América do Sul

O que fazer em Buenos Aires

A capital argentina, onde chegamos, vindos de Foz de Iguaçú, foi o início de nossa viagem de seis meses de busão América do Sul.
Ketty e eu já havíamos estado antes em Buenos Aires e tínhamos, portanto, uma ideia de onde seria legal nos hospedarmos.

Buenos Aires e o tango

O início da viagem pela Argentina

Assim, pegamos um hotelzinho fora do centro, por um bom preço mas não muito contramão. Logo, de metrô em cinco minutos estávamos perto da calle Florida, a rua mais comercial da cidade. Lá tem de tudo: onde trocar dinheiro, agências de viagem, lojas, mais livrarias do que no Brasil inteiro, onde comer etc.
E, antes de mais nada, o câmbio na Argentina estava dessa vez favorável a nós!

Guarda Presidencial em Buenos Aires

Wi-Fi nos hotéis portenhos

Com relação à hospedagem, o quarto com banheiro privativo no hotelzinho onde nos hospedamos era bonzinho. Não conte, porém, quando dizem que tem wi-fi no quarto. Ter tem, porém, nunca funciona direito, o sinal é fraco.
Dessa forma, nesse hotel só conseguimos teclar em frente à recepção, onde o sinal de wi-fi é sempre bom. Quero alertar que esse hotel não foi exceção. A maioria dos hotéis econômicos na América do Sul, tem esse problema.

Uma dica – Para melhorar seu acesso à internet compre um chip local nos países que serão visitados. Enfim, não são nenhuma maravilha, mas ajudam.

Carlos Gardel, o príncipe do tango de Buenos Aires até hoje

Os shows de tango

Claro que não iríamos perder um show de tango com jantar, apesar de, em todo canto em Buenos Aires, casais estarem dando uma exibição pública. Esse não é, entretanto, o tango que os portenhos dançam quando saem na noite de Buenos Aires. É antes de mais nada, um verdadeiro balé, com passos que os comuns dos mortais não se atreveriam a executar.

Espetáculo de tango em Buenos Aires

O jantar na casa de tango, com bom vinho foi satisfatório. Afinal, os bailarinos são verdadeiros artistas. Nós, se fôssemos tentar aqueles movimentos iríamos parar numa clínica ortopédica… E, é claro, sabem explorar a sensualidade única do tango.

Nos incomodou, entretanto, a proibição de filmar. Conseguimos apenas algumas cenas, discretamente. Aqui vai outra dica: se você deseja filmar por alguma razão, informe-se antes de reservar, se a casa noturna autoriza. Em muitas é possível.

Tango em Buenos Aires

Calle Corrientes, em Buenos Aires

É impossível ir a Buenos Aires e não dar uma passada pela avenida Corrientes. A região abriga cafés famosos, grande variedade de lojas, um grande número agências de viagem, restaurantes e também  inúmeras livrarias. Só no centro de Buenos Aires há mais livrarias do que no Brasil todo!

Dica de onde comprar livros

Quem, como nós, gosta de ler, e consegue fazê-lo em espanhol, vai se deliciar se der uma passada na Plazoleta del Tango, ao lado do belo prédio dos correios, inaugurado em 1928. Ali há uma feira de livros usados com ótimos títulos. Percorrendo a América do Sul, nos voltamos principalmente para obras de autoires latino-americanos. Assim, deparamos em Buenos Aires, com livros de Garcia Marques, Vargas Llosa, Isabel Allende e Otavio Paz, além de bons autores argentinos. 

Livraria em Buenos Aires

O comércio na Corrientes e ruas vizinhas fecha mais tarde do que nos bairros, os cafés e bares estão sempre lotados; a boemia vai até de madrugada. Afinal, os portenhos são conhecidos como noctívagos. Quando saem para noitadas já são nove das noites. Assim, alguns voltam para casa ao amanhecer.
Ao flanar pelo centro, pudemos entender o que significa a expressão portenha “espírito Corrientes”.

