Champagne, uma região linda pertinho de Paris
Você já conhece bastante bem Paris? Que tal agora conhecer alguns lugares lindões nos arredores? É o caso, por exemplo, da região de Champagne, muito famosa por sua bebida. Acessar a região de Champagne é facílimo a partir de Paris, de tem ou de carro.
Trem
Há trens diretos de alta velocidade (os famosos TGV) da Gare de Leste em Paris, para a capital da região, Reims, um bom começo para sua viagem. Uma viagem tranquila que toma somente 45 minutos.
Carro
De Paris são uns 120 km pela A4, até Reims, a capital regional. Não tem muito como errar. Você pode, se for visitar a Champagne antes de Paris, já alugar um carro no próprio aeroporto Charles De Gaule, ao desembarcar. De Charles De Gaule fica ainