Europa

Matera, na Basilicata, sul da Itália

Matera, no sul da Itália, com 55 mil habitantes, tem uma arquitetura única, a ponto de ser classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Embora Matera, um destino procurado no turismo do sul da Itália, tenha igualmente um centro “moderno” ( “moderno” dos séculos XVIII e XIX…), o que torna essa cidade to especial, porém, são seus sassi, (sasso, no singular).

Os sassi são casas escavadas em rochedos nas colinas que rodeiam o vale, ou com paredes de pedras construídas com o próprio material escavado, devidamente reaproveitado. Isso deu a essa região de Matera um aspecto muito particular, lentamente tranformado durante muitos séculos. Ainda mais, que a região é habitada pelo homem desde a Pré-história.

Matera, no sul da Itália, uma cidade especial, de arquitetura muito particular

Construções únicas

Antes de mais nada, precisamos considerar que essas casas são únicas no planeta. Assim, foram habitadas desde a antiguidade por pessoas de menos recursos.
Os sassi, um meandro de ruas e escadarias, foram posteriormente reformados. Assim, quase todos, depois de uma reforma, continuaram habitados, inclusive nos dias de hoje. Ou seja, dispõe de todo conforto moderno, eletricidade, wi-fi, telefone, água encanada, ar condicionado e esquemas artificiais de ventilação para compensar a falta de janelas etc.

Matera, sul da Itália

Por isso mesmo, em razão de seu apelo turístico, muitos sassi se transformaram em barzinhos, restaurantes, B & B, pequenos hostels, lojinhas de souvenir etc. Afinal, muita gente tem curiosidade em passar pelo menos uma noite hospedada em um sasso. Nós não nos hospedamos em um sasso, porque achamos um B&B, na parte “moderna” de Matera, super bem localizado, junto à uma escadaria que levava aos sassi. Por outro lado, porém, fizemos questão de pelo menos almoçar em um restaurante-sasso escavado em um rochedo.

Interior de um sasso escavado em rochedo, e que abriga um restaurante

Acesso a alguns sassi, só por uma escadaria

Como muitas dessas casas foram construídas em elevações dentro do vale, em muitas delas, os únicos acessos são as escadas.
É claro, nada é perfeito. Ou seja, as residências escavadas nos rochedos não têm ventilação natural e, sobretudo no verão, são abafadas. Felizmente, entretanto, hoje existem ventiladores e ar condicionado… Enfim, quase metade da população de Matera vive na área dos sassi.

Matera na história

Matera, sul da Itália

A região de Matera é ocupada pelo homem desde o período paleolítico. Posteriormente, durante sua história, foi tomada e colonizada por diversos povos, que influenciaram sua cultura. Os romanos foram os primeiros a anexar a região à República Romana de então. Seguiram-se os lombardos, e igualmente sarracenos e bizantinos. Ocupada em seguida por normandos, Matera viveu um período de prosperidade, só interrompido pela invasão de espanhóis aragoneses. Enfim, libertada por volta do ano 800, tornou-se república independente.

Como ir a Matera

Carro

Nós chegamos a Matera de carro, pois estávamos viajando de automóvel pelo sul da Itália.
Você pode, porém, alugar um carro já no aeroporto de Roma (Aeroporto Fiumicino), se tiver intenção, como nós, de percorrer motorizados, toda, ou parte do sul da Itália nessa viagem. Outra opção é pegar o carro em Bari e, dessa forma, percorrer a Puglia, a Basilicata e a Campania (que tem Nápoles por capital).

Matera, área nova – alguns lugares onde estacionar

A dificuldade em estacionar

Queremos, justamente alertar: em Matera, estacionar é um problema. E você terá que achar um lugar livre e autorizado na área “moderna” e, ainda mais, com muita dificuldade. Penamos, portanto, para achar lugar perto do B&B que reservamos.
Estávamos, entretanto bem localizados. Caminhando um pouco, pudemos visitar todo o centro histórico a pé. Enfim, uma dica: há um grande estacionamento em frente á estação ferroviária Matera Centrale.

Avião

Infelizmente não há aeroporto em Matera. Dessa forma, você terá que, do Brasil, ir primeiro a Roma. Na capital italiana poderá, assim, tomar um voo para Bari e de lá tomar um ônibus – uma hora de trajeto, até Matera. Há ônibus da Pugliabus diretamente do aeroporto.

