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Conheça tudo sobre: O sul da Itália | Guia Turístico

Em primeiro lugar, é bom avisar: quem espera encontrar no sul da Itália o mesmo tipo de atrações que teve a oportunidade de conhecer no norte e centro do país vai se decepcionar. Trata-se, assim, de uma região menos rica, menos povoada, mais dedicada à agricultura. Exceto na Campânia, que tem Nápoles por capital, o sul da Itália não tem, como a Toscana, por exemplo, tantos lindos povoados medievais um ao lado do outro.

As atrações estão mais espalhadas. São, entretanto, muitas! E, ainda mais, algumas são um destaque no turismo da Itália. Em, suma, a diferença é que você precisará rodar mais para conhecê-las.

Uma Itália que agrada e surpreende os brasileiros

O sul da Itália, porém, possui igualmente um certo número de lindas cidades. Algumas com uma arquitetura absolutamente original, como Alberobello, Matera, e certos povoados que parecem esquecidos na Idade Média, como Castelmezzano, na Basilicata, por exemplo.

Castelmezzano, Basilicata, sul da Itália

Uma região influenciada por diferentes culturas

O sul da Itália, além disso, foi disputada por diferentes conquistadores que dominaram toda essa parte da Península Itálica. Em primeiro lugar pelos romanos, tornando-se, dessa forma, uma província de Roma. Não paramos aqui. A Puglia foi posteriormente, ocupada pelos normandos, em seguida pelos bárbaros godos, pelos suábios e, finalmente pelos espanhóis. Estes influenciaram inclusive a língua local. Quem já escutou o choroso “Mafemmina?” vai entender!
Durante algum tempo foi Nápoles foi república independente, até ser, finalmente, conquistada por Bonaparte.
Outra vantagem de se viajar pelo sul da Itália, é que o custo da viagem. Ou seja, não é elevado, como no norte, na Lombardia em particular. Assim, tanto para dormir, como para comer, sai muito mais em conta.

Roteiro circular

Quando viajamos pelo sul da Itália descemos em Roma, uma das portas de entrada para quem vem do Brasil. (Para o norte da Itália, o mais prático é Milão.)
Tendo alugado um carro no aeroporto de Fiumicino (o aeroporto de Roma, para aqueles que perderam essa aula de geografia), fica do lado esquerdo da Península Itálica.
Vindos de Fiumicino, tivemos, assim, que incluir no roteiro duas cidades que pertencem ao Abruzzo, a região mais meridional do centro italiano, passando assim por l’ Aquila e Chieti, perto do litoral. Olhe o mapa para entender melhor, principalmente se está pensando, um dia, em participar de uma experiência semelhante.

Sulmona, no Abruzzo, á caminho do sul da Itália

O pós-terremoto

Sulmona e l ‘Aquilla são duas cidades de relativo interesse. Porém, foi uma pena, chegarmos à região um mês depois de um poderoso terremoto. Enfim, pior seria se tivésemos chegado a l’ Aquilla durante o terremoto. Alguns tremores menores ocorreram dias antes de nossa chegada, o que nos fez pensar que cair fora dali, o quanto antes, era o mais prudente. Em suma, ficamos apenas um dia. Aliás, não pudemos ver muita coisa. Boa parte dos belos imóveis históricos, ainda de pé, estava danificada, tinha a fachada protegida por estruturas provisórias de madeira.

Sulmona

Antes de continuar rumo à costa do Adriático, resolvemos fazer um pequeno desvio para visitar Sulmona, um povoado medieval com 25 mil habitantes, super gracinha, ainda no Abruzzo. Aliás, o Abruzzo embora seja classificado como parte do centro da Itália, tem alguns traços comuns com o sul da península.
Uma curiosidade: pegamos por acaso uma exposição de carros, todos volkswagens, orgulho dos colecionadores…

Exposição de volkswagens em Sulmona, sul da Itália

Rumo ao sul

Após Sulmona tomamos o rumo sul, dando uma esticada para atingir Bari, a capital da Puglia ( pronúncia: púlia). A cidade foi fundada pelos gregos, depois sucessivamente ocupada pelos romanos, bizantinos, normandos e aragoneses. A Bari de hoje é, portanto, o resultado de sua tumultuada história.

