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Pisa

Pisa, na região da Toscana, tem cerca de 85 000 habitantes é uma das cidades italianas que mais atraem visitantes. A cidade desde a época romana já era, aliás, conhecida por seu porto fluvial, um dos mais importantes do Império Romano, no estuário do rio Arno (esse que corta Florença), a apenas quatro quilómetros do mar. Mas, pasmem, esse porto está hoje bem debaixo da estação de trem de San Rossore, no subsolo, e Pisa fica hoje a 17 km do Mediterrâneo! Ou seja, o mar, ao que parece desceu.

Mapa de Pisa para Florença

Descobertas surpreendentes

Aliás, é interessante saber que arqueólogos que faziam escavações no local do antigo porto descobriram cerca de uma trintena de naves, as mais diferentes, de todos os tamanhos. A grande maioria delas muito bem preservadas. Algumas, não se sabe exatamente porque, ainda guardavam mercadorias em seus porões.
Posteriormente, com a queda do Império Romano, Pisa tornou-se uma cidade-estado independente e uma das mais poderosas Repúblicas marinaras italianas, competindo com Veneza, Amalfi e Gênova.

Desde os tempos dos romanos embarcações utilizavam o porto de Pisa na foz do Arno, que corta a cidade

O preço do sucesso

A bem sucedida expansão de Pisa resultou até mesmo na conquista das Ilhas Baleares, longe, junto da costa espanhola. Pisa teve seus tempos dourados entre o século XII e o século XIII. Em suma, nesse tempo, seus navios controlavam e navegavam por todo o Mediterrâneo. Obviamente, porém, esse sucesso só fez aumentar a rivalidade entre Pisa e Gênova, mais ao norte.

Galeras utilizadas no Mediterrâneo

Derrota de Pisa frente a Gênova

A tensão entre as duas potências marítimas em busca de hegemonia na costa ocidental italiana agravou-se até acabarem por se pegar. Assim, na batalha de Meloria em 1284, a esquadra genovesa praticamente aniquilou a pisana. O resultado é que Pisa perdeu para Gênova ilhas como a Córsega e boa parte da Sardenha. Depois disso Pisa não conseguiu mais recuperar seu antigo poderio.

Pisa e o rio Arno

Como ir a Pisa

Trem ou ônibus

É fácil de qualquer cidade italiana de alguma importânia chegar a Pisa de ônibus ou de trem, com ou sem baldeação. Estive em Pisa em umas três oportunidades. Duas vezes cheguei de trem e uma vez de carro, sempre vindo de Florença. Apenas noventa quilómetros separam as duas cidades. O trajeto toma aproximadamente uma hora. Muita gente, aliás, usa Florença como base para visitar as cidades toscanas num bate-e-volta. É fácil e rápido, principalmente se você estiver de carro.

Carro, muito prático na Toscana

As outras atrações de Pisa além da torre

São cidades relativamente pequenas (para nossos padrões) e com um centro histórico que pode ser visitado a pé em algumas horas. No caso de Pisa, entretanto, muitos se limitam a visitar a a Pizza dei Miracoli,ou Piazza del Duomo, como também é conhecida, onde fica a famosa torre inclinada, não pensando que outras atrações merecem igualmente uma olhada. Assim, por isso mesmo, se você vai fazer um bate-e-volta, o melhor é sair cedo de Florença e voltar no final da tarde.

Trens ligam as cidades toscanas entre si e com os grandes centros italianos

Avião: o Aeroporto Galileu Galilei em Pisa

Não há voos diretos do Brasil. Ou seja, quem vem do Brasil vai aterrissar em Milão ou Roma. Desses aeroportos há conexões para o aeroporto Galileo Galilei em Pisa, (também chamado de San Giusto por ficar nesse distrito). O Galileo Galilei é um aeroporto internacional e, portanto, recebe voos não só da Itália, mas também de outros países. Outra opção é descer, seja em Roma, seja em Milão e, dessas cidades, tomar um trem ou ônibus para Pisa. De Roma são umas quatro horas de viagem (370 km) e de Milão umas três, aproximadamente (280 km). Como o aeroporto de Pisa é o mais importante da Toscana, muitos, dessa forma, utilizam Pisa como base para visitar a região. É uma possibilidade. Florença, porém, é muito mais interessante.