O aeroporto mais próximo fica a 60 km, em Bari. Há traslado direto até Matera

Trem

De Bari – Há duas opções de trens para Matera. O mais fácil é da estação central (Stazione Ferrovie Appulo Lucane) de Bari. A viagem toma aproximadamente uma hora e meia.
De Potenza – A outra opção, via Potenza, é mais longa. Ou seja, a viagem pode levar até quatro horas, porque há baldeações em Gravina, e outra em Altamura.
De Roma – De Roma, estação Tiburtina, há linhas para a cidade dos sassi. Essa viagem toma pouco menos de cinco horas e meia.

Ônibus

Há ônibus para Matera de Roma (Pl. Garibaldi), de Bari, de Potenza e, igualmente, de uma infinidade de cidades italianas. A variedade de linhas e horários é muito maior do que os do trem. Geralmente são trajetos locais curtos. Para viagens de mais de oito horas, de Roma para Bari, por exemplo, prefira ônibus noturnos. Ou seja, pelo menos você dorme.

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Ônibus, uma opção econômica para se percorrer o sul da Itália, se você tiver tempo

A melhor época para sua visita a Matera, no sul da Itália

Antes de mais nada, sugerimos que evite principalmente o verão, em especial agosto (arrrhhhh!) e julho. O calor pode ser insuportável, sobretudo sabendo-se que você terá que caminhar muito tempo debaixo do sol. Ainda mais, Matera fica lotada de turistas do mundo todo. Hordas de godos, visigodos, tuaregs, pigmeus, esquimós e outros descem em massa de ônibus de turismo, tomam a cidade.
O inverno é frio, claro, pero no mucho. Ou seja, dá para levar. Os menos friorentos, encaram fácil. Por outro lado, é bom dar uma olhada em sites de metereologia, principalmente tabelas com temperaturas e índices pluviométricos nos últimos vinte anos.

Consulte a previsão do tempo

Veja, igualmente, a previsão do tempo no momento de sua viagem, pois o clima no mundo está mudando. Assim, vou repetir aqui o que a Ketty e eu já comentamos em outros blogs e em nossos vídeos do Youtube “Sonhos de Viagem“. A melhor época, para nós, é quase sempre outono e primavera.
Ou seja, isso vale perfeitamente para o sul da Itália. Recomendamos, portanto, os meses outonais, com temperaturas mais agradáveis. – Os meses de outubro e novembro, por exemplo, ou o março e abril, na primavera. Obviamente, quem adora calor pode visitar Matera nos meses mais quentes.

Hotel em Matera

É possível viver a experiência única de se hospedar em uma casa escavada na montanha durante a época medieval, no bairro dos sassi. Primeiro, um táxi ou van irá leva-lo até uma espécie de pracinha no bairro dos sassi. Ali você será instalado na versão local do tuk-tuk tailandês, ou, mais exatamente, o ricksaw scooter da Índia, com motor de moto e três rodas.

Rick-shows semelhantes aos indianos em Matera, sul da Itália

Explica-se: essa região de Matera tem um traçado medieval, super tortuoso, com ruas estreitas. Ou seja, nelas somente esses pequenos veículos podem circular. Não é confortável o transporte com malas nesses engenhos. Se você estiver acompanhado de mais alguém, terão que colocar a bagagem no colo. Ou seja, o veículo não tem sequer bagageiro.

Hotel na parte “nova” de Matera

Hotéis maiores, bem como hostels e bed and brekfast existem, igualmente, na parte nova da cidade. Demos sorte e achamos no centro “novo” um com terraço dando para os sassi, no vale logo abaixo, www.laffaccio.com/
Angela Difonzo, a proprietária, é uma artista plástica. Assim, o local é decorado com belas pinturas. O bom, é que tínhamos cozinha equipada e podíamos preparar uma pastasciutta, experimentar queijos e vinhos locais ou algo assim.

Culinária em Matera, sul da Itália

Em todo sul da Itália, particularmente em regiões como a Puglia, a Basilicata e a Calábria, você irá deparar com pratos típicos absolutamente incomuns. Essa gastronomia não tem nada a ver com a culinária que você já experimentou em restaurantes italianos no Brasil ou em viagens pelo centro e norte da Itália. Em suma, essa é mais uma razão para você experimentar alguns desses pratos regionais em Matera.