Porto de Bari, capital da Puglia, no sul da Itália

Bari

A capital da Puglia, Bari, foi, dessa forma, o ponto de partida de nossa aventura automobilística pelo sul italiano. Nos instalamos na área central da cidade, localização prática. Assim, alcançávamos a pé o centro histórico. Aliás, a região onde estávamos tem uma simpática arquitetura com muitos belos imóveis do século XIX e começo do século XX.

Arquitetura do século XIX no centro de Bari

O centro medieval de Bari, no sul da Itália

A capital da Puglia possui centro histórico medieval. É um charme, com passagens cobertas, pracinhas e ruelas onde é fácil se perder. O centro histórico de Bari é, igualmente, um bom lugar para se tomar uma taça de vinho, um café, ou almoçar em um restaurante de culinária local. Os preços são, ainda mais, bastante razoáveis. E, os vinhos locais são excelentes.

Centro histórico de Bari, no sul da Itália

Escritório oficial de turismo de Bari: atendimento de péssima qualidade

Há uma agência do turismo municipal oficial da cidade. Em princípio,os escritórios oficiais de turismo servem para ajudar o turista, passar informações e, pelo menos, fornecer ao visitante, um mapa. Porém, o atendimento foi péssimo. Havia no escritório uma única funcionária, que nos fez esperar uns 15 minutos enquanto fofocava com amigas pelo telefone. Finalmente nos atendeu, com ar mal-humorado. Uma pena, porque o povo local é extremamente prestativo e gentil. Ou seja, algumas pessoas a quem pedimos informações desviaram-se de seu caminho para nos conduzir onde queríamos! Foram dez vezes mais úteis e simpáticos do que a funcionária folgada do escritório de turismo local.

As atrações de Bari

A capital da Puglia, enfim, tem algumas atrações como o Castello Svevo, uma enorme construção do século XII, fortificada por muralhas e protegida por um largo fosso. Está situada bem no centro de Bari. Ou seja, você, em Bari, vai tropeçar no Castello Svevo! Ali funciona, igualmente, o Museu de Arte Medieval, com peças desse período.

Castello fortificado Svevo em Bari

Duas igrejas imperdíveis

Há, finalmente, duas igrejas que merecem uma visita. Trata-se da Cattedrale, construção do século XII, em estilo normando-pugliese, restaurada no século XV após o violento terremoto que abalou a cidade. Igualmente, no mesmo estilo é a Basílica de San Nicola, que lembra um pouco uma fortaleza, já que protegida por grossas paredes de pedra, num período instável da cidade.

Polignano al Mare

Gostamos de Bari. Tínhamos previsto três dias, porém, ficamos uma semana! Enfim, um dia resolvemos prosseguir nossa viagem rumo ao sul. O primeiro lugar onde passamos foi Polignano al Mare, a 36 km ao sul de Bari. Trata-se, assim, de uma cidadezinha encantadora e toda branca sobre a qual queríamos fazer um vídeo de turismo para nosso Canal do Youtube “Sonhos de Viagem”.

Bari é um meandro de ruelas medievais, onde não se pode, portanto pretender circular de carro com facilidade. Tivemos, assim dificuldade em estacionar. O que descobrimos depois é no centro histórico não tem estacionamento.

Polignano al Mare, na Puglia, sul da Itália

Um help de um casal italiano de Polignano

Em Polignano al Mare perguntamos a um casal se podíamos estacionar frente à sua casa. Disseram que sim. Demos, assim, uma flanada pela cidade. Porém, quando voltamos deparamos com uma policial de trânsito com o talão de multas nas mãos. Nesse momento, para muita sorte nossa, o casal apareceu, argumentando ao nosso favor.

Polignano al Mare, Puglia, sul da Itália

Uma policial simpática

Conversaram com a policial (que acho que já conheciam), e explicaram que éramos brasileiros e que estávamos fotografando para nosso blog de turismo “Sonhos de Viagem” sobre Polignano al Mare. Dessa forma, não fomos multados! E ainda mais, a policial nos permitiu ficar duas horas estacionados ali, enquanto partíamos para fotografar. Viva Itália!

Alberobello

Alberobello, na Puglia, Patrimônio da Humanidade

Nosso destino seguinte foi Alberobello (que significa “árvore bela”). Com onze mil habitantes, a menos de 30 km de Polignano, é uma das mais interessantes atrações do sul da Itália. Foi, portanto, classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em razão de seus trulli medievais. Ou seja, trata-se de um tipo de construção única, sem similares em outras partes do planeta.

