Como estávamos fazendo vídeos para nosso Canal “Sonhos de Viagem” e hospedados em Amalfi, foi fácil, motorizados, percorrer os quarenta km de estrada até Pompéia. Assim, cortamos caminho pelas colinas junto à Costa Amalfitana, pegando a SS 366.
Localize Pompéia (Pompei)
Nas outras visitas, porém, tomei um trem em Nápoles, na Piazza Garibaldi, piso subterrâneo. O mesmo que quase todo mundo que viaja a turismo pela região costuma fazer. Aliás, é geralmente o mais aconselhável.
Só não confunda: a estação Pompei serve a Pompéia moderna. Você terá que desembarcar na estação Pompei Scavi-Villa Misteri, pertinho das ruínas, entrada Porta Marina.
Desta vez, como estávamos de carro, deixamos o veículo no estacionamento (meio caro) da zona arqueológica.
Melhor época para visitar Pompeia e Herculano
Antes de mais nada, saiba que Pompéia e Herculano podem ser visitadas em qualquer época do ano. Porém, quem puder, deve evitar o auge do verão, principalmente o fatídico mês de agosto. Além do calor, eventualmente, ser infernal, ônibus de excursões desembarcam milhares de visitantes na entrada do sítio. Ou seja, o espetáculo é meio semelhante ao que a gente vê em filmes sobre a invasão da Normandia pelos aliados na Segunda Guerra.
Uma cidade romana surge do solo
Através da história o homem sempre deparou com ruínas de civilizações anteriores. Algumas delas, porém, enterradas há séculos, deixaram de boca aberta os eruditos de cada época. Assim, aconteceu, por acaso em 1748 quando, pessoas da região, ao escavar um local, deram de cara com ruínas romanas. Logo estudiosos mandaram prosseguir as escavações. Eis que surge uma casa da época dos romanos. Continuaram escavando, uma cidade inteira foi sendo tirada do buraco.
Esqueceram que uma cidade inteira foi soterrada ali?
Mas como? Explica-se, a erupção do Vesúvio aconteceu no ano 79 d.C. Assim, a cidade de Pompéia e sua irmãzinha menor, Herculano foram soterradas por camadas e camadas de cinzas, lavas e igualmente lama incandescente, como aconteceu com Esculano. A vida social, a movimentação de pessoas, as atividades econômicas desapareceram durante 1.600 anos!
Após a descoberta, as escavações começaram em ritmo lento. Muita coisa foi saqueada, diga-se de passagem. Quando mais se escavava, mais descobriam. O fato é que, mesmo nos dias de hoje, arqueólogos continuam suas investigações.
Pompéia e Herculano, vida diária movimentada
As duas cidades – Pompéia e Herculano – eram alguns dos mais importantes e prósperos centros romanos da época, o comércio era intenso, a vida diária igualmente. Guardava belas casas, com jardins, fórum onde as pessoas discutiam negócios e fofocavam, estádios com competições e corridas, lutas, e até mesmo cantinas. Pompéia, junto do mar era a preferidas pelos ricos patrícios, que ali construiam suas residências de verão.
A erupção do ano 79
Quando acontecem erupções vulcânicas em qualquer parte do mundo, a primeira reação das pessoas é sair correndo para um lugar mais afastado e seguro. Morre gente, mas, em geral poucos. A erupção de Pompéia, do ano 79, entretanto, matou a maior parte da população. Por que?
O desastre do Vesúvio, um prato cheio para os arqueólogos
A erupção foi, como imaginamos, horrível para os habitantes de Pompéia. Para os arqueólogos, por sua vez, foi um prato cheio. A descoberta de Pompéia e Herculano foi de extrema importância para os cientistas. Pela primeira vez dispunham de duas cidades inteiras, paradas no tempo. Em suma, prontinhas para serem desvendadas. Os cientistas puderam, portanto, ter uma visão real da vida dos romanos há dois mil anos, como eram suas casas, a arquitetura, seus costumes, sua moral, sua religião etc.
