Afinal, as castas ainda existem?
Ou foram abolidas? E os intocáveis? O que vem, aliás, a ser uma casta?
Em primeiro lugar, vamos à definição clássica. Casta é um conjunto de famílias que exerce determinadas funções e profissões hereditárias. Ou seja, formam uma comunidade homogênea quanto a costumes e cultura. Acreditam-se, igualmente, originários de um ancestral comum, homem ou deus. Não se muda de casta; nasce-se e morre-se nela. E um estrangeiro? Bem, sinto muito, leitor, nós estamos fora do sistema. Para um brâmane ortodoxo, somos, portanto, impuros.
Os hindus e os ocidentais sem casta
É verdade, porém, que, nos grandes centros modernos, apenas uma minoria de hindus sente-se incomodada em jantar em companhia de um estrangeiro ou em apertar sua mão. Em todo caso, o melhor procedimento para o estrangeiro desejoso de evitar uma situação constrangedora é o cumprimento à maneira indiana e nepalesa.
Ou seja, inclinando levemente a cabeça, juntando a mão ao peito, acompanhado da expressão Namasté. Essa forma de saudar as pessoas faz referência ao aspecto divino de cada um: “O deus que vive em mim saúda o deus que vive em você”. Ou seja, isso pelo menos evitará que o brâmane, após apertar a sua mão, vá correndo desinfetar a dele, passar álcool talvez…
As quatro castas básicas
Nas Índias dos Vedas, após a chegada dos arianos, havia quatro castas básicas. Em primeiro lugar, na mais alta posição, portanto, temos a casta brâmane. Ela seria, teoricamente, formada por sábios e sacerdotes, originários da boca do deus Brahma. Os xátrias ou guerreiros, teriam saídos dos braços do mesmo deus. Os vaicias, comerciantes seriam, por sua vez, oriundos das coxas do deus. Os sudras, seriam pequenos artesãos e trabalhadores braçais agrícolas, originários dos pés de Brahma. Fora dessas castas estavam os párias, também chamados de intocáveis, que não teriam saído de nenhuma parte do deus, mas da própria terra. Dessa forma, eram considerados, portanto, como seres impuros. Por isso mesmo não podiam nem mesmo ser tocados – daí o nome de “intocáveis”. Apesar de excluídos das quatro castas básicas nascidas do deus Brahma, na prática os párias não deixavam de constituir outra casta
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A diversificação do sistema de castas
O sistema de castas que abriga unicamente as quatro castas iniciais diversificou-se. Assim, hoje e abriga aproximadamente três mil subcastas. É subcasta que não acaba mais. John Hutton, historiador inglês, as estudou profundamente, até um período próximo da independência da Índia e da extinção oficial das castas. Hutton acredita que elas surgiram na Índia por razões de ordem política, geográfica e cultural bastante peculiares. Estas favoreceram igualmente seu desenvolvimento e consolidação. Ou seja, os arianos teriam introduzido uma ordem hierárquica numa sociedade que já estava subdividida em grupos profissionais, separados por tribos. O que fizeram, portanto, foi, por meio de textos védicos sagrados, reforçar o fundamento religioso do sistema. Simplificando: encontraram um alicerce meio pronto e construíram em cima.
Os arianos
O isolamento do subcontinente indiano, uma espécie de beco sem saída, afunilado, contribuiu para o sucessivo acúmulo de culturas, resultantes de invasões que estabeleceram a dominação ariana. Em suma, o que ali chegava, ficava. Essa conjugação de fatores resultou, assim, no aparecimento ou no desenvolvimento de preconceitos de raça. Deram origem igualmente a ideias sobre poderes dos alimentos de transmitir certas qualidades. Incentivaram também tabus e totemismos. Acreditavam na reencarnação, na adoração dos antepassados e igualmente na submissão de uma casta a outra.
É, também, graças aos arianos que uma parte da população indiana tenha tons mais claros de pele.
Mudar de casta? Só morrrendo e reencarnando de novo
Por exemplo, um sudra, para assegurar sua reencarnação na casta brâmane, deverá consagrar sua existência atual ao serviço de um brâmane voltado ao estudo dos textos sagrados. Digamos, portanto, que os brâmanes legislaram em causa própria, como fazem nossos políticos. Foram eles, portanto, que estabeleceram as regras que favoreceram o conformismo das castas inferiores.
