Itália

Toscana, todas as dicas

Como todo mundo sabe, a Itália é dividida por regiões situadas no centro, norte e sul do país. A Toscana fica no centro da Itália e é considerada uma das regiões preferidas por gente do mundo inteiro que visitam o pais. Na Toscana, afinal, ficam cidades e aldeias de alto interesse. Digamos, aliás, que, além das cidades, todas medievais ou renascentistas, as paisagens toscanas são lindas, charmosas, coloridas.

Sobre a Toscana

Mapa da Toscana

Quando falamos em Toscana, todas as dicas, aconselhamos, portanto é, curtir as cidades e vilarejos toscanos, mas não deixar de apreciar sua campagna. Você pode fazer isso de trem ou de ônibus. O ideal, porém, é estar motorizado e poder parar onde quiser. Parar para curtir um povoado, fotografar ou beber uma taça de vinho num buteco de estrada mordiscando um salaminho de javali. Enfim, se você está guiando, nada de exagerar no vinho. Os carabinieri estão de olho!
O melhor sempre é trafegar pelas estradinhas secundárias, com pouco trânsito e muito mais pitorescas. As auto-estradas de alta velocidade é para quem quer ir direta e rapidamente de uma cidade para outra.

Os campos toscanos

Como ir para a Toscana

Não há, infelizmente, voos diretos do Brasil para a Toscana. Dessa forma, nós, brasileiros somos obrigados a descer em Milão ou Roma e de lá tomar uma conexão. O Aeroporto de Florença fica a dez quilómetros da cidade. Ele é também conhecido como Aeroporto Americo Vespucci ou Aeroporto de Peretola (um subúrbio de Florença). Há vários ônibus do aeroporto para a capital fiorentina. Temos ainda a opção de descer em Pisa, onde existe um aeroporto maior, que serve várias cidades toscanas. Assim, muitos (mas, ainda uma minoria) preferem iniciar sua viagem pela Toscana a partir de Pisa, cidade com fácil acesso à Florença e ás demais cidades toscanas.

Pisa, para alguns, o começo da viagem pela Toscana

Para quem chega do Brasil e desce em Roma ou Milão

Outra opção, talvez a mais prática, para alcançar a Toscana é descer em Roma ou MIlão e ir para Florença de ônibus (mais barato), ou de trem, (mais rápido). De Roma são 270 quilômetros, ou seja, umas três horas de estrada. De Milão é um pouco mais longe. São 320 km aproximadamente, um trajeto que pode ser coberto em mais ou menos 3 hs. É possível também alugar um carro, mas tenha em mente que um veículo só é útil se você for visitando lugares de seu interesse pelo caminho. Em Florença mesmo, é muito complicado estacionar, os estacionamentos pagos são caros. Em suma, automóvel dentro do Florença é um elefante branco.

Toscana, todas as dicas: quando o carro se torna um elefante branco

Como circular pela Toscana: todas as dicas

Em primeiro lugar, consiga um mapa da Toscana no aeroporto, logo ao chegar. Nós gostamos muito dos mapas Michelin, mas você escolhe o que mais lhe agradar. Considere também o tempo que você dispõe para sua viagem pela Toscana. Afinal, tem coisas demais para se ver na região. Uma semana é o mínimo do mínimo se você só quer conhecer apenas o básico do básico… O ideal é ter uns quinze dias, considerando que, só Florença, merece uns quatro ou cinco dias para ser visitada. E tem, ainda mais: Pisa, Siena, Lucca, San Gimignano, e muitos outros lugares. Você terá que ver as fotos e escolher, selecionar, e mesmo excluir lugares. Tipo “A escolha de Sofia” (filmão, aliás!). Há trens e/ou ônibus para os principais destinos. É o mais prático e talvez mais rápido.

Trem ou ônibus na Itália, em muitos casos uma boa opção na Toscana

Carro, ônibus, ou trem?

O carro interessa principalmente para aqueles que não têm pressa. Ou seja, motorizado você pode ir parando onde quiser, aproveita mais os visuais. É o ideal para aqueles que querem (ou precisam, como nós…) fotografar e filmar. Em suma, se quer visitar a Toscana, escolha a opção que tem mais a ver com sua realidade. Assim, alugar carro pode ser uma boa ideia em alguns casos, mas não sempre. Muitas vezes o transporte público vale mais a pena. Outro ponto importante é definir uma cidade para servir de base.