O dia a dia dos antigos romanos no Museu Arqueológico de Nápoles
Claro que a maioria das casas perdeu seu telhado, alguns que você verá por lá são, geralmente, reconstruções. A cidade inteira, porém, está bastante conservada: você verá ruas com seus traçados originais, anfiteatros, templos, residências, lugares onde serviam comida, mercados, fóruns. Em Pompéia (e também em Herculano) foram encontrados objetos do dia a dia, como armas, poteria, bronzes, ferramentas, estátuas, panelas. A maior parte desses achados foi transferida para o Museu de Arqueologia de Nápoles.
É claro que, com um acervo desses Pompéia e Herculano tornaram-se a maior atração do turismo no sul da Itália, recebendo anualmente 2 milhões e meio de turistas.
Por que ninguém correu?
Em primeiro lugar, a erupção do Vesúvio naqueles anos (já houve dezenas delas anteriormente) foi de um tipo raro. Imagine-se dentro de uma casa romana quando começou a erupção. O Vesúvio expelia apenas poeira de pedras pomes. O que você faria? Se abrigaria esperando a chuva de cinzas passar. Seria, portanto, o normal.
Toda uma população presa em uma armadilha
Essa poeira, entretanto, começou a cair sobre a cidade, continuamente, tornando-se uma armadilha, ao se acumular sobre ruas e telhados. Com o peso alguns telhados desabaram, enquanto cada vez mais cinzas se acumulavam nas ruas, tornando impossível a movimentação de pessoas e animais. Os habitantes de Pompéia ficaram dentro de casas, sem poder escapar. Foi quando o Vesúvio expeliu uma nuvem de gases escaldantes (“nuvem piroclástica”) que desceu sobre que Pompéia, matando 2 000 pessoas apenas na área central. Se contarmos igualmente toda área vizinha a Pompéia, da mesma forma atingida, e Herculano, esse número sobe para mais de 15 mil pessoas.
Macabras descobertas
O lamaçal de barro e cinzas que invadiu ruas, praças e casas, cobrindo tanto Pompéia como Herculano, resultou numa surpresa macabra. Assim, os arqueólogos encontraram corpos de animais, como cães, gatos e cavalos, e, igualmente, dadáveres de homens, mulheres e crianças. Os mais sensíveis irão se emocionar ao ver os moldes de mães encolhidas com filhos no colo, casais abraçados tentando se proteger, grupos com ar desesperado. Enfim, tudo foi encontrado em forma de moldes vazios, já que os corpos queimaram até desaparecer.
Os derradeiros momentos
Esses moldes retratam os últimos momentos vividos por essa gente. Os moldes foram posteriormente preenchidos com gesso para ilustrar o drama. Muitos foram retirados da área devastada e levados para museus.
Entre os moldes de corpos descobertos em Pompéia destacam-se o Orto dei Fuggiaschi ( “Jardim dos Fugitivos”). Ali estão corpos de homens e mulheres que tentavam escapar de Pompeia quando uma nuvem escaldante de gases os atingiu. Impressionante!
O que ver e visitar em Pompéia
Os romanos sempre foram ligadões em espetáculos. Dessa forma, adoravam corridas de bigas, e lutas de gladiadores. Pelo menos tinha sangue… Os romanos igualmente amavam representações teatrais.
Assim, construíram vários teatros, mais ou menos com a mesma arquitetura. São visíveis em todo o império romano, até em Paris e na Turquia. Em Pompéia existiam dois. O Grande Teatro, que abrigava 5 mil pessoas e o Odeion, para 800 espectadores.
Anfiteatro
Os anfiteatros tinham arquitetura diferente dos teatros. Ou seja, eram maiores, possuíam uma forma alongada, oval nos extremos. Destinavam-se a lutas de gladiadores entre e si e enfrentando animais selvagens, como leões e tigres.
O anfiteatro de Pompéia é um dos mais antigos da Península Itálica e podia receber até 12 mil espectadores.
Via dell’Abbondanza
A Via dell’Abbondanza, cortava a cidade no trecho entre Anfiteatro e a Porta Marina, onde fica o Fórum. A partir do Fórum, porém, ela continua com outro nome – Via del Mare, que desce para o litoral. Ela abriga as casas romanas mais interessantes da cidade.