O aeroporto Internacional Galileu Galilei recebe passageiros das principais cidades europeias

Hotel em Pisa

Muitos turistas, como já dissemos, visitam Pisa em um bate-e-volta, assim, não dormem por lá. Mas, na alta estação principalmente, muitos turistas instalam-se nos hotéis da cidade. Vamos repetir o que já dissemos antes com relação a cidades nos centros históricos de toda a Europa: essa é a melhor região para procurar hotel. Afinal, é onde ficam as principais atrações e há igualmente mais opções de restaurantes, de cafés, lugar onde comer um panini, etc.

Hotel em Piza, quanto mais perto do centro melhor

E, para quem estiver de carro?

Essa dica não vale, entretanto, para quem estiver de carro. Ou seja, como acontece em todas as antigas cidades italianas, no centro histórico apenas moradores podem circular. Afinal, esses centros históricos não foram feitos para suportar trânsito de veículos. Assim, é mais prudente, se você estiver motorizado, procurar hotel não longe do centro. Alguns, mais afastados alugam bicicletas para os hóspedes irem até o centro. Pisa não tem muito trânsito, é uma cidade tranquila para ciclistas.

Escolha e reserve seu hotel em Pisa

Melhor época

Em qualquer época do ano há muitos turistas em Pisa. Assim, o ano todo desembarcam multidões de turistas dos ônibus de excursão, conduzidos por uma guia de viagem com seu guarda-chuva colorido para que não a percam de vista. Não é grave. Grave mesmo é a alta estação, sobretudo o mês de julho e, ainda mais em agosto, o pico da alta estação, quando tem fila até para subir na torre. A bela praça fica lotada, com um monte de turista disputando espaço até mesmo para a famosa foto fingindo aparar a torre inclinada… Sem falar do calor que pode estar acima dos trinta e cinco graus, mais quente do que o normal, agora que o clima da Terra está mudando. Os meses que mais gostamos são março, abril e maio, na primavera no hemisfério norte, ou setembro, outubro e novembro.

Atrações turísticas em Pisa

Piazza dei Miracoli

As atrações mais procuradas pelos turistas concentram-se na Piazza del Duomo ou também Campo dei Miracoli. Nela se concentram três das principais atrações de Pisa, ou seja, em primeiro lugar a famosa torre inclinada, o Batistero e o Duomo, ou catedral. O conjunto, em um estilo denominado romano-pisano tem uma discreta influência e classificado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.

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Piazza dei Miracoli ou Piazza del Duomo

O Duomo (catedral)

A construção do Duomo de Pisa iniciou-se no século XI, ou seja, na Idade Média. Mas, o templo foi muito ampliado nos séculos seguintes, quando também foi erguido o baptistério e posteriormente a torre sinera, ou campanário. Apesar da Torre ser, para a maioria dos turistas, a principal atração da Piazza dei Miracoli, vale muita a pena visitar o Duomo de Pisa. Sua fachada em estilo predominantemente românico, é de extrema elegância, com portais de bronze e relevos esculpidos em mármore.

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Duomo de Pisa

O interior do Duomo de Pisa

Não se pode deixar de conhecer também o interior do Duomo, ou catedral. Em primeiro lugar repare no teto decorado e mais alto do que na maioria de outros duomos na Itália. Observe também que interior da catedral de Pisa é revestido de faixas de mármore branco, alternada com outras de mármore negro. Em outras paredes da catedral o mármore branco alterna-se com o verde. Sobre ao altar não há como você deixar de reparar na enorme cúpula com afrescos.

