara habilidade, porém, de mostrar muito pouco suas intimidades.

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Lavavam também os cabelos negros, longos e bonitos em grandes potes de bronze, em banhos sucessivos, em que a espuma do sabão ia, aos poucos, desaparecendo. Interessante, aliás, porque nenhuma delas usava produtos de beleza nem xampus caros, apenas água fria, quase gelada, e apenas sabão comum.Todas elas, porém, tinham belos cabelos brilhantes.

Novos lugares, novas amizades: a neo-zelandeza Kim

É verdade que aventuras isoladas eram super comuns entre mochileiros. Afinal, Katmandu era uma festa… Porém, muitos acabavam tendo uma namoradinha fixa. Ou seja, amizade, namoro, seja o que for. Em suma algo mais parecido com um “relacionamento”. Enfim, mesmo que fossem apenas durante um ou dois meses. Ou seja, o tempo em que passariam na capital nepalesa até o momento de voltar para seu país de origem.

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Assim, nessas andaças sem rumo por Katmandu acabei conhecendo uma neo-zelandesa loirinha e bem-humorada com quem fiz amizade. Assim passamos primeiro a passear juntos. Depois a namorar e, finalmente, a dividir um mesmo quarto em nosso hotel.
Um dia, saindo de Katmandu em direção a Swayambhunath, vimos no céu uma aura como um arco-íris. Vários estrangeiros com quem conversei observaram o fenômeno.

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Mensagem de Buda?

Não era, entretanto, uma mensagem de Buda, para nenhum de nós, como as deslumbradas do terraço dos filósofos acharam. Em suma, tratava-se simplesmente de um raro o “halo solar”. Em suma, um tipo um tanto incomum de arco-íris. Esse fenômeno pode ocorrer em um dia parcialmente nublado e com nuvens, iluminadas por raios de sol da tarde. Seja como for, foi uma cena rara e linda pairando sobre a stupa do Templo dos Macacos.

Templo dos Macacos

Na realidade Kim e eu, encaramos mais de uma vez a trilha a pé que, de Katamandu, levava ao templo budista. Eu já estivera por lá algumas vezes, mas era um lugar onde eu sempre voltaria. Só me desanimava, porém, encarar aquela escadaria brava que levava até o topo da montanha. Assim, a solução era ir parando, sentar na mureta lateral, parar para tirar foto do templo no alto. Enfim, ir devagar, tomando fôlego…

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Havia uma subida de carro até perto do templo, no alto. Infelizmente, porém a pé, não tinha jeito, tínhamos mesmo que encarar a desanimadora escaderia. Junto dela havia sempre um nepalês fumando displicente seu shiloom entupido de hash. Sempre nos cuprimentava sorridente com um “namasté” apenas murmurado. Respondíamos com a mesma cordialidade:
— Namasté!

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Curtindo o visual vo Vale de Katmandu

Finalmente, no alto, junto da enorme stupa budista, Kim e eu, nos sentávamos na muretinha em torno do santuário. Junto a um abismo, permanecíamos longos minutos em silêncio, aproveitando assim vista privilegiada do vale. No outono os picos que rodeavam o vale já estavam ainda mais nevados e mais lindos. Em razão da distância, todo o vale e as montanhas distantes pareciam azuis. Enfim, uma vista de paz que nos transmitia uma tranqulidade interior.

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Katmandu vista de longe

Os templos em Katmandu, ao longe, destacavam-se, dessa forma, nos céus da cidade do outro lado do rio, parada no tempo. A capital nepalesa parecia assim ter atravessado a idade da Terra, como um museu vivo. Perto de nós, ao redor da stupa, os monges tibetanos, com seus hábitos cor de vinho circulavam, em torno da stupa, fazendo mover seus moinhos de orações e recitando seus mantras.

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