Visitar os trulli exigem um tempo

Alberobello para o turismo regional é tão importante e o lugar é tão interessante, que é o tipo de visita que não se deve perder. Assim, em três ou quatro horas você vê o principal apressadamente. O ideal, porém é ficar uns dois ou três dias, pois há diferentes bairros de trulli a serem visitados. Alberobello nos agradou tanto, que a pequena cidade mereceu um post exclusivo em nosso blog – www.sonhosdeviagem.blog.br, com muitas fotos e dicas.

Sassi transformados em barzinhos são comuns em Alberobello, sul da Itália

Ostuni

Alguns quilômetros antes de chegar a Ostuni, nosso destino seguinte, deparamos do lado direito, numa curva da estrada, a cidade toda branca, no alto de uma colina. Não estava no programa, por falha nossa. Tivemos, portanto, de cara a intuição de que valia a pena dar uma desviada. Assim, olhamos os comentários elogiosos do Guide du Routard, francês, e nos decidimos. Descobrimos que Ostuni, fundada no século VII a.C,. é famosa por seu lindo centro histórico.

Ostuni, Puglia, sul da Itália

Lanchinho e estacionamento super prático e gratuito

Um pouco adiante deparamos com um estacionamento rústico, quase ao lado da da ladeira que conduz à cidade. Resolvemos parar ali porque já sabíamos que o tráfico de veículos nos centros históricos é proibido.
Assim, achamos um lugar perfeito sob uma árvore frondosa. Famintos, encaramos um sanduíche de salaminho de Alberobello, acompanhado de um vinho local bastante satisfatório. Como sobremesa, frutas.

Ostuni, na região da Basilicata, sul da Itália

Centro histórico em uma colina de 220 ms acima da planície

Embora a comuna de Ostuni abrigue mais de 30 mil habitantes, incluindo povoados vizinhos e áreas rurais, no centro histórico, a 220 metros de altura, vivem hoje menos de 30 mil pessoas. Essa região antiga e super preservada é formada por um meandro de ruelas e escadarias ocupadas por construções muito brancas. O casario de Ostuni é inteiramente caiado todos os anos e lembra os povoados das ilhas gregas.

Lecce

No extremo sul da Puglia, fica Lecce, um destino obrigatório, sobretudo por aquele que podem esticar sua viagem de turismo pela Itália.
A cidade tem uma arquitetura única, toda em estilo barroco, em pedra calcárea macia e clarinha. Seu centro histórico é lindão, principalmente à noite. Veja imagens e dicas (sobre Lecce que, sozinha, merece um post exclusivo.

Lecce, sul da Itália

Matera

Situada na regione da Basilicata, Matera é igualmente, de fato, imperdível para quem quer percorrer o sul da Itália. Simplesmente não há outra cidade assim no mundo. Se não fosse assim, porque a Unesco iria incluí-la nos sítios de lugares considerados como Patrimônio da Humanidade?

Matera, no sul da Itália, na Basilicata

A cidade de Matera é famosa por seus sassi (sasso no singular). São residências escavadas nos rochedos em um vale profundo. O próprio material resultado das escavações serviu, igualmente, para erguer paredes. Ou seja, Matera é um bijú precioso do turismo no sul da Itália. Por isso, mereceu um post exclusivo em nosso blog “www.sonhosdeviagem.blog.br“.

A dica da artista proprietária de B&B: Castelmezzano

Angela, a proprietária do B& B, onde nos hospedamos em Matera, nos recomendou não perder Caltelmezzano. Boa dica! Ou seja, esse lugarejo medieval com menos de oitocentos habitantes, colado na encosta de um rochedo, é uma pequena joia do turismo na Basilicata. Faz inclusive parte da lista das “mais belas aldeias italianas” (I borghi più belli d’Italia). Não é pouco!

Castelmezzano

Castelmezzano, no sul da Itália

Após Matera fomos cruzando a península rumo ao Mar Tirreno, o litoral mediterrâneo junto à Costa Amalfitana. Tínhamos, porém, a intenção de ir visitando pelo caminho tudo o que valesse a pena, enquanto subíamos na direção de Roma, onde tíanhamos voo para o Brasil.