Florença, uma excelente base

Nós, como a maioria das pessoas, preferimos nos instalar em Florença e, da capital fiorentina, visitar as cidades vizinhas. Afinal, é a cidade que tem mais atrações e mais interesse. O melhor é tomar ônibus ou trem. Há certo trânsito para se entrar ou sair de Florença. Além disso, geralmente só os hotéis mais caros dispõe de estacionamento. Aliás, no centro histórico não tem como escapar. Não tem como estacionar. Você terá mesmo que morrer com o dinheiro do estacionamento. Confesso que a dificuldade em estacionar é uma realidade que temos que encarar se alugarmos carro. Na alta temporada é desanimador.

Veja passagens aéreas e pacotes

Hotel na Toscana

Como sabemos, a Toscana é linda. Em outras palavras, é igualmente muito turística. Por isso mesmo, em qualquer época do ano reserve com antecedência. A região tem opções de todas categorias e preços. Tem que ser hotel limpo, é claro. Mas, na Europa, praticamente todos o são. Também, quase todos, mesmo os mais simples, têm quartos com banheiro privativo, mesmo que alguns tenham lados estranhos, pois foram adaptados num canto de um aposento, por exemplo.

Há hotéis simples, mas sempre limpos em toda a Toscana

Assim, uma vez fiquei num Soggiorno (hotelzinho familiar) em Florença. Tinha banheiro limpo mas, para você chegar ao vaso sanitário tinha que passar por dentro da ducha! Outro detalhe importante: mesmo que sejam mais baratos, evite se hospedar longe do centro histórico. É onde ficam as atrações que você pretende visitar. Além disso as estações ferroviárias e de ônibus costumam ficar próximas aos centros históricos (exceto a estação ferroviária de Siena).

Escolha e reserve seu hotel na Toscana

O centro histórico de Florença

O agro-turismo

Muitos turistas curte uma particular opção de viagem: o agro turismo. Em outras palavras: alojar-se fora de qualquer centro urbano, no campo, à vezes numa vinícola, ou numa fazenda. Geralmente a gastronomia e vinhos são excelentes e o ambiente bem familiar. Da mesma forma que os hotéis nas cidades, no campo existem também opções de diferentes categorias e preços. Alguns, aliás, são verdadeiras villas toscanas bastante chiques. Muitas vezes essas propriedades são rodeadas de videiras e, algumas produzem vinhos. Outros são simples, mas corretos. Em suma, pode valer a pena para quem já conhece as principais cidades toscanas.

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História da Toscana

Até a chegada dos romanos, a Toscana era basicamente um território etrusco. Posteriormente virou colônia romana. Novas cidades foram também fundadas na região, que recebeu colonos vindos de Roma. Normalmente antigos legionários recompensados após anos de serviço militar. Só bem mais tarde, com a queda do Império todos os maiores centros toscanos acabaram por se torna cidades-estados independentes, dominados pelas famílias mais ricas e poderosas, quase sempre em sangrentas disputas entre si.

Poderosas famílias mandavam na Toscana

Novos conflitos

O que não faltava eram motivos para novos conflitos. Dessa forma, no século XIII o pau quebrou entre os partidários do Imperador Federico Barbarossa, do Sacro Império Românico-Germânico, chamados de gibelinos, e seus rivais, apoiadores do papado de Roma, os guelfos. Igualmente, sempre existiu esse clima competitivo, uma amarga rivalidade entre essas cidades-estados, quase sempre em guerra entre si. Durante o período em que Florença estava sob o poder da família Médicis, os fiorentinos foram anexando cidades e ampliando seu domínio sobre a Toscana. Algumas das mais ricas famílias fiorentinas eram banqueiros que financiavam até mesmo reis, financiavam feiras de negócios, bancavam a quem os interessavam. Alguns dos Meddicis, como Lorenzo (apelidado de “O Magnífico”) foram grandes incentivadores da arte, mecenas e tiveram habilidade diplomática para manter a paz com seus vizinhos.

