Nosso objetivo é, nessa postagem, passar dicas e boas informações sobre Veneza, no norte da Itália, essa cidade que amamos. Antes de mais nada, Veneza, é para nós, do Canal Sonhos de Viagem, um dos nossos destinos favoritos na Itália e de quase todo turista que percorre o país. Aliás, Veneza não pode ser comparada à nenhuma cidade do mundo. Veneza é diferente de tudo!
Veneza é única
Se você for à Itália poderá visitar Veneza, Roma, Milão, Florença, Nápoles etc. São, assim como Veneza, alguns dos destaques do turismo italiano. Claro, se você for à Itália poderá igualmente amar essas cidades. Não poderá, entretanto, começar com comparações do tipo: qual cidade é mais bonita.? Roma ou Veneza? Florença ou Veneza?
Veneza é única, não dá para comparar. Há uma tendência no turismo mundial de querer comparar Veneza com outras cidades. Dizer que Amsterdã é a “Veneza do Norte”, eu ainda engulo.
Afinal, a bela cidade holandesa é de fato toda cortada por canais. Mas, dizer, por exemplo, que Bangkok é a “Veneza do Oriente”, já é exagerar um pouco. Adoro Bangkok, porém os canais ficam, quase todos, fora da cidade. Assim, na mesma linha, Recife, por exemplo, já virou “Veneza Brasileira”, na visão do turismo local. Logo, os marqueteiros do turismo vão começar a falar que Santos é a Veneza Paulista, porque a cidade tem uns canaizinhos de escoamento de água…
Como ir
Não há voos diretos do Brasil para Veneza. Em outras palavras, o mais fácil é tomar um avião para Milão, já com a conexão para Veneza. Pessoalmente, achamos mais fácil tomar um trem, uma viagem de apenas 3h15. A vantagem do trem é que você já desce numa área super prática de Veneza, onde há muitos hotéis de todos os preços nas proximidades da Estação Santa Lucia.
Se preferir o avião, do aeroporto de Veneza você terá, de qualquer forma que tomar um barco até a estação. Pode demorar mais tempo e custar um tanto mais caro.
Se você estiver viajando motorizado pela Europa poderá estacionar na Piazzale Roma, em frente à estação ferroviária. Considere, porém, que o estacionamento não é muito barato e que, no verão é difícil achar vaga.
Como se locomover em Veneza
A pé
Veneza, pelo menos no que se refere às regiões de maior interesse, não é grande. Para os não muito preguiçosos, são distâncias que dá para encarar. Quem quiser, pode também dar uma parada num bar e tomar um café ou uma taça de vinho, olhar o movimento, dar uma descansada nas pernas, dar um tempo e prosseguir seu caminho. Normalmente, na direção da Pizza San Marco, a cereja do bolo da cidade.
É agradável percorrer a pé a cidade, sobretudo fora da alta estação, quando há mais turistas do que venezianos. Se for fazer compras, há, é claro, lojas de suvenires em todo canto ou mesmo quiosques de rua. Algo muito comum vendido em todo canto são as máscaras do Carnaval de Veneza, lindas, decorativas. Só reparem bem o que você está comprando nesses quiosques. Umas máscaras que examinei de um desses vendedores de rua tinha no verso a inscrição made-in china… As autênticas você só compra em lojas e, mesmo assim verifique se são realmente italianas.
Surpresas
Outras supressas aguardam brasileiros que não conhecem a Europa: como em quase todos os países da UE a cannabis é liberada. Vimos uma numa das ruas principais ao lado do Canal Grande. Um baseado pronto custa cerca de 6 reais… O ambiente é tranquilo, sem bandidos nem balas perdidas e não alimentam o crime organizado como no Brasil. O produto é taxado e utilizado em áreas sociais, como educação, saúde etc. Não compramos nada: bem em frente à loja que vendia maconha havia outra que comercializava vinhos. Pelos mesmos seis euros compramos um ótimo chianti da Toscana…
Vaporettos
O vaporetto é o meio de transporte mais econômico em Veneza, ou seja, é utilizado por toda a população veneziana. Recomendamos que, se for possível, instale-se na popa, aberta dos lados para pode apreciar a vista do Canal Grande, repleta de belíssimos palácios e pontes. Pode valer a pena comprar um passe de transporte do vaporetto, de uso ilimitado dentro de seu período de validade.