Castelmezzano, no sul da Itália

Il Volo del Angelo

É em Castelmezzano que, dependendo da época do ano, de 1 de maio até 7 novembro – (em épocas normais sem pandemia!) você pode participar do Volo dell’Angelo (Vôo do Anjo). É uma experiência absolutamente única. Preso a um cabo de aço você “voa” entre Castelmezzano e Pietrapertosa, outro povoado incrustrado nas encostas da colina, do outro lado do vale.

Castelmezzno, Il Voo del Angelo

Só para quem curte boas emoções

Obviamente, é o tipo de programa para quem curte emoções diferentes e e está razoavelmente em forma. Em suma, não é para pendurar tia Matilde num gancho e despacha-la para a outra ponte do vale…
Você cruzará aproximadamente 1,5 km, “voando” sobre os vales, a mais de cem quilômetros por hora. Vai encarar ou arregar?

Venosa

De Castelmezzano, um pouco frustrados por não poder realizar o famoso Volo Dell’ Angelo por estarmos fora de estação, seguimos rumo norte até Venosa. A cidadezinha fica situada em uma região ocupada por humanos desde a Idade da Pedra. Depois de passar pelas mãos de tribos bárbaras locais, acabou incorporada ao Império Romano. É uma pena que Venosa tenha sido atingida por diversos terremotos durante sua história, arruinando um precioso patrimônio de palácios, castelos e igrejas.

Região abalada por sucessivos terremotos

A construção que mais se destaca na cidadezinha é o Castelo de Venoza, fortaleza construída a partir do século XVI. Suas funções eram principalmente defensivas. Sucessivas reformas, porém, alteraram bastante seu aspecto original.
Atingida por sucessivos terremotos no fim do século XVII e em meados do século XIX, a cidade perdeu boa parte de suas construções antigas. Porém, ainda existem ali diversas atrações históricas interessantes.

Castelo de Venosa, sul da Itália

Costa Amalfitana

Patrimônio da Humanidade, esse trecho da costa, ao sul de Nápoles, foi classificado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Em suma, por boas razões, é considerada um dos mais belos litorais do mundo e um destaque do turismo italiano.
Nós, que realizávamos um roteiro circular, entramos na Costa Amalfitana por Vietre Sul Mare, ou seja, seu extremo sul.

Costa Amalfitana, sul da Itália

Amalfi

Uma das cidadezinhas litorâneas mais interessantes, é Amalfi. A costa inteira, porém, é salpicada de povoados minúsculos, muito charmosos e um ao lado do outro. É tanta coisa para se ver que mereceu igualmente uma postagem exclusiva, com informações, fotos, imagens e dicas. Saiba mais sobre a Costa Amalfitana.

Pompeia

Continuando pela Costa Amalfitana, a alguns quilômetros ao sul de Amalfi, na Conca dei Marini (onde fica a Grotta del Smeraldo) há, à esquerda, um acesso pela SS 366, para Pompéia (uns 40 km).
Se alguém ainda não sabe, Pompéia é aquela famosa cidade romana soterrada pelo vulcão Vesúvio, junto com sua irmã menor, a pequena Herculano (Ercolano), no ano de 79 d.C.


Foi em razão dessa tragédia vivida por seus antigos habitantes (eue deve ter sido simplesmente horrível pra os moradosres de Pompéia e Herculano, que historiadores puderam entender melhor como funcionava a sociedade romana na época, seus costumes, como era a vida. É extraordinário!

Herculano, a irmazinha menor de Pompéia, igualmente soterrada

Já estivemos duas outras vezes em Pompéia, entretanto, não nos incomodou nem um pouco encarar uma nova visita a esse sítio.. A importância de Pompéia e Erculano é tal, que esses dois sítios arqueológicos mereceram (mais uma vez!) uma postagem exclusiva.

O sítio arqueológico de Herculano, no sul da Itália, vizinha de Pompéia

Herculano (Escolano)

Como já mencionamos, Herculano, igualmente, soterrada pelo Vesúvio, entretanto, menos abalada, foi principalmente soterada por lama incadescente. Isso de alguma forma protegeu melhor as construções. Assim, muitos mais objetos foram encontrados no interior das casas. Mesmo seus murais e mosaicos decorativos estão mais preservados.

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