Lorenzo, O Magnífico

Florença e a língua italiana

Agora uma curiosidade, algo que muita gente nem sabe. Em 1871, ocorreu a reunificação dos vários pequenos reinos, repúblicas e principados espalhados pela Itália após um tumultuado processo, em que participou Guseppe Garibaldi, que já lutara anteriormente no Brasil na Revolução Farropilha. Em suma, a Itália tornou-se um só país, o Reino da Itália. O primeiro rei italiano foi Vittorio Emmanuelle, que já era rei do Piemonte e da Sardenha. Os italianos, porém, tinham rei, mas não tinham uma língua comum.

Vittorio Emanuelle II

O país dos dialetos

No Brasil, do Acre ao Rio Grande do Sul, todos falam português. Praticamente o mesmo, salpicado de expressões locais e sotaque. Na Itália, porém, cada região tem seu dialeto. Alguns tão diferentes, como o siciliano, por exemplo. Diferente a ponto de um italiano do norte do país não entender nada do que o povo por lá fala entre si, se visitar a Sicília. Como fazer? Tinham que escolher um desses dialetos para ser a língua oficial italiana. (Imagino o pau que quebrou, todo mundo falando com as mãos!) Finalmente, decidiram-se pelo fiorentino.

Dante Aliguieri

Os fiorentinos, afinal, já tinham uma língua escrita, com escritores do nível de Dante Alhiguieri, Petrarca e Boccaccio, por exemplo. E, ainda mais, tinham também contratos comerciais e bancários por escrito, estabelecendo condições e juros nos seus empréstimos e negócios. Decidiram, afinal, que o “italiano oficial” seria o fiorentino, o idioma você vai utilizar em todo lugar na Itália. Aproveite, portanto, para desenvolver seu conhecimento da língua “oficial” da Itália.

A língua de Florença, o primeiro dialeto com escrita padronizada, regras e uma gramática

Minha experiência pessoal com o idioma de Dante

Minha experiência pessoal com o idioma de Dante Eu já fizera seis meses de italiano no Dante Alighieri em São Paulo. Mas, estava longe de ser fluente no idioma. Posteriormente, vivendo em Paris, tinha amigas italianas. Ainda mais, viajei muito pela Itália. Era fácil e barato, afinal, já estando na Europa. Convivi também com venezianos e fiorentinos no Nepal. E, em Veneza, onde eu conseguira uma bolsa de verão, conversava muito com a senhorinha da pequena pensão onde me instalei. Aperfeiçoei muito o italiano. Mas, quando cheguei a Florença me perguntavam onde eu aprendera a língua. Quando falei que foi em Veneza riram: “Ma tu non parli italiano. Tu parli veneziano!

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Aprendendo a língua vêneta

Melhor época do ano para visitar a Toscana

Temos uma posição muito clara sobre a importância de viajar na época certa. Em primeiro lugar, evitamos viajar na alta estação, principalmente para a Europa. Quando eu morava em Paris, simplesmente sumia em julho e agosto. E também janeiro. São épocas de férias escolares, quando todo mundo aproveita para viajar. Algumas firmas até concedem férias coletivas a seus funcionários. Em odos os lugares turísticos, em suma, estão lotados. Tem fila até para comprar um sorvete, você não é bem servido na maioria dos bares e restaurantes. A passagem aérea é também muito mais cara na alta estação.

Começar a viagem pagando menos pela passagem é o primeiro passo para viajar sem detonar sua conta bancária

Primavera e outono, nossas preferências

Na Toscana os hotéis têm ser reservados com uma antecedência ainda maior. Igualmente, aqueles super descontos que conseguimos na baixa estação (outono e primavera), nem pensar! As paisagens são, igualmente muito mais bonitas na baixa estação: na primavera está tudo florido, no outono o arvoredo assume lindos tons avermelhados. Não faz frio nem calor demasiado. Há, enfim exceções: os destinos situados em lugares de alta latitude, já meio próximos dos polos, portanto, super gelados, devem ser visitados no verão. Ushuaia, na Argentina, por exemplo, o norte da Noruega, etc.
Em todo caso, devido a incerteza climática que vive o planeta, e recomendável consultar também a previsão do tempo para a região que você pretende visitar.

A primavera na Toscan e em todos o centro da Itália é muito linda

Por que visitar a Toscana?