As castas e a cor da pele
Grosso modo, as castas baixas têm a pele mais escura e exercem igualmente profissões mais humildes. Muito bem, quando você desembarca na Índia de hoje, urbana, moderna e capitalista não consegue distinguir casta alguma. Afinal, como saber a que casta pertence, por exemplo, um bancário ou um cientista nuclear? Os hindus, quando se apresentam, só pelo sobrenome já sabem um a casta do outro. Nós não temos a mesma facilidade.
Durante o período colonial inglês cada casta tinha e mesmo hoje conserva, até certo ponto, hábitos próprios. Por exemplo, com relação à educação das crianças, à amamentação, à preparação de alimentos e ao modo de falar, escutar, meditar, lavar-se e cumprimentar as pessoas. Possui também regras sobre o desempenho de funções sociais e profissionais, bem como noções de seus direitos e obrigações com relação às demais castas.
Os Khap Panchayet
Normalmente, cabia a um conselho de casta — o Khap Panchayet — o julgamento das principais infrações. A mais grave: ofender um brâmane (afinal, foram eles que estabeleceram as regras do jogo). Era infração séria igualmente comer, fumar ou beber uma simples xícara de chá na presença de alguém de casta muito inferior.
Complexo demais para um brasileiro! Essas regras de casta são, aliás, são mais importantes do que as religiosas. Deixar de frequentar templos seria menos grave do que o desrespeito a certas funções de casta. Aliás, nesse aspecto, as castas mais baixas se mostravam frequentemente mais duras com relação àquelas inferiores à sua.
Regras de casta, mais importantes do que as religiosas
Os hindus de mais alta casta aceitavam por exemplo ter uma concubina de casta inferior — ou mesmo muçulmana. Mais grave seria comer a comida por ela preparada ou dela aceitar um copo d’água. (Essa regra não vigorava quando se tratava de água do Ganges, o rio sagrado). Outra infração que, no passado principalmente, podia ser considerada grave era exercer profissão não condizente com a casta a que se pertencia.
Ainda hoje os conselhos de casta são poderosos em estados como Haryana, no Norte da Índia, onde ocorrem até mesmo linchamentos por transgressão das normas de sua casta. Um conselho de casta não pode punir judicialmente um transgressor, mas tem poderes para expulsá-lo de sua casta. Algo como uma excomunhão, porém, muito mais rigorosa.
Em algumas castas criminosas da Índia colonial, roubar era considerado absolutamente normal. As sanções do Khap Panchayet, se fosse o caso, seriam pelo fato de o infeliz ter se deixado prender pela polícia. Os Kallars por exemplo, perguntados sobre a profissão de sua casta, respondiam que eram ladrões. Contrariando, aliás, a ideia de que não existem castas fora da Índia, estariam Kallars autênticos representados na política brasieira e nas mais altas funções públicas no Brasil?
A diversificação profissional e as castas
Com a diversificação profissional na moderna sociedade capitalista da Índia atual, ficou, porém, muito mais difícil dizer o que é incondizente e o que não é. E um brâmane, por exemplo, podia tanto ser um advogado como um cozinheiro, mas nunca iria recolher o lixo ou produzir óleo extraído de cereais, tarefa impura. Mas, seu patrão na empresa pode ser de uma casta inferior à sua. Ou seja, o sistema de castas está batendo de chapa no capitalismo. Resumindo, está sendo difícil conciliar o sistema de castas (já abolidas oficialmente) com moderno sistema capitalista, onde o que conta é o dinheiro.
A transgreção de regras de castas e suas implicações
No caso da transgressão de regras, algumas castas exigiam do infrator a prática de um ritual de purificação do qual fazia parte a ingestão dos cinco elementos da vaca: o leite, o ghi (manteiga derretida), a coalhada, a urina (aaaaaaarghhh!!!), e também as fezes. Pouco a pouco, por influência dos colonizadores britânicos, os excrementos foram sendo substituídos por açúcar e mel. Ou seja, melhorou.
Parece, entretanto evidente, porém, que a diversidade cultural da Índia, sua variedade de línguas e dialetos, costumes, cerimoniais, hábitos e mentalidades, foi amplamente preservada pelo sistema de castas. Estas são, aliás, o elemento mais conservador da sociedade indiana.