Há passes por períodos de 24, 48, 72 horas, ou com uma semana da validade. Assim, a maioria dos turistas também acaba tomando um vaporetto. Há uma estação pertinho da estação Santa Lucia, no Canal Grande, a principal via aquática de Veneza, uma verdadeira “avenida”. Você o utiliza como um ônibus aquático. A maior parte dos vaporettos liga a Estação Santa Lucia à Piazza San Marco e mesmo as ilhas próximas. No vaporetto você vai igualmente se deparar com algumas surpresas que o farão arregalar os olhos, como as imensas mãos saindo de dentro do Canal grande e tocando um dos palácios da margem. Quase inacreditável!
Lancha-táxi
Da mesma forma como os vaporettos correspondem aos nossos ônibus, em Veneza, se você quiser um táxi, terá que tomar uma lancha. O preço da corrida é meio salgada. Conte uns 60 euros da estação Santa Lucia a Piazza San Marco. No auge da estação talvez você pague mais. Você será obrigado, porém a pagar o preço se estiver hospedado longe da estação ou, igualmente, dos pontos de parada do vaporetto. Na baixa temporada é mais fácil barganhar um preço. Aliás, mesmo na alta temporada você deve barganhar. Em suma lancha-táxi pode ser até elegante. Mas, para quem tem dinheiro sobrando…
E as gôndolas?
São típicas de Veneza e não existem em nenhum lugar do mundo, exceto alguma cópia made-in-Dubai…. Sem dúvida, um passeio numa dessas gôndolas é bastante agradável. Afinal elas penetram naqueles meandros de canais da cidade, pouco conhecidos ou frequentados pela maioria dos turistas que visitam Veneza. Mas, gôndola não é exatamente um “meio de transporte”, como os vaporettos. Além disso, um passeio de gôndola não sai barato. E há passeios diurnos e noturnos, com preços diferenciados. Uma barganhada fora de estação pode ajudar, porém, mesmo assim calcule gastar algo em torno de 100 euros principalmente na alta estação. Aliás, combine sempre o valor do passeio antes de subir na gôndola.
Melhor época
Dicas sobre Veneza na Itália: os melhores meses do ano para você curtir La Sereníssima
Já escutei algumas pessoas comentando que os canais podem, no verão, ter mau cheiro. Ketty e eu nunca percebemos nada, apesar de minha companheira de aventura pelo mundo ter um olfato de perdigueira! Afinal, raramente viajamos pela Europa durante o verão. Aliás, mesmo quando morava em Paris, fugia para o norte da Europa nos meses mais quentes. Creio que nunca estive em Veneza no auge do verão. Então não posso julgar. Pode ser que, eventualmente, em dias muito quentes, do verão, os canais podem ter de fato algum odor.
Em suma, considero meses como junho, julho e sobretudo agosto, desagradáveis em quase todos os países da UE.
Outono e primavera
As cidades europeias não combinam com calor! Portanto, a primeira dica que quero passar é: evite Veneza no verão! Para nós, habituados com climas mais frios, mesmo o inverno é melhor do que o verão. O ideal, entretanto, é visitar Veneza no outono e primavera. As temperaturas são amenas, agradáveis, a passagem aérea e as diárias de hotéis estão com preços mais apetitosos.
Como é o inverno em Veneza? Incomoda?
E o inverno? Bom, Ketty e eu, que lidamos bem com o frio, preferimos os meses temperados em Veneza do que aqueles do verão. Devo confessar, entretanto, que o vento frio do mar durante o inverno incomoda um pouco. Da mesma forma, no inverno, informe-se sobre as marés, que provocam l’acqua alta. Portanto, no inverno, podem ocorrer inundações.
Se fosse mencionar os meses que (na minha opinião e a de Ketty, igualmente) são mais agradáveis, eu diria que são os meses de abril, maio, outubro, novembro.