A região Toscana é, em primeiro lugar, provavelmente, a mais interessante região italiana, com um grande número de cidades medievais e renascentistas, que colocam o visitante diante de um problema: la difficoltà di scegliere (a dificuldade da escolha, ou de escolher). Em outras palavras, nenhum país da Europa se compara à Itália em número de sítios considerados pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Chama atenção, em primeiro lugar, a arquitetura. Dessa forma, não há nada mais agradável do que flanar pelas tortuosas ruelas medievais das cidades toscanas. De repente, você desemboca numa praça e da de cara um um magnífico palácio renascentista ou com gigantescas torres de pedra, passagens cobertas ou mesmo pontes, como o Ponte Vecchio de Florença. Não apenas as maiores e mais conhecidas cidades da Toscana impressionam o visitante, mas também aldeias como San Gimignano ou Montereggione, por exemplo.

San Gimignano, a cidadezinha ais medieval da Itália.

O acervo artístico toscano

Além disso, o acervo artístico acumulado na Toscana é simplesmente extraordinário. A Galleria degli uffizi (site: Galeria degli Uffizi) de Florença é de embarbascar. Lá estão obras famosas, como “A Anunciação, de Leonardo da Vinci,”Venus de Urbino”, de Ticiano, “Baco”, de Caravaggio, “O Nascimento de Venus”, (La nascita di Venere) de Botticelli, simplesmente maravilhosa e que mais atrai visitantes. É pena que muitas vezes, no auge da estação, a quantidade de turistas é tal que você nem consegue ver muita coisa.

Nascimento de Venus


Queremos, enfim, lembrar que a Toscana conserva um acervo de arte dos mais diferentes períodos da história italiana. Não apenas, aliás, em seus diversos museus, mas também obras espalhadas pela cidade. Muitos séculos, portanto, de cultura e arte. Quando você caminha por Florença, por exemplo, percebe que a cidade é um verdadeiro museu a céu aberto. Em suma, é uma cidade que encanta os visitantes.

Rapto das Sabinas: obra de arte decoram Florença

Culinária toscana

A culinária é também um prazer quando viajamos pela Toscana. Nos agradam muito, portanto, os vinhos e a culinária toscana. Em outras palavras: se mangia bene. Uma dica rápida: evite restaurantes super turísticos com menus em um monte de línguas. Sempre comemos onde o povo da terra come, mesmo que sejam lugares aparentemente simples. Em suma, comemos bem e gastamos pouco. Igualmente, compramos nos mercadinhos comuns na região, produtos locais como queijos, salaminhos e outros frios, além do pão, também aprovado. Se acrescentarmos uma garrafa de chianti, nosso jantar no quarto do hotel está assegurado.

Pappardelle al ragu de chinghiale e o gnudi

Os pratos que gostamos foram o pappardelle al ragu de chinghiale, massa com molho de javali. Temos também a bisteca fiorentina (um bifão bem mal passado…) o gnudi , (nhoque de espinafre e ricota). Se você estiver com saudades do feijão brasileiro, peça o faggioli all’uccelletto. É feijão branco com molho de salvia e tomate, com linguiça. O arroz, entretanto, só nos risottos. Entre os doces, experimente os tradicionalíssimos panforte e o castagnaccio toscano, feito com farinha de castanha seca, água, óleo e, muitas vezes também frutas secas. Esse é o melhor, nosso favorito. Não leva açúcar, uma boa informação para quem está de regime.

O faggioli all’uccelleto

E as atrações? que lugares visitar?

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Todas cidades toscanas tem ótima estrutura hoteleira, mas sobretudo no verão é mais seguro reservar.

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Todos nossos vídeos têm o turismo como tema. Assim também, temas correlatos, como “gastronomia em viagem” ou “vinhos em viagem” que igualmente se enquadram no tópico turismo. Nossos vídeos refletem nossa filosofia de viagem e de vida. Portanto, quando viajamos, não queremos apenas visitar atrações turísticas ou curtir belas paisagens. Afinal, isso é parte importante da viagem, sem sombra de dúvida. Curtimos, porém, conhecer a cultura, costumes, a gastronomia do país, sua arquitetura, sua produção artística e sua religião.

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