Os costumes variavam e ainda variam segundo a região
O que você aprendeu numa região da Índia não vale, aliás, para outra. O alimento cozido na manteiga derretida (“ghi”) e os cereais, grãos sagrados, substância da alma — são sempre puros. O ghi, certos legumes e os grãos podiam ser comprados de praticamente qualquer um. Mesmo de um muçulmano, por exemplo, impuro aos olhos dos hindus de casta. O peixe, podia ser considerado alimento digno de alta casta, em Bengala. No Rajastão, entretanto, era frequentemente considerado impuro.
Tocar em mulher menstruada era outro tabu que igualmente variava conforme a casta. Um brâmane, se o fizesse, antes de ingerir qualquer alimento teria que banhar-se, lavar suas roupas e ler parte das escrituras sagradas. Para um sudra, apenas um banho seria suficiente.
As castas no passado e hoje em dia
No passado, indivíduos de certas castas inferiores não podiam, por exemplo, ostentar ornamentos de ouro. Ou ainda construir casa de mais de um pavimento, mesmo que tivessem dinheiro suficiente para isso. É, porém, a realidade da Índia moderna e capitalista, mais do que as leis, que está acabando finalmente com essa frescura toda.
O historiador francês Louis Jacolliot, que estudou as castas no século XIX, nos dá exemplos desse mosaico de costumes e da força da casta quando ainda estavam em seu pleno vigor. Jacolliot estudou os intocáveis em sua obra Le pariah dans l’humanité.
Veemente crítico da colonização britânica, ele acusava os ingleses de indiferença em relação à miserável situação dos intocáveis. Não é, entretanto, de se supor que os franceses teriam agido melhor do que os ingleses, que procuravam de fato manter-se afastados dos problemas relativos às castas.
A origem dos intocáveis
Jacolliot atribui a origem dos intocáveis, ou de parte deles ao menos, à população aborígene que teria se insurgido contra a dominação dos brâmanes. Marcados por esse estigma, seriam, dessa forma, considerados mortos em vida. Ou seja, ninguém poderia deles se aproximar. Ninguém poderia alojá-los sob seu teto, alimentá-los ou ajudá-los, sendo sua descendência considerada maldita.
O pária era aliás, o único hindu autorizado a comer carne bovina, mas só de animais mortos naturalmente ou por doenças. Certos objetos confeccionados por párias poderiam, por exemplo, ser vendidos aos sudras, mas não a hindus de casta superior.
O mesmo preconceito
Aos intocáveis urbanos era permitido exercer certos ofícios considerados desagradáveis pelos demais hindus, como limpar fossas, por exemplo. Podia, ainda mais, lavar roupas, tarefa impura pela presença ocasional de sangue da mulher menstruada. Eram eles, igualmente que cuidação da cremação de cadáveres, algo também considerado com “tarefa impura”.
Até a água destinada aos intocáveis nos bebedouros públicos saía de uma torneira à parte. Ou seja, como ocorria igualmente, até meados do século XX em alguns Estados do sul dos EUA. Em muitos estados sulistas havia também torneiras separadas para os negros. Em diversas partes da Índia, os filhos dos intocáveis eram proibidos igualmente de se matricular em escolas. Da mesma formna, a eles era vedada a entrada na maioria dos restaurantes, barbearias, transportes e até mesmo nos templos hindus.
Os intocáveis e o direito ao estudo
Aos poucos, enfim, foram sendo feitas pressões para que as crianças párias tivessem acesso a escolas inglesas ou pertencentes a missões religiosas cristãs. A repulsa, porém, era tão grande que em diversos casos os hindus de castas mais elevadas preferiam tirar seus filhos da escola a permitir que se sentassem junto afilhos de intocáveis. Ou, ainda mais, empreendiam violentas represálias contra párias que pretendessem educar os filhos.
Lentamente, entrentanto, os párias foram conquistando o direito ao estudo. Em 1920, havia 150 mil alunos intocáveis. Posteriormente, uns dez anos depois, esse número subia para 230 mil. Pouquíssimos, aliás, já que a população da Índia na época já era de muitos milhões de pessoas. O acesso à educação por parte dos parias e castas inferiores pode, aliás, ser outro poderoso fator de transformação da sociedade indiana. Afinal, a ignorância se combate com a educação.
