A aventura do rafting
A descida do rio Narayani. Embora eu seja meio preguiçoso quando se trata de encarar grandes caminhadas montanha acima, um bom rafting era, porém, algo que eu não queria perder. Kim, entretanto, não gostava desse tipo de aventura, tinha medo. Propôs, portanto, que eu fosse encontra-la em Pokhara, outro point dos mochileiros a um dia de viagem a oeste de Katmandu. Assim, nos despedimos depois de um café da manhã bem matinal. Ela seguiu para a precária estação de ônibus de Katmandu. Eu subi para o quarto e dormi mais um pouco. Queria, aliás, estar descansado. Afinal, no dia seguinte iria enfrentar as águas geladas do rio Narayani.
As mais belas paisagens do Nepal
Descendo pelo rio Narayani em direção à Índia sabia, porém, que iria passar por algumas das mais belas paisagens do Nepal. Ou seja, valia a pena.
Aliás, descer o Narayani dava à experiência um sabor de aventura, pois esse era um rafting de dificuldade média. Ou seja, protegidos com coletes salva-vidas e capacetes, o que tinhamos que fazer em alguns trechos era, em suma, remar. Era preciso fazê-lo vigorosamente, em um grupo comandado por um guia sherpa. As águas, entretanto, estavam bastante frias.
Pernoite junto do rio Narayani
No inverno, quando o nível das águas está mais baixo, surgem enormes praias fluviais. Perfeitas, pontanto, para serem utilizadas como local de pernoite. Uma equipe de nepaleses, de jipe, assegurava assim, a infraestrutura necessária. Esse pessoal montava igualmente o acampamento nos pontos em que a estrada de Katmandu a Pokhara passa próxima ao rio.
Ou seja, quando desembarcávamos na praia, molhados e com frio, as barracas já tinham sido armadas e um chá quente nos esperava. O acampamento era também o lugar certo para confraternizações, papos, troca de dicas, falar de nossas viagens e poder relaxar à beira do rio.
No dia seguinte reuniam todos ali, davam instruções, verificavam se alguém estava sem colete salva-vidas. Em seguida embarcávamos.
O Nepal visto do rio Narayan
Uma pequena pausa para falar do chá no Nepal e na Índia: é forte, em alguns casos fervido diretamente no leite.Às vezes com gengibre, e muito bom. Por que eu, brasileiro, pouco acostumado com chá, praticamente não tomava café, nem mesmo pela manhã? Modismo? Por estar no Oriente e “fazer gênero”? Não. Por um motivo simples: o café no Nepal, cultivado principalmente na Índia e terras baixas não era lá grande coisa. Além disso, não sabiam, aliás, prepará-lo direito. Era uma água amarronzada. Melhor, então tomar chá, muito bom no Nepal e Índia.
Trechos calmos
Um dos lados bons do rafting era não apenas enfrentar corredeiras bravias, quando tínhamos que remar depressa e tomar cuidado com certas pedras no meio do rio. Ou seja, gostávamos também de deslisar devagar pelo rio nos trechos de águas calmas. Dessa forma, podíamos assim, curtir e fotograr suas margens e as montanhas nevadas do Himalaia, ao longe.
Curtindo paisagens
Antes do anoitecer, era servido um jantar simples – nada de strogonoff de frango nem escargots…! Mas não tinha importância, tudo o que eu queria era curtir as paisagens absolutamente deslumbrantes dos contrafortes do Himalaia. Infelizmente, porém, nem sempre, quando navegávamos por águas agitadas, podíamos fotografar. Em suma, nos momentos mais tranquilos, pude, dentro do bote, me dar ao luxo de tirar algumas fotos muito boas.
Com a aproximação das corredeiras, porém, as câmeras eram enfiadas rapidamente dentro de sacos plásticos hemeticamente fechados.
Nos dois lados do rio viam-se pequenas aldeias literalmente penduradas nas montanhas. É quase incrível que seus moradores subam até lá com provisões nas costas.
Teleféricos primitivos
Em certos trechos existem pontes suspensas que nada ficam a dever às que aparecem em filmes do Indiana Jones. Em outros lugares os habitantes utilizam “teleféricos” primitivos. Mais exatamente, na verdade simples e temerários caixotes de madeira presos em uma roldana. Esta corre por um cabo de aço puxado a mão pela pessoa em seu interior.
A descida do rio Narayani: dias inesquecíveis
Esses três dias de rafting foram inesquecíveis. Era o primeiro rafting que eu fazia. Estávamos em plena lua cheia. Jantávamos, assim, na praia fluvial junto a uma fogueira na areia, onde conversávamos. O grupo era formado por gente de diferentes países, europeus, canadenses, duas japonesas. Apesar das diferenças de língua, os papos conseguiam ser animados.
Chitwan National Park
No final do terceiro dia, o jipe nos levou ao Chitwan National Park. O parque é um santuário de vida selvagem onde prometeram que veríamos tigres, além dos rinocerontes. Em nosso safári diurno sobre elefantes, não vimos, entretanto, nenhum. Só os rinocerontes, um aqui, outro ali. Depois descobrimos que para avistar tigres tínhamos que pagar mais caro e fazer um safári noturno. Assim, só avistamos um desses grandes felinos.
O truque para atrair um tigre era amarrar um cabrito numa árvore. Os tigres, como os rinocerontes, respeitam os elefantes e não representavam risco para os turistas, montados sobre os paquidermes. É só, enfim, não escorregar do lombo de um deles… De qualquer modo, aliás, era raro durante o dia avistarmos esses grandes felinos. Numa das vezes em que avistávamos um, o bicho sequer se movia. Ficava apenas nos observando de longe com certa indiferença. Turistas de novo…
Rinocerontes nervosos
Em passeios de piroga nas águas calmas do rio que corta a reserva do Chitwan National Park, avistávamos crocodilos. Antes de fazermos o primeiro passeio a pé, o guia reuniu o grupo e deu orientações sobre como se comportar em caso de um ataque de rinoceronte. Se isso acontecesse, a primeira coisa seria achar uma árvore e escalá-la o mais rápido possível. Caso não houvesse uma árvore, uma outra solução era, igualmente, arrancar uma peça de roupa, jogá-la no chão para o rinoceronte chifrá-la. Ou seja ganhando um tempo para continuar correndo. Depois tirar outra peça
O guia contou que incidentes assim eram, entretanto, bastante raros. Nos relatou, porém, que uma inglesa perseguida por um rionoceronte, uma vez ingressou no acampamento a toda velocidade, apenas de calcinha. Enfim, achei demais. Francamente, não acreditei muito em sua história. Afinal, não sabia se era verdade ou piada para divertir turista!
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