Livro: A Vaca na Estrada

023 De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Delhi 1

Descendo para a planície rumo a Delhi

Partindo de Srinagar, descemos para a planície, pegando uma estrada asfaltada. Infelizmente, porém, cheia de curvas perigosas. Depois, na planície escapamos das curvas. O trânsito, entretanto, era muito mais pesado. Ainda mais, muitos caminhões nos forçavam em alguns trechos estreitos, a ir para o acostamento.
Abaixo: Mapa da região de Delhi

Os kamikases Tata

A maior parte desses pesados veículos eram os famosos e, igualmente, pesadões Tata. Cópias de antigos mercedes-benz, eles eram, na época, fabricados na Índia. Ou seja, os víamos em todo canto do país, percorrendo as estradas indiana. E, sempre, pintados de cores berrantes. Os indianos não ligam muito que se trate de um modelo antigo. O importante é que dá conta do recado. Só que incomodava que fossem dirigidos por verdadeiros kamikases

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Saia da frente!

As leis de trânsito eram, aliás, como já comentamos anteriormente, bem claras por lá. Na Índia, portanto, não tem como errar. Ou seja, o veículo maior tem sempre prioridade. Saia da frente depressa, se você estivem em um carrinho! Enfim, a viagem, dessa forma, acabou sendo longa e cansativa. Afinal, não podíamos tirar os olhos da estrada e cada ultrapassagem era uma epopéia.

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Inicialmente não gostei de Delhi

Confesso que, na primeira vez que fui à Delhi, não gostei da cidade. O clima do verão era duro; o calor sufocante. Nenhum ventilador refrescava. Até a água fria das duchas tornava-se quase morna. Enfim, era verão, a pior época para se visitar o país. Sempre dei importância ao clima, em todas minhas viagens. Desta vez, entretanto caiu a ficha com todo seu peso. Ou seja, viajar na época certa é essencial!
Apenas os fortes aguaceiros dessa época do ano — as monções — atenuavam um pouco as emanações quentes que pareciam brotar do asfalto e das pedras. Em compensação, provocavam inundações e transformavam certas áreas em lamaçais. Demorei um pouco, portanto, para me deixar seduzir pela Índia. O primeiro acerto numa segunda viagem foi ir para a ìndia na época certa: o inverno, quase sempre, relativamente suave.

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Chegando a Delhi

As pessoas “normais” em geral chegam a Índia de avião. Ou seja, quase todos os estrangeiros desembarcam de um avião em Mumbai ou em Nova Delhi. Muitos vôos chegam de madrugada, quando a Índia ainda dorme. Descer de um avião e encarar a Índia é, entretanto, inevitavelmente, um choque cultural. Porém, para alguns fora de padrão como Bernard e eu, que chegam de carro, esse choque não foi tão grande. Tivemos tempo de nos acostumar. Desde a Turquia, aliás, que estamos nos acostumando à Ásia e depois à própria Índia.

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A Velha e a Nova Delhi

A capital indiana é composta por duas cidades. Temos, assim, Delhi, a “Velha”, já existente quando os ingleses desembarcaram. Quando partiram para a colonização do país, preferiram erigir uma capital mais moderna. Em suma, Nova Delhi, erigida pelos colonizadores, é uma cidade planejada. Possui o plano urbano inteligente de uma cidade destinada ser a capital do Império das Índias. A Velha Delhi, por outro lado, tem um antigo traçado, é agitada, menos limpa. Na concepção de alguns turistas, porém, muito mais “exótica”.

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Connaught Place

Nova Delhi tem por núcleo a famosa Connaught Place. Esta é rodeada por duas artérias concêntricas: Connaught Lane e Connaught Circus. Desse centro partem largas avenidas radiais. Uma das mais importantes é a Jan Path Road. É nela, que funciona o escritório de turismo. Em frente ao Turismo, na mesma avenida, fica igualmente um agitadíssimo mercado. Ou seja, é praticamente certo que você irá perambular por lá.