O interior do DUomo de Pisa

Temática religiosa

Os temas, são, é claro, religiosos. Mas a obra é de grande beleza e admirada até mesmo por ateus convictos. As paredes atrás do altar (Capela-mor) e nas laterais são decoradas a partir do século XVI com obras dos grandes mestres pisanos e mesmo de outras cidades toscanas. É claro que o Duomo que você verá hoje se for a Pisa não o mesmo daquele do começo da Idade Média, pois passou por muitas reformas desde então. Além disso, o duomo original foi parcialmente destruído pelo incêndio de 1595, o que implicou em novas restaurações e reformas.

Sobre a Força Expedicionária a Brasileira

Finalmente, uma curiosidade: Todos sabem (ou deviam saber…) que o Brasil mandou tropas para ajudar no esforço aliado contra as tropas de Hitler, que ocuparam a Itália, após a queda de Mussolini, o líder fascista. Uma vez, em Pisa, os soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB), depois de assistirem a missa no Duomo começaram a cantar nosso hino nacional. Repentinamente as tropas nazistas começaram a bombardear a cidade. Era explosão aqui, explosão ali, e os soldados dentro da catedral continuando a entoar o hino do começo ao fim. Em suma, ninguém correu para se abrigar.

Os fascistas de volta?

Esses soldados estavam, enfim, lutando contra o fascismo, simbolizado no Brasil pelo “Deus Pátria e Família”, de nossa extrema-direita, movimento copiado do fascismo de Mussolini pelo integralista Plínio Salgado. Muitos desses soldados morreriam em combate. É portanto duro saber que há fascistas entre nós nos dias de hoje. Isso soa traição.

A Torre Inclinada de Pisa

A mundialmente famosa Torre Inclinada de Pisa, junto do Duomo, com 56 metros de altura, é toda branca e cheia de elaborados detalhes. Como é inclinada, um dos lados é, portanto, quase um metro mais alto do que o outro. Sua construção foi iniciada em 1173, mas pouco depois, devido à erros em sua fundação, passou a inclinar-se do lado sudoeste. Como a inclinação aumentava a cada ano, com o risco da torre cair, foram, portanto, realizados trabalhos de restauração em sua base, a partir de 1990, quando conseguiram diminuir a inclinação de 5,5 graus para 3,99 graus. Ufa!

Não é para tirar essa inclinação da torre…

Enfim, o que atrai tantos turistas do mundo inteiro é o fato dessa torre ser inclinada. Ou seja, se alguém conseguisse corrigir totalmente sua inclinação teria que desaparecer da cidade para não ser jogado no Arno.! Em suma, corrigir totalmente sua inclinação seria a ruína de Pisa. A subida na torre não é programa para pessoas com problemas de locomoção ou saúde debilitada. Afinal, para subir tivemos que encarar 294 degraus. Enfim, valeu poder aproveitar a vista do alto.

A famosa Torre Inclina de Pisa

O Battistero

O Battistero (batistério em português), com uma altura de 55 metros, começou a ser erguido a partir da metade do século XII, mas sua construção foi interrompida durante cem anos e só retomada quando Nicola Pisano e seu filho Giovanni assumiram a empreitada. O interior, igualmente, com mármores de várias cores é uma obra de arte da arquitetura regional, quando cada cidade competia com as vizinhas para ver qual abrigava os mais belos edifícios, os maiores duomos, as torres mais altas… Como resultado desse espírito competitivo dos italianos, a Itália de hoje herdou os mais belos edifícios europeus de diferentes épocas.

Battistero (batistério) de Pisa

Museo dell’Opera del Duomo 

O Museo dell’Opera del Duomo, aberto em 1986, reúne um rico acervo que inclui peças arqueológicas, esculturas, obras de religiosas de Pisano, pinturas e mármores do período renascentista, de influência fiorentina. Em suma, pinturas modernas, antigos objetos de culto, vasos sagrados e outros ligados a liturgia do catolicismo e até mesmo maquetes da Piazza del Campo e seus edifícios. Todo esse acervo é distribuído por andares e galerias, tudo muito bem organizado. Claro que um acervo desse nível atrai visitantes do mundo inteiro. No verão, no auge da alta temporada, porém, devido ao grande número de visitantes, a visita pode ser cansativa e você, frequentemente, não poder apreciar direito algo que o interesse..