No verão, fila para tudo em Veneza
Outro bom motivo para escolher a primavera ou o outono para visitar Veneza, é que a cidade, no verão, está infestada de turistas de toda Europa, dos USA, Canadá, Japão, China etc. Ou seja, o verão corresponde à época de férias escolares no hemisfério norte, quando a maioria das pessoas está podendo viajar.
Dessa forma os hotéis estão lotados, os vaporettos que transportam passageiros igualmente, uma multidão toma as ruas. Há, portanto, filas para visitar as atrações, filas para se tomar um sorvete, filas para tudo. Você vai visitar um museu e não consegue ver nada porque um excursão recém chegada da Bessarábia do Norte entupiu as galerias de quadros. Igualmente, mal se consegue andar na Piazza San Marco com todo mundo distribuindo migalhas de pão para os pombos e posando para fotos. Os pombos, animaizinhos sabidamente ingratos, retribuem fazendo suas necessidades sobre a cabeça dos turistas. Alguns acham isso a suprema glória… Assunto para muitos papos de barzinhos numa happy hour no Brasil
Onde se hospedar em Veneza
Nós não temos o costume de indicar hotéis porque acreditamos que nos sites de hospedagem do tipo do Booking.com você encontra uma dezena de opções de hotéis de todos os preços. Assim também, vê fotos de um monte de estabelecimentos, lê comentários de hóspedes, e, portanto, analisa se agrada ou não. Não temos, aliás, condições de fazer o mesmo aqui no blog. Temos, porém, uma dica bem quente para passar a todos aqueles que pensam ir a Veneza.: a melhor região para se hospedar em Veneza é perto da estação Santa Lucia.
A opção de se hospedar em Venezia Mestre, bem do lado
No auge da alta temporada, sobretudo no mês de agosto, nem sempre é fácil encontrar hotel em Veneza. Ou seja, se você não fez sua reserva com antecedência poderá se ver em maus lençóis. Dessa forma, se estiver muito difícil encontrar hospedagem na Sereníssima, pense em se hospedar em Mestre, ao lado de Veneza, onde é mais fácil estacionar. Há muitos trens por dia ligando as duas cidades.
Gastronomia
Em Veneza come-se bem. Nem sempre porém naqueles restaurantes super turísticos junto do Canal Grande com menus escritos em uma dúzia de línguas (talvez até em aramaico!). Não é nesse tipo de restaurante que os venezianos mesmo costumam comer. O fato é que há pequenos restaurantes muito bons frequentados por italianos principalmente, espalhados pelas ruelas em torno dos canais menores ou nas praças (campi),onde se pode comer comida veneziana autêntica. Boa parte do menu têm ótimas opções de pescados e frutos do mar fresquíssimos, alguns bem criativos, como a lula recheada com queijo e camarão, simplesmente divina, principalmente se acompanhada com um bom vinho branco ou com uma birra nos dias mais quentes.
Como reconhecer um restaurante veramente italiano em Veneza
Assim, antes de entrar num restaurante, observe a atentamente sua clientela. É molto facile…. Se forem turistas estarão talvez vestidos com aquelas camisetas “I Love Venice”, máquina fotográfica e outros apetrechos. Se forem turistas norte-americanos talvez esteja tomando coca-cola com lasanha… Mas, se forem italianos você percebe de cara: estão falando meio alto, gesticulando muito e completando qualquer frase com as mãos… A Ketty, na foto, uma oriunda de origem italiana não está falando com as mãos porque está segurando o garfo!
Principais atrações
Piazza San Marco – Para nós, só percorrer o Canal Grande de Vaporetto ou caminhar ao lado de pequenos canais do “miolo” de Veneza já é um programão. Mas, é, claro, não se pode deixar de dar uma chegada na Piazza San Marco, a piazza mais badalada de Veneza, onde ficam Basílica de São Marcos, o Palazzo Ducale ou Palácio dos Doges, a Torre do Campanile, visitas imperdíveis, E, é claro, dar uma subida no Campanile. Do alto a vista é magnífica. Não se assustem, tem elevador…
Ponte Rialto – No Canal Grande. Lindíssima, provavelmente você passará de barco sob ela várias vezes. Mas vale descer e visita-la.