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Área onde tem tudo

Na Connaught Place, bem no centro de Nova Delhi, fica boa parte do comércio da capital indiana. Assim, a região abriga bancos, companhias de aviação, agências de turismo, casas de câmbio. Essa também é a área mais prática da cidade para se hospedar. Enfim, pelo menos para aqueles que acham que exotismo é interessante, mas tem, entretanto, limites.

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Uma arquitetura inteligente

Os velhos e imponentes edifícios do centro de Nova Delhi, de arquitetura colonial britânica, sempre chamaram a minha atenção por suas características. Ou seja, têm paredes grossas, pés-direitos altos, colunas e marquises amplas, cujo espaço inferior é utilizado como uma continuação coberta da calçada. Era, portanto, por ali que preferíamos circular para escapar do calor do sol no verão, ainda mais, durante as tempestades das monções. Em suma, uma arquitetura inteligente.

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O mercado da Jan Path Road

A Jan Path Road, talvez seja a rua mais comcercial de Nova Delhi. Ela começa na Connaught Place. É onde você encontra de tudo. Ou seja, roupas como casacos de couro, saris, túnicas, por exemplo. Mas, igualmente, objetos de madeira esculpida, antiguidades, estatuetas, incensos, pinturas. Os preços variavam segunda a carfa do cliente. Dessa forma, um artigo podia custar cem rúpias ou mil, dependendo da lojinha e de sua habilidade para barganhar.

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Vendedores natos

Os indianos são os melhores vendedores do mundo, capazes de vender gelo para esquimó. Normalmente, insistem para que você tome um chá com eles. “Just look, sir”. Sei, sei… É óbvio que você não se sente à vontade de aceitar o chá e não comprar nada. Apostam nisso e, desse forma, quase sempre ganham. Eu, porém, fazia minha cotação, e ia andando em direção à saída. Desse modo, imediatamente o preço do objeto começava a desabar.

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As “técnicas de compras”

Outra técnica era saber qual o melhor preço que podiam me fazer. Mas, eu já avisava, antes de mais nada, que iria pesquisar. Quase sempre eu acabava comprando algo pela quarta parte do valor inicial. Acontece, porém, que toda essa barganha, me cansava. Felizmente, quando eu passava de novo pela mesma loja, já me conheciam. Sabiam, portanto, que não me depenariam tão facilmente. Em suma, teriam, portanto, que encarar o “brasileiro pão-duro”. Quando gostava de algo, não demonstrava interesse. Ou seja, sabia que quem se deslumbra arrisca-se a pagar o dobro ou mais. Assim, perguntava antes o preço de outros artigos, como se fossem os mais importantes para mim. Em suma, só depois indagava displicente, o valor do objeto que realmente queria comprar.
Quando voltei ao país mais uma vez, em 2010, muitas lojas trabalhavam com preços fixos, o que acho, aliás, muito melhor.

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As encantadoras najas

Quando caminhávamos pela Jan Path Road, bem no meio da calçada deparávamos, às vezes, com encantadores de najas. Não um só, aliás. Um aqui, outro uns cem metros mais adiante. Disseram-me que esses répteis, que têm as glândulas produtoras de veneno extraídas, estavam ali para serem fotografados mediante pagamento. Ou, então para exibições com flautas com o bicho se requebrando.
Quando um turista se aproximava com sua máquina fotográfica, o indiano, aliás, tampava o cesto com o animal e estendia a mão pedindo dinheiro “No rupees, no cobra, sir!”. Em suma, tudo tinha seu preço. Preços podiam ser discutidos. Você poderia, inclusive toca-las, quando estão atentas ao indiano que tocava flauta à sua frente. Teria que vir por trás da cobra, silenciosamente, toca-la de leve na cabeça.

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Tocar numa naja?

O tocador de flauta nos desafiou a fazê-lo. Bernard topou o desafio. Eu aceitei, mas não pagando cinco rúpias. Propûs duas. Ele olhou em volta onde se amontoavam turistas. Achou que valia pelo marketing… Assim, toquei a serpente, sem problema. Mesmo sabendo (pelo menos era o que nos garantiam) que não tinham veneno, fiquei inseguro. Mas, a cobra não me deu a menor bola… Creio que não me tomou a sério.

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