Culinária do sul da Itália

Algumas sugestões

Cutturiddu de ovelha: Cozido com pedaços de carne de ovelha, com cebola, alho, tomate cereja, um pouco de banha de porco, pimentão e azeite de oliva.

Patate e Sedano – Trata-se de batata com aipo e tomate, azeite de oliva, pimenta, alho picado e fatias de pão do dia anterior.

Grão com molho – Grão? Que tipo de grão ? Benne… foi assim uma combinação estranha de grão de bico com favas, mas muito saboroso.

Culinária d

Ciammotta: Trata-se de um tipo de pão (ciambota) recheado de calabresa com tomate, batata, pimentão, beringela.

Fusilli com pão ralado – Consiste de uma massa enrolada sobre uma prancha com azeite, alho e migalhas de pão do dia anterior.

Os pães

A região é igualmente conhecida por seus pães incomuns, alguns dos quais talvez você tenha experimentado em outras regiões italianas. Porém, é pouco provável. Afinal, esses pães são muito mais consumidos no sul do país.

Ciamotta – Pão recheado de calabresa ou outro ingrediente.

Ciambella – É mais exatamente um tipo de um bolo de massa macia, meio úmida.

Pão tipo da Balicata, sul da Itália – o faccilatidd

Ficcilatidd – Esse pão de nome estranho, em forma de uma grande rosca, é talvez o mais comum na Basilicata. Para começar, utiliza dois tipos de farinha em sua confecção: a de grão duro e a de grão macio, azeite de oliva e erva-doce.

Panzerotti – Há uma versão salgada do panzerotti, porém, a que faz mais sucesso, é a doce. Seu recheio surpreende: é recheada com puré de grão de bico, chocolate, canela e açúcar. Pode ser assado ou frito, salpicados com mel de abelha.

Um “pão” muito estranho

Pão cozido – Apesar de nunca termos experimentado esse prato em outras regiões da Itália, ele é, porém, um dos mais comuns em todo o sul do país, com pequenas diferenças em cada lugar. No caldo de cozimento do pão colocam ovos, salsinha, alho porró e pimenta.

Vinhos

Sabe-se que a Basilicata já fabricava vinhos no ano 1.300 antes de Cristo.
As vinícolas Taverna, D’ Angelo, Elena Fucci, Ripanero produzem bons tintos e vinhos brancos.
Antes de mais nada, embora os tintos acompanhem bem os pratos locais, a Basilicata produz igualmente rosés e brancos perfeitos para acompanhar aperitivos. Os vinhos da Basilicata são conhecidos como vinhos lucanos.

Atrações em Matera, sul da Itália

Um dos melhores programas é simplesmente flanar sem pressa pelo vale ocupado pelos sassi. Nós ficamos o dia todo caminhando, visitando tudo, parando para um café ou em uma cantina para almoçar. Assim, nos perdemos despreocupados pelo meandro de ruelas e escadarias, sabendo que acabaríamos nos reencontrando.

Sasso Barisano

Há dois bairros principais de sassi, o Sasso Barisano, que foi bastante reformado. Ou seja, acabou se tornando “mais moderno”. No caso do Sasso Barisano, algumas casas, embora confortáveis, ficam próximos de abismos. É onde fica a maioria das pousadinhas e B&B.

Sasso Caveoso

Sasso Caveoso, Matéria, sul da Itália

A região do Sasso Caveoso, por sua vez, é ocupado principalmente por casas escavadas em diferentes níveis no rochedo de uma pedreira desativada. Dessa forma, o aceso se dá por uma sucessão de escadarias. Esta região dos sassi nos agradou particularmente, mais do que a do Sasso Barisano.

Santa Lúcia alle Malve

Santa Lúcia alle Malve é uma igreja troglodita, um antigo monastério que sediou, na Idade Média, até o século XVI, as comunidades beneditinas de mulheres. Seu interior contém belos murais do século XIII. Infelizment, porém, mal conservados devido à humidade do lugar.