Peça, entretanto, na portaria do sítio um mapa com a localização dos imóveis.
Na Via dell’Abbondanza existia igualmente pequenos estabelecimentos comerciais de todo tipo. Alguns lugares serviam vinho e igualmente comida simples e rápida, os fast food da época.
A empresária Aselina
O mais badalado desses “fast-food” era o da criativa Asellina. Ou seja, seu estabelecimento tinha, no andar superior, quartos onde os clientes tinham encontros íntimos e rápidos com as servidoras. Impossível imaginar algo assim nos dias de hoje!
Na Via dell’Abbondanza, foram descobertas igualmente hospedarias para receber viajantes que vinham vender ou comprar produtos em Pompéia, um dos maiores centros comerciais do Império Romano, no sul da Itália. Nelas se hospedavam visitantes que desejavam conhecer a cidade. Em suma, os primórdios do turismo…
Nessas hospedarias serviam igualmente vinho e comida.
Fórum
Antes de mais nada, vamos entender. Fórum era o lugar onde tudo acontecia na cidade, onde pessoas se reuniam com amigos, fechavam todo tipo de negócio, fofocavam sobre a política ou faziam compras no mercado de alimentos. Ou seja, uma espécie de supermercado da época. Esse mercado, como toda a cidade de Pompéia, já tinha sido abalado por um terremoto ocorrido 17 anos antes. Estava, portanto, ainda se recuperando do terremoto anterior quando ocorreu a mega erupção que destruiu Pompéia.
Hoje, esse mercado que mencionamos, o Forum Olitorum, abriga moldes de corpos encontrados na cidade.
Termas
Como a maioria das casas não possuía banheiro, (exceto alguns muito ricos), as pessoas frequentavam termas (banhos públicos), as alas masculinas e femininas bem separadas. Sabe-se lá…
Havia piscina de água fria, morna, quente. Ou seja, possuíam um engenhoso sistema de aquecimento subterrâneo. As termas eram, igualmente, um local onde amigos se encontravam, notícias corriam. Tinham, portanto, igualmente, uma função social.
Os romanos se lavavam?
As termas nos passam a impressão de que os romanos eram relativamente limpinhos. Na realidade, porém, a maioria dos romanos iam às termas como nós vamos hoje á piscina. Poucos se lavavam de fato. Depois, com a queda do império, durante a Idade Média, ficou pior, a sujeira era geral. Lavava-se o rosto, as mãos, e olhe lá. Afinal, a Igreja impusera a ideia que o corpo nu (mesmo que o cidadão estivesse sozinho!) incitava ao pecado.
As termas stabianas e a do Fórum
Em Pompéia há duas termas que valem a pena dar uma olhada. Assim, Stabianas fica na Via dell’Abondanzza. É a mais bem conservada, com suas salas com piscinas em diferentes temperaturas, e seu sofisticado sistema de aquecimento. Menos importantes são as termas do Fórum. Elas, porém, chamam a atenção por um deprimente detalhe. Assim, pertinho dali estão vários moldes de corpos de pessoas apanhadas pela nuvem piroclástica e queimados vivos.
O lupanar
O nome lupanar (“casa das lobas”) é o equivalente a um bordel. Pompéia, aliás, tinha uns vinte deles. Isso explica, assim, a frequência de doenças como sífilis e outras. Um desses luoanares, porém, se destaca, é onde os guias levam os turistas. O número de visitantes em cada tour é limitado. Assim, formam-se filas na porta. Esse pessoal parece que só pensa naquilo…
A “casa das Lobas” mais famosa de Pompéia
Esse lupanar mais famoso de Pompéia é uma construção erguida expressamente para esse fim. Ou seja, uma arquitetura com quartinhos, um ao lado do outro. com uma cama de alvenaria (na época devia ter algum tipo de forro ou colchão), e fechado apenas por uma cortina. A intimidade devia ser mínima. Em algumas paredes pode-se ver murais (um tanto detonados) com as especialidades das moças. Muitas eram “profissionais liberais” e trabalhavam por conta própria, outras eram escravas que seus proprietários alugavam.
