Bariloche, na Argentina fazia parte de nosso roteiro de viagem. Dessa forma, encaramos uma viagem de busão. Diga-se de passagem, extremamente confortável, quase um luxo. Assim ,depois de descer uma parte da costa argentina chegamos a Viedma. A cidade de Viedma, em sim, não tem muito interesse no turismo na argentina. Nossa intenção, entretanto, era atravessar para a Patagônia Andina no Tren Patagonico.
Infelizmente, havia apenas uma partida por semana. Estávamos em uma segunda-feira. O próximo trem só partiria para Bariloche na sexta-feira. Não teríamos, entretanto, nada que fazer em Viedma, uma cidade sem muitos atrativos. Dessa forma, tivemos assim que encarar 18 horas em um ônibus. Não demos sorte, porém. O veículo era desconfortável, de poltronas duras e que reclinavam pouco. Chegamos em Bariloche 18h depois, meio quebrados.
Um ônibus ruinzinho
Os ônibus na América do Sul, sobretudo na Argentina e Chile, como veríamos depois, eram de excepcional qualidade. Mas toda regra tem suas exceções. O ônibus de Viedma para Bariloche, por fora pareciam normal e tinham boa aparência. Por dentro, porém, foi uma decepção.
Primeiro coisa a fazer em Bariloche, na Argentina
Nossa dica é: logo que chegar à Bariloche, passe na Oficina de Turismo. O Turismo em Bariloche funciona numa bela praça, onde fica o centro cívico, bem em frente ao lago Nahuel Huapi.
A praça é toda de pedra num estilo arquitetônico comum em toda a Patagônia Andina, desenvolvido pelo engenheiro Bustillos.
A qualidade do atendimento no escritório local de informação turística é bom. Recebemos, portanto, além de informações e dicas, mapas igualmente úteis. Assim, um deles cobria a cidade de Bariloche, outro abrangia toda a região de rara beleza que acompanha boa parte dos Andes.
Protesto em Bariloche, na Argentina, contra os crimes da ditadura
O que despertou nossa atenção foi deparar no chão da praça com o nome dos desaparecidos e assassinados pela ditadura argentina. Na terra dos los hermanos pelo menos não esquecem os crimes praticados pela ditadura militar.
Logo chegaram pessoa com bandeiras argentinas e teve início uma manifestação, que acompanhamos de perto, com simpatia. Afinal, ditadura nunca mais, nem na Argentina, nem no Brasil!
Bariloche valeu a pena. Pegamos um hotel com boa relação preço-qualidade, perto da Calle Mitre, portanto, super central , perto de tudo e, ainda mais, não longe do lago. Nas proximidades, numa bela praça fica igualmente a Oficina de Turismo, em frente ao lago Nahuel Huapi.
Comprinhas em Bariloche
Bariloche é uma cidade bonita e agradável com muitos barzinhos, restaurantes e um comércio com produtos de qualidade e bons preços. Ketty aproveitou portanto para comprar um belo blusão de couro gastando relativamente pouco. No Brasil pagaria pelo menos o dobro!
Casaco de couro é a vestimenta ideal do viajante. Resistente em viagem aventura, elegante mesmo em Paris, se você colocar um lenço de seda no pescoço (“foulard”) e fizer cara de gente chique… O meu tem 12 anos, também comprei na Argentina e continua novo. O companheirão de todas minhas viagens! Sempre achei que casaco que couro é a roupa mais prática para o viajante: é resistente, não precisa ser passado, prático e, com um bom pulôver por baixo você não passa frio.
Bariloche, muito agradável em qualquer época do ano
Estávamos no outono e as paisagens estavam se tornando cada vez mais bonito, assumindo tons amarelos e avermelhados. As estradas, por sua vez, são ladeadas de flores amarelas, que marcaram a paisagem, a retama.
Neve, porém, só havia no alto das montanhas e cerros, como vimos quando visitamos o cerro Otto.
Portanto quer esquiar, tem que visitar a cidade durante o inverno – junho, julho, agosto- quando há neve. De qualqur modo, Bariloche é linda em qualqur estação do ano, principalmente na primavera, toda florida ou no outono com o arvoredo tingido de tons vermelhos e amrelos.
A culinária em Bariloche na Argentina
A cidade é também famosa por sua gastronomia.
O destaque fica para o cordeiro patagônico, que chega a desmanchar na boca. Aliás, quando você caminha pelo centro de Bariloche vai deparar com grandes costeletas de cordeiro assando lentamente na brasa.
Preços convidativos
Os preços são acessíveis, comparados com os brasileiros da mesma categoria (mas não da mesma qualidade!) Afinal, a região é grande produtora de ovinos. As vezes, rebanhos inteiros atravessavam a estrada e detinham o trânsito.
Outro tipo de carne muito saborosa, especialidade de alguns restaurantes, é a carne de cervo (cervo). Ela é igualmente assada na brasa.
As carnes são ótimas em toda a Argentina, mas na Patagônia há, do mesmo modo, ótimas trutas. São criadas em cativeiro e bem adaptadas a essa região fria.
Os chocolates de Bariloche, na Argentina
Finalmente, Bariloche possui fábricas que produzem ótimos chocolates. Assim, fomos visitá-las e acompanhamos o processo de fabricação do chocolate. A cidade também possui uma das mais tradicionais chocolaterias da Argentina, a “Mamuschka”, na Calle Mitre, bem no centro.