Café Tortoni, em Buenos Aires

Quem curte tango deve conhecer esse trecho famoso: “Corrientes, tres cuatro ocho… Segundo piso, ascensor… No hay porteros, ni vecinos, adentro cóctel de amor…” Assim, fomos verificar se existe e o que seria hoje o número 348 dessa rua famosa. Descobrimos que era um imóvel comercial, sem charme…

Buenos Aires, avenida Nove de Julho

Os melhores bairros de Buenos Aires

Um de nossos programas favoritos em Buenos Aires era passear pelos seus bairros mais simpáticos, sentir a vida da cidade, interagir com as pessoas, bebericando um café. Os portenhos são comunicativos e logo estávamos num papo animado com o pessoal da mesa do lado. Como já viajei durante meses com argentinos na Ásia, estou bem acostumado com eles. Afinal, não há nada mais parecido a um paulistano do que um portenho. Aliás, saibam que o sotaque portenho é muito mais fácil para nós do que o falado na Espanha outros países. Eles, por outro lado, nos entendem mais facilmente do que aos portugueses. Faz sentido, portanto: de São Paulo ao Rio Grande do Sul a colonização italiana influenciou muito o sotaque, assim como em Buenos Aires.

Recoleta

A Recoleta era uma área rural, até a década de 1800, quando foi fundada a igreja e o convento de La Racoleta. Só muitas décadas depois, em 1870, quando uma epidemia de febre amarela se alastrou pela cidade, famílias ricas começaram abandonar seus casarões em San Telmo e outras regiões mais ao sul. Assim, escolheram se estabelecer na Recoleta, pouco povoada e considerada como mais saudável.

O bairro que hoje se espalha em volta da famosa Plaza Francia continua sendo um dos preferidos pelos portenhos mais abastados. Assim também, a Plaza Francia é onde muita gente vem tomar sol, paquerar no gramado ou conversar com amigos, enquanto grupos de músicos de rua exibem sua arte, com muita gente sentada nas proximidades curtindo a música.

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Buenos Aires, Plaza Francia

É igualmente em La Recoleta, na Placia Francia, fica o cemitério do mesmo nome, onde ricos e famosos são enterrados em seus elaborados mausoléus. É nele que está a tumba da musa do peronismo, Evita Perón. Até hoje sua tumba é visitada por seguidores do peronismo, que trazem ramalhetes de flores no dia de sua morte. Dessa forma, o cemitério virou igualmente atuação turística.

Cemitério de la Recoleta, em Buenos Aires, onde está a tumba de Evita Perón

San Telmo, tango e antiguidades

San Telmo e seus barzinhos, concentrados em torno da praça Dorrego e vizinhanças é outro bairro que igualmente vale a pena conhecer. Nessa praça funciona nos domingos uma animada feira de antiguidades. Aliás, San Telmo é repleta de antiquários nas ruas próxima Plaza Dorrego. Da mesma forma, é em San Telmo que funciona a maioria das casas de tango de Buenos Aires, algumas super tradicionais.

San Telmo foi, até o fim do século passado, um bairro preferido pela burguesia portenha. Aos poucos, já no começo do século XIX, foi sendo preterido pelos endinheirados que começaram a se instalar nos novos bairros residenciais no norte de Buenos Aires. Assim, as antigas mansões desvalorizadas e mal conservadas passaram a ser habitadas pela baixa classe média portenha.

Músicos de rua em San Telmo, Buenos Aires

A revalorização de San Telmo

O bairro só começou de novo ser valorizado quando artistas e intelectuais começaram se interessar pelos antigos casarões do bairro, e reforma-los. Aos poucos foram surgindo ateliês, casas de tango, cafés, bares e pequenos restaurantes, que deram vida à região. Dessa forma, San Telmo tornou-se um dos bairros mais simpáticos da noite portenha, um dos points do turismo em Buenos Aires. Assim, também, os portenhos vêem ali para curtir o movimento e beber um vinho. Nos cafés, instalados em velhos casarões a paquera rola solta. Ficam igualmente em San Telmo, muitas casas de tango bares e casas de tango.

Nós já conhecíamos San Telmo, mas foi um prazer perambular pelo velho bairro, apreciando seus antigos palacetes estilosos, parando para um café e dando uma olhada nas vitrinas de seus ateliers.

Café em Palermo, Buenos Aires,

Bairro de Palermo : cada canto um perfil

Palermo, que ocupa uma vasta área, relativamente longe do centro, é também visita obrigatória. Uma curiosidade de Palermo são as subdivisões existentes no bairro. Assim, existe Palermo Chico com belas residências de estilo. A região abriga também o imperdível MALBA, o museu de belas artes.  Já Palermo Viejo (“Velho Palermo”), tendo por centro a Plaza Itália, divide-se em duas áreas.
Assim, temos igualmente, de um lado Palermo SoHo, com seu comércio mais elaborado, semeado de pequenas lojas de artesanato sofisticado. O setor é reduto de um público alternativo que frequenta seus barzinhos, restaurantes, cafés e casas noturnas. Da mesma forma, uma outra região do bairro é o Palermo Hollywood, preferido pelo pessoal ligado à sétima arte.