A semelhança com os USA da supremacia branca
Semelhante ao que ocorreu nos Estados Unidos: quando o governo federal impôs o fim do apartheid nas escolas americanas, a reação da direita racista no sul do país foi feroz. OU seja, a ponto de a Guarda Nacional ser mobilizada para que a lei pudesse ser cumprida. Afinal,a ignorância e os preconceitos estão em toda parte. Até hoje muitos seguidores da extrema-direita trumpista pertencem ou apoiam a organização racista Ku-Klux-Kan. Enfim, como dizem os franceses: La connerie n’ a pas de frontières... (A imbecilidade não tem fronteiras).
As tranformações nas estruturas de castas
A discriminação existia, entretanto, mesmo entre os intocáveis. Na região de Madras, por exemplo, os pallanas se recusavam a ser classificados juntamente com os chklis, ambos considerados párias pelos hindus de casta. E mesmo os muçulmanos, convertidos em massa à nova fé na época das invasões mogóis, conservavam igualmente dentro de sua religião de adoção a ideia de casta. Ou seja, seus tabus e preconceitos e exercendo a profissão de seus pais e avós no clã original.
As transformações na estrutura de castas
John Henry Hutton, no livro Les Castes de l’Inde, dá exemplos bem curiosos de transformações dentro da estrutura de castas. Assim, em 1931, diversas subcastas de pastores, como os ahírs, os goalas, os idayans e outros se uniram, formando uma única casta: os yâdavas. Em sentido contrário, temos casos de castas que se subdividiram, como a dos açougueiros (kahariks), da qual surgiu uma nova subcasta, a dos bekanwalas, que preparavam os produtos de origem animal.
Há igualmente casos de castas comuns a agricultores e pescadores, como os kaibarttas, de Bengala, que se dedicavam a essas duas atividades. Mais tarde, os kaibarttas passaram a formar duas subcastas, os kaibarttas jaliyas (pescadores) e os kaibarttas haliyas (agricultores). Com o predomínio da agricultura, essa atividade passou a ser considerada mais nobre.
Casamentos intercastas
Casamentos intercastas, normalmente de um homem de uma casta superior com uma mulher de casta inferior, podem ocorrer. Mas são pouco numerosos. Como ficaram, porém, hoje as castas? O que mais mudou no sistema de castas fora os aspectos relativos à intocabilidade e à incomensabilidade, que perderam muito de sua importância. Ou seja, não vemos mais, como acontecia ainda no final do período colonial inglês nas estações ferroviárias ou em qualquer logradouro público torneiras separadas para as diferentes castas ou para os ex-intocáveis. Igualmente, não vemos mais tabuletas vedando-lhes o acesso a restaurantes, templos ou outros edifícios.
A constituição de 1950
Também não existem restaurantes destinados a determinada casta, ou, em trens ou ônibus, bancos reservados aos brâmanes ou aos sudras. O preconceito existe. Aliás, é muito difícil, se você é um estrangeiro, avaliar o sentimento de cada um a esse respeito. Oficialmente, as castas foram abolidas pela Constituição liberal e democrática de 1950. Essa constituição, chama os intocáveis pelo termo utilizado por Gandhi — “povo de Deus” ou harijans. Ela representa a vitória de uma elite esclarecida e até certo ponto ocidentalizada. Ou seja, aquele setor de mentalidade mais aberta. Aquele setor que deseja a implantação de um estado moderno e o desenvolvimento tecnológico do país. Em suma, inspirado nos modelos das democracias europeias. Para entender, porém, como ficaram na Índia contemporânea as castas, há necessidade de se considerar alguns pontos importantes.
A igualdade perante a lei
Não há dúvida de que a extinção oficial das castas e a proibição das segregações, foram passos importantes. Em suma, tornando todo cidadão indiano igual perante a lei, uma contribuição importante para um futuro e eventual desaparecimento de fato das castas. Os elementos de maior peso nesse sentido são, entretanto, a transformação da sociedade indiana. Em outras palavras, reformas sociais e políticas decorrentes da industrialização e modernização do país.