Chocolate de todos os tipos
Lá você encontra chocolates e bombons de todos os tipos, com todos os recheios possíveis e imagináveis. Assim, alguns são mais doces, mais amargos, com frutas, outros recheados com creme. Possuem igualmente diversos tipos de chocolate em barras, alguns com passas, nozes ou amêndoas. Uma viagem!
A tentação é tão grande que um amigo nosso, depois de ter se fartado de chocolates, resolveu levar uma caixa de bombons para seus pais. Mas não aguentou a crise de gula e comeu todos no caminho…
Os cerros de Bariloche, na Argentina
Nos arredores de Bariloche existem os famosos cerros utilizados para esquiar durante o inverno. Não importa, entretanto, a época do ano, vale sempre a pena pegar o teleférico até o topo. Afinal, as vistas dos arredores são soberbas.
Estávamos no começo do outono, mas já fazia frio, sobretudo lá no alto. Tivemos portanto, que colocar roupa polar grudada no corpo, a chamada “segunda pele”, por baixo do jeans, aquela em que você fica parecendo um bailarino de balé russo…
A subida ao alto dos cerros nas cercanias de Bariloche, na Argentina
Para subir em alguns cerros há bondinhos fechados. Em outros, entretanto, há cadeirinhas abertas, intensamente utilizadas durante a temporada de inverno. Elas transportam os alpinistas até o início da pista. O frio é de arrepiar, ainda mais que não tínhamos roupas especiais para frio como os esquiadores.
Dessa forma, tivemos que parar em uma estação a meio caminho do alto, onde havia uma cafeteira aquecida. Assim, nos recuperamos tomando um chocolate. Recomendamos, portanto, se estiver muito frio, dar uma parada nessa cafeteria para refazer. No Cerro Otto, uma grata surpresa: existe cafeteria giratória mostrando as paisagens em 360 graus visíveis do alto.
Cavalgada no Lago Gutierrez, próximo a Bariloche, na Argentina
Outro passeio nas proximidades muito agradável, é a cavalgada. Dessa forma, pudemos fazer um belo passeio em uma estância vizinha da cidade, junto ao lago Gutierrez, um espelho azul entre a vegetação. O final da cavalgada termina numa das pontas do Lago Gutierrez, cujas águas brilhantes sob o sol do começo da tarde, e desponta no meio do arvoredo.
A cavalgada é feita por uma trilha que corta a floresta de clima frio com suas enormes árvores. Depois, quando abandona floresta, sai em uma espécie de praia lacustre. Assim, a cavalgada pela floresta e junto do lago leva umas três horas pelo menos. Você é igualmente obrigado a ir acompanhado de um guia, pois a trilha no meio da mata é confusa. Assim, divide-se em muitos lugares, e é muito fácil se perder. Com o guia, entretanto, não havia esse risco e, de repente nos vimos de novo de volta para o lago Gutierrez. com o bumbum dolorido depois de três horas de cavalgada, já famintos e sonhando com nosso churrasco, que seria servido na estância, acompanhado de um bom Malbec.
A Ruta de los Siete Lagos a partir de Bariloche, na Argentina
Muitos passeios precisam de mais liberdade e tempo. O ideal é, portanto, alugar um carro para visitar, por exemplo, a Ruta de los Siete Lagos. Trata-se de um trajeto circular de Bariloche até San Martin de los Andes. É considerado um dos mais lindos da Patagônia Andina. Assim também, maior parte do roteiro é por estrada asfaltada, há porém, trechos ainda de terra (vários deles em obras, sendo asfaltados).
Dormir em San Martin de los Andes
De automóvel, se você tiver pouco tempo, pode fazer um bate-e-volta se pegar a estrada logo cedo. Assim, a noitinha dá para estar de volta a Bariloche. O ideal, entretanto, é dormir uma noite em San Martin de los Andes, uma das cidades mais simpáticas da região. Ainda mais, fica em frente a um lago de águas azuis! Dessa forma, pagamos algo em torno de U$ 20 num lugar super simpático.
Lagos, montanhas nevadas e paisagem outonal colorida vizinha a Bariloche, na Argentina
O passeio, como o nome indica, percorre 7 lagos um após o outro, todos cercados de florestas avermelhadas no outono e rodeada de montanhas nevadas. É a beleza da Patagônia Andina. Assim, parávamos o tempo do para fotografar.
Na volta, já perto de Bariloche, fica a Vila La Angostura, com um perfil até certo ponto, parecido com Bariloche. É, porém, menor e considerada mais “exclusiva” pelos portenhos mais chiques… Por outro lado, sua localização é menos prática para visitar os cerros.
De carro pode-se visitar muita coisa e aproveitar igualmente as paisagens nas vizinhanças da cidade.
De Bariloche, na Argentina, a El Calafate
Assim, sem pressa, ficamos dez dias em Bariloche, na Argentina
O problema era como prosseguir a viagem até El Calafate, cerca de 1.500 km mais ao sul. Muito chão. Ainda mais, sem nada de realmente interessante para ver. Programa punk até para nós de couro duro… Dessa forma, resolvemos ver na internet o preço da passagem aérea para Ushuaia, a capital da Terra do Fogo Argentina.
Achamos, assim, um voo em promoção direto El Calafate à Terra do Fogo, por um preço tentador. Nos rendemos, portanto, à evidência de que, mesmo tendo a intenção de percorrer a América do Sul por terra, em alguns momentos não tinha jeito: era preciso recorrer ao avião.
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