Um episódio engraçado
Nós não costumamos contratar guias. Porém, olhamos o mapa e sabíamos que estávamos próximos a esse lupanar famoso. Não conseguimos, entretanto localiza-lo em nosso mapa. Tínhamos, portanto, que perguntar. A única pessoa mais próxima que poderia nos orientar era um policial, (não o guarda que orienta os turistas em Pompéia), mas o tal “homem da lei” mesmo. Nos aproximamos cumprimentamos e, meio sem graça perguntamos: “Buongiorno. Per favore, dov’è il lupanare?” Primeiro nos encarou, arregalando um pouco os olhos. Depois sorriu e nos indicou uma rua mais abaixo. Creio que foi a primeira vez que turistas perguntaram a um poliziotto onde ficava a zona de meretrício…
Via dei Sepolcri
Os romanos não tinham cemitérios como conhecemos. Quem tinha recursos, já em vida, mandava construir seus túmulos na entrada da cidade para ficarem mais visíveis. Alguns tem inscrições que chegam a ser engraçadas. Assim, por exemplo, elogiam a si mesmos – “um cidadão honesto, bom pai de família”e tome confeti.) a esposa, familiares e amigos. Outras, entretanto metiam o pau nos desafetos dos falecidos, na esposa desleal, amigo ingrato e por aí vai.
Villa dei Misteri
A Villa dei Misteri é uma grande casa que pertenceu a um rico patrício (ou seja, alguém de família nobre). Seu interior pode igualmente ser visitado. É, porém, mais afastada do centro. Você terá, portanto, que pegar a Via dei Sepolcri e ir em frente. Ela é famosa por seus afrescos que ilustram a iniciação de uma recém casada nos rituais dionisíacos. Atenção, porém, se você estiver viajando na alta estação. As vezes, há uma multidão em frente a essas pinturas. Chegue cedo se quiser saber como é a iniciação nos rituais dionisíacos….
Enfim, essa casa é outra pérola do turismo em Pompéia.
Dicas
Conhecer Pompeia é um programa a céu aberto. O calçamento de pedras é, entretanto, irregular e andar muito é inevitável. Portanto, use calçados confortáveis, sem saltos, e roupas adequadas à temperatura que estiver fazendo. Tenha igualmente consigo um guarda-chuva, um boné e uma garrafa d’água. Enfim, há dentro do sítio uma lanchonete onde comer.
– Use sapatos confortáveis fechados, (meninas, nada de salto!), use tênis, se possível.
– Peça um mapa das ruínas ao comprar o bilhete de entrada
Fique esperto
– Na entrada das ruínas existem lanchonetes que tentam vender sucos e sanduíches aos turistas, alegando que “lá dentro” não há onde comer. Ou seja, como se trata de uma visita de várias horas, muitos caem nessa. Na realidade, porém, existe dentro do sítio arqueológico cafeteria e fast-food. Quebra um galho, portanto. Assim, servem sanduíches, pizza em pedaços, fritas, etc.
E Herculano?
Herculano fica a somente 12 km de Nápoles. A cidade foi igualmente completamente destruída pela erupção do Vesúvio. É menor do que Pompéia. A maioria de seus edifícios, entretanto, está mais bem conservada. Diríamos que as duas visitas se completam. Veja informações e dicas sobre Herculano.
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Que outras cidades e regiões da Itália você pensa em visitar?
A Itália é o primeiro destino turístico mundo. Aliás, sempre mencionamos que a Itália não é um país para apenas se visitar, mas principalmente para se frequentar. Para conhecer mais ou menos a Itália precisamos de várias viagens. Podemos selecionar, por exemplo somente as cerejas do bolo e para isso precisamos de, no mínimo, um mês. Ou então optar por macro-regiões, como o sul, o centro, ou o norte do país. Por isso mesmo, precisamos nos hospedar nas regiões mais práticas em cada cidade que pretendemos visitar, ou seja, perto de tudo o que interessa, com acesso fácil às atrações. E também, desembarcar numa cidade com pelo menos umas duas noites de hotel já reservadas. Em sites de reserva como o Booking.com, por exemplo, você confere preços, vê fotos do hotel e sua localização.