Museo delle Sinopie

Enfim, se você interessa por arte visite também o Museo delle Sinopiea fundado em 1257, que reúne principalmente afrescos datados da Idade Média, que antes deecoravam paredes no cemitério de Camposanto, até que um incêndio em 1944 destruiu o local. É difícil imaginar um incêndio em um cemitério.. Enfim, os afrescos foram removidos e instalados em um prédio medieval, um antigo hospital.

Museo delle Sinopie

Camposanto

Cemitério pode ser uma atração turística? Na Europa pode. O Cemitério de Camposanto, junto da praça, data da segunda metade do século XIII, porém, não é um cemitério qualquer como outros que conhecemos. É uma construção branca, enorme, com 130 de comprimento e uma largura de 44 metros. Diz-se que os corpos sepultados no antigo cemitério, ao lado, são enterrados em terra sagrada, trazida de Jerusalém por ocasião da Quarta Cruzada por um arcebispo pisano  do século XII.

A terra sagrada

Conta-se que essa terra sagrada transforma os corpos em esqueletos de um dia para o outro. Enfim, depois de visitar o cemitério demos uma espiada na sola de nossos sapatos para ver se estavam corroídas. Aparentemente essa terra corrosiva não afetou em nada o solado de nossos calçados… A tal terra sagrada perdeu o efeito?

Camposanto

Dica

Existe em Pisa um bilhete único que vale para todas as atrações, exceto a Torre. Você pode compra-lo pelo site do Italy Museu.

Lungarno

Lungarno tem uma tradução fácil: significa “ao longo do rio Arno”, que corta a cidade. Nas duas margens há passarelas ligadas entre si por pontes (as que não foram destruídas na Segunda Guerra pelos bombardeios) e que abrigam belos edifícios, como o Toscanelli que já foi habitado por personagens famosos, como o inglês Lord Byron. Sua obra Don Juan foi escrita nesse edifício. Assim, recomendamos muito esse passeio, é um dos mais bonitos da cidade. E, tem mais, ao longo do caminho há sempre onde comer algo, tomar um sorvete ou bebericar uma taça de chianti… Em suma, dá para dar uma descansada.

Lungardo, Pisa

Piazza dei Cavalieri

A Piazza dei Miracoli não é a única que deve ser visitada em Pisa. A Piazza dei Cavalieir (Praça dos Cavaleiro) existe desde o tempos romanos, mas foi posteriormente ampliada,adotando um estilo renascentista. Suas construções mais importantes são a Igreja de Santo Stefano, o Palazzo dell’Orologio, o Pallazzo dei Cavalieri, que abriga atualmente a Universidade de Pisa. Essa piazza, como a Piazza dei Miracoli, igualmente bastante ampla e muito frequentada por turistas e pisanos, é palco de diversos eventos.

Piazza del Cavalieri, Pisa

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Todas cidades toscanas tem ótima estrutura hoteleira mas, sobretudo no verão, é mais seguro reservar.

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Todos nossos vídeos têm o turismo como tema. Assim também, temas correlatos, como “gastronomia em viagem” ou “vinhos em viagem” que igualmente se enquadram no tópico turismo. Nossos vídeos refletem nossa filosofia de viagem e de vida. Portanto, quando viajamos, não queremos apenas visitar atrações turísticas ou curtir belas paisagens. Afinal, isso é parte importante da viagem, sem sombra de dúvida. Curtimos, porém, conhecer a cultura, costumes, a gastronomia do país, sua arquitetura, sua produção artística e sua religião.

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