Santa Maria de Idris

Essa igreja rupestre do século XII fica incrustrada em um rochedo no alto de uma elevação, no Sasso Caveoso. Ou seja, é aquele tipo de curiosidade imperdível do turismo na região. Afinal, só em Matera você verá um templo assim, escavado na rocha, sem janelas, sem vitrais. Seu interior é decorado por afrescos, porém, igualmente mal conservados.

Santa Maria de Idris

Catedral de Matera

A catedral de Matera foi construída no século XII, em estilo românico. Em sua fachada destaca-se uma rosácea. Nós já a avistamos de longe sobre a colina de Civit, na parte elevada do centro histórico.
O interior, porém, passou por várias reformas e adotou o estilo barroco.

O interior de sassi abertos à visitação

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Caminhando por Matera você verá alguns sassi abertos à visitação, mostrando como eram antigamente. Foi uma das visitas que mais nos agradou, pois pudemos ter uma ideia de como viviam as pessoas que, no passado habitavam esses sassi.

Quarto em um B&B instalado em um sasso

Os sassi no passado, vida difícil

Imaginem, assim, o dia a dia dessa gente, tendo que buscar água numa das cisternas da cidade, dependendo de luz de velas, num ambiente esfumaçado, com pouca ventilação… a única vantagem é que essas casas escavadas nas cavernas amenizavam o intenso calor do verão do sul da Itália e protegiam bem no frio do inverno.

Piazza del Sedile

Essa é uma das principais praças de Matera, aberta no século XIV com o nome de Piazza Maggiore. Para nós serviu igualmente como uma referência privilegiada para nos orientarmos na cidade e seus labirintos. Fica mais ou menos a meio caminho da Piazza Vittório Veneto e o Duomo.

Piazza del Sedille, Matera, sul da Itália

Era, portanto, um dos lugares onde parávamos para descansar em nossas andanças por Matera, sempre subindo e descendo escadarias. A praça, que abriga o Palácio Sedille, foi, no passado, o centro administrativo e político de Matera. Nela, hoje, concentram-se lojinhas, bares e botecos lotados de turistas, no verão.

Castelo Tramontano

Essa é outra atração que merece igualmente uma visita.
O castelo Tramontano começou a ser construído no século XVI por ordem do conde Giorgio Tramontano. Porém em 1515 a construção foi interrompida devido ao assassinato do conde. Antes de tudo, convém mencionar que esse conde era detestado por muita gente em Matera…
Rodeado de muralhas, o Castelo Tramontano se caracteriza por uma arquitetura maciça onde se destacam enormes torres de defesa.

Parco della Murgia

O Parco della Murgia, como é mais conhecido, localiza-se fora da cidade. Nós pudemos, apreciá-lo a partir da elevação, do belvedere Murgia Timone. Dessa forma, do alto, você deslumbra verdadeiros canyons profundos, cortados por um rio, atravessados em alguns lugares por pontes suspensas.

Parco della Murgia, em Matera, sul da Itália

Seus 8000 hectares abrigam mais de 150 igrejas trogloditas, com destaque para a Cripta dos Cem Santos, famosa por seus afrescos. Foi no alto de Murgia Timone que foram rodadas algumas cenas famosas do cinema, como as do filme de Mel Gibson, “Paixão de Cristo”.

O fato é que a Itália é tudo de bom. Temos diversas outras matérias sobre esse país lindo, com muitas informações imagens e dicas

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Que outras cidades e regiões da Itália você pensa em visitar?

A Itália é o primeiro destino turístico mundo. Aliás, sempre mencionamos que a Itália não é um país para apenas se visitar, mas principalmente para se frequentar. Para conhecer mais ou menos a Itália precisamos de várias viagens. Podemos selecionar, por exemplo somente as cerejas do bolo e para isso precisamos de, no mínimo, um mês. Ou então optar por macro-regiões, como o sul, o centro, ou o norte do país. Por isso mesmo, precisamos nos hospedar nas regiões mais práticas em cada cidade que pretendemos visitar, ou seja, perto de tudo o que interessa, com acesso fácil às atrações. E também, desembarcar numa cidade com pelo menos umas duas noites de hotel já reservadas. Em sites de reserva como o Booking.com, por exemplo, você confere preços, vê fotos do hotel e sua localização.

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