Kocheril Raman Narayanan, intocável, presidente da Índia
Cada vez mais conscientes, os intocáveis criaram associações fortemente politizadas que conseguiram, em 2005, eleger um dos seus, Kocheril Raman Narayanan, presidente da Índia. Narayanan, diga-se de passagem, já possuía um passado com boas referências. Afinal, fora jornalista, diplomata, parlamentar e vice-presidente do país a partir de 1992. Sua escolha como presidente tem, portanto, um significação ainda mais forte na Índia do que a eleição de Obama nos Estados Unidos. Afinal, por pior que tenha sido, a discriminação contra os negros nos Estados Unidos não se compara àquela sofrida pelos párias na Índia.
A sociedade capitalista e o sistema de castas
O fato é que a sociedade capitalista impõe procedimentos próprios. É o caso, por exemplo da divisão social do trabalho. Aliás, o desenvolvimento de uma sociedade de tipo capitalista pressupõe mobilidade social. O processo de enriquecimento diversificado entre os indivíduos, por exemplo. Ou seja, faz com que o poder econômico passe a ter um peso cada vez maior. Dessa forma, a sociedade de classes está se sobrepondo ao sistema de castas. Assim, o rico proprietário de uma grande empresa pode ter hoje empregados de uma casta mais alta que a sua. Podemos supor que esteja ocorrendo, ou que passe a ocorrer, com frequência cada vez maior, um fenômeno semelhante ao que aconteceu na Europa há alguns séculos. Dessa forma, nobres arruinados aceitavam casar seus filhos com pretendentes de famílias burguesas abastadas, preferindo uma boa situação econômica a um título.
Castas em seu estado puro só numa sociedade pré-industrial
Afinal, o sistema de castas, em seu estado puro, com todos os seus rituais e tabus, só tem condições de funcionar plenamente numa sociedade agrária e pré-capitalista. De um lado, o trabalho nas fábricas e escritórios, o dia a dia numa sociedade que vai rapidamente se industrializando, torna os contatos cada vez mais inevitáveis. As purificações rituais ficam igualmente difíceis. Impossível, aliás, não esbarrar em alguém num ônibus ou trem lotado. Ou, da mesma forma, deixar de manusear um documento trazido por um office-boy recrutado entre hindus de castas mais baixas ou por um muçulmano. Imaginem, aliás, um diretor de uma multinacional dizendo: “Não posso assinar esse contrato porque foi redigido por um advogado sudra.
O apego aos valores de castas
Embora o apego à ideia de castas varie de indivíduo para indivíduo, ele tem maior peso no sul da Índia e na zona rural. Assim, o indiano moderno dos grandes centros urbanos, tocado pela influência estrangeira e pelos meios de comunicação de massa é, em geral, menos rígido. Ou seja, é justamente em cidades como Delhi, Calcutá ou Mumbai que os estrangeiros têm maior contato com a população, desde humildes empregados a indianos da elite. Assim, no trato diário funcionários de hotéis, motoristas, bancários, agentes de turismo, donos ou empregados de lojas, executivos, jornalistas, professores, médicos, podemos ter a falsa impressão de que o sistema de castas desapareceu. E temos o direito de nos perguntar: a a qual casta, por exemplo, pertence a recepcionista em ujm hotel…
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Há brâmanes e brâmanes…
De qualquer forma, os brâmanes continuam a existir na Índia, mas são pouco numerosos. Aliás, mesmo entre os brâmanes existem diferenças nas diversas subcastas. Dessa forma, os que se dedicam ao serviço dos templos são considerados inferiores pelos demais. Os xátrias, por sua vez, famílias nobres, descendentes dos antigos guerreiros, são ainda menos importantes. Ou seja, agrupam-se em clãs relativamente fechados, no noroeste da Índia, no Rajastão principalmente. Já os vaicias constituem parcela importante da atual classe média urbana. Dessa forma, são professores, profissionais liberais, funcionários públicos, pequenos empresários e, no meio rural, proprietários de terras.
Sudras, a maioria da população
Os sudras compõem, porém, a maioria da população.Trabalham quase sempre em atividades braçais. São, portanto, operários de indústrias, pedreiros, vendedores ambulantes e trabalhadores agrícolas. Os antigos párias, hoje harijans, igualmente formam um grande contingente de massas indianas. São, aliás, reconhecíveis por sua atividade humilde e por sua pele escura. Numa democracia, em que cada homem, harijan ou brâmane, representam, porém, um voto e uma voz, uma força política não negligenciável.
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