Em Palermo, em boa parte ocupado por lindos jardins, estão o Planetário e o Zoológico de Buenos Aires. Num desses jardins fica uma famosa escultura movel conhecida como Floralis que se abre com o sol.

Floralis, em Palermo, Buenos Aires

Puerto Madero, uma região decadente que tornou elegante

Puerto Madero, não longe do centro, é outra região procurada por turistas. Esse porto inaugurado em 1897, depois de dez anos de obras, tornou-se rapidamente obsoleto quando os navios cada vez maior foram sendo construídos. A região foi, portanto, entrando em decadência, o mato tomou conta dos jardins em volta de armazéns em ruínas.

Puerto Madero, Buenos Aires


O lugar foi recuperado em 1990. Inspirados em exemplos de recuperação de docas, como em Nova York e Lisboa, os prédios de Puerto Madero foram restaurados e transformados em luxuosos lugares de comércio. Assim, restaurantes, churrascarias, bares, cafés foram se insultando em Puerto Madero. Logo prédios comerciais modernos foram construídos, bem como bons hotéis, como o Hilton.
Assim, Puerto Madero é hoje um local que atrai portenhos e turistas, agradável e seguro para se almoçar ou jantar. No final da tarde e à noite seus barzinhos e cafés ficam lotados.

Junto do cais há duas embarcações antigas da Marinha Argentina, o Navio-museu Corveta Uruguay e o Navio-museu Fragata Sarmiento, ambos abertos a visitação. Dê igualmente uma olhada na ponte, de perfil super moderno, La Puente de la Mujer.

La Bocca, o bairro italiano da capital argentina

Outro bairro “típico” é La Bocca, colonizado por italianos, com casinhas coloridas, cada uma de uma cor: amarelas, vermelhas, verdes, azuis, às vezes, com uma mesma parede pintada em tons diferentes.

La Bocca, Buenos Aires

La Boca fica bem no sul da cidade; é mais fácil tomar um táxi para ir lá. O tradicionalíssimo bairro popular junto ao antigo porto foi onde se fixaram muitos imigrantes que desembarcavam em Buenos Aires, a maioria deles genoveses.

O bairro, porém, não é pobre como no passado. Mas, por outro lado, continua abrigar uma população menos favorecida e imigrantes paraguaios e bolivianos.

La Bocca, Buenos Aires

Calle Caminito

O bairro de la Bocca em Buenos Aires, antes habitado por imigrantes italianos pobres, tornou-se uma atração turística. É famoso, assim, por suas casas pintadas de cores fortes, que rendem belas fotos de viagem. Mas, a rua mais interessante e colorida, é sem dúvida a Calle Camiñito. É nela que se apresentam artistas de ruas, tocando violino ou dançando tango. É igualmente interessante a origem dessas casas pintadas com diferentes cores. Ao que parece, os habitantes do bairro, gente pobre, não tinham dinheiro para comprar tinta para suas pintar casas. Assim, obtiam com os marinheiros restos de tintas das mais variadas cores, o que explicaria paredes nos mais diversos tons.

Calle Magallanes 

Essa rua situada entre a Plazoleta de los Suspiros e a Calle Garibaldi é conhecida por abrigar ateliês de artistas plásticos os novos talentos em começo de carreira. Alguns quadros são muito bonitos. Sempre dá vontade de comprar um. Infelizmente, porém, não é fácil transporta-los intactos ao Brasil…

Muito frequentado por turistas, o bairro de La Bocca, em Buenos Aires, atrai igualmente delinquentes. Fique esperto.

Passeio de barco pelo Tigre

O tal passeio de barco pelo rio Tigre, nos decepcionou um pouco. Assim, achamos uma atração meio sem graça e não apreciamos aquelas águas marrons. Inclua-se fora dessa! Por outro lado, tudo tem um lado legal. Conhecemos dois músicos que cantavam no trem. Nos surpreenderam com uma qualidade artística que superava aos de certas casas noturnas.

Adios, mi Buenos Aires querido

Depois de uma semana curtindo a capital argentina resolvemos seguir viagem, escolhendo descer um trecho da Patagônia Atlântica até a cidade de Viedma e imediatamente tomar o famoso trem patagônico para Bariloche. Por sorte, a movimentada estação rodoviária de Buenos Aires ficava no bairro do Retiro, perto do centro. Assim, partindo à noite chegaríamos a Mar del Plata pela manhã. Adios, Buenos Aires

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