Ponte dos Suspiros – Tem esse nome porque era por ali que passavam os condenados para a Nuova Prigioni, uma prisão de alta segurança de onde ninguém conseguia escapar,. Aliás, ninguém não: Casanova, escritor, famoso por seus amores, conseguiu.
Veneza também tem muitos interessantes museus
Ca’ Pesaro – Esse palácio barroco abriga o Museu de Arte Oriental e a Galeria Internacional de Arte Moderna de Veneza. Site do Cá Pesaro
Ca’ d’Oro (Literalmente “Casa de Ouro”) palácio gótico da metade do século XV. Abriga uma galeria com peças deTinroretto, Mantegna, Tiziano entre outros mestres. Site do Cá d’Oro
Ca’ Rezzonico (Museo del Settecento – No lindo palácio iniciado no século XVII funciona um museu inteiramente dedicado ao período setecentista, com arquitetura e decoração típicas. Site do Ca´Rezzonico
Gallerie dell’Accademia – É um dos principais do país. As galerias da Accademia reúnem o melhor da arte veneziana dos séculos XIV ao XVIII, abrangendo desde obras realizadas na Idade Média até o período barroco. Nos seus salões estão expostas pinturas de grandes mestres, Site: Gallerie dell’Accademia
Museo Peggy Guggenheim – (Palazzo Venier dei Leoni) O museu reúne lindas pinturas da colecionadora americana Peggy Guggenheim. São obras expressionistas, abstracionistas, cubistas e surrealistas. Site: Museo Collezione Peggy Guggenheim
Museo Storico Navale – Boa coleção de réplicas de antigos navios mercantes e de guerra utilizados pelos venezianos, entre elas o Bucintoro, barco folheado a ouro. Site do Museu Storico Navale
Ilhas próximas na Laguna de Veneza
San Giorgio Maggiore – Há belas ilhas na Laguna de Veneza, fáceis de acessar de barco. Quase em frente à região da Piazzza San Marco fica a Isla de San Giorgio Maggiore, a uns dez minutos de barco do embarcadouro da Ponte dos Suspiros. O imponente conjunto formado pela igreja, abadia beneditina e pelo campanário, datam do fim do século XVI. A vista do alto do Campanário é simplesmente magnífica de frente para a Pizza San Marco!
Murano – A ilha de Murano, por sua vez, é famosa por suas peças de vidro artísticas, que atrai muitos visitantes Pudemos, assim, apreciar o trabalho artesanal dos sopradores de vidro, com o material incandescente tirado das fornalhas. O sistema é utilizado há séculos o que torna a ilha famosa. Produzem vasos, enfeites, garrafas, pratos e todo tipo de objeto de vidro. Possuem, é claro, uma loja que vendem seus produtos.
Já, Burano se destaca pelas casinhas simples, mas de colorido forte, ainda mais lindas do que as de Murano, cada uma de um colorido diferente. Um bom programa é caminhar por suas ruelas e canais, tudo cercado de cores vivas. O próprio passeio de barco de Veneza até as ilhas já vale a pena para você tentar entender como é a Laguna de Veneza. Dá para visitar as duas ilhas num bate-e-volta, talvez almoçar por lá.
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E após Veneza?
Depois de passar uns dia em Veneza resolvemos prosseguir e visitar outras cidades do Veneto e do Trentino do Alto Adige, mais ao norte já perto da Áustria e Suíça. Escolhemos o Fiat 500. Eu já guiara esse carro, mas o modelo antigo, faz tempo. Um carrinho pequeno, mas confortável, gostoso de guiar. E ainda por cima, econômico e com valor de aluguel tentador. Nós, Ketty e eu, já guiamos em diversos países no exterior. A Ketty guiava, mesmo no Japão, país de mão inglesa (quem não está acostumado sofre!) Aliás, já guiei sim, em estrada de mão inglesa, na Índia. Pior ainda, para complicar, guiava um Renault, carro francês, igual aos brasileiros, com volante do lado esquerdo. Você não enxerga nada, é preciso ter um coo-piloto! Ketty, que nunca havia guiado esse carrinho, adorou. Quase brigávamos para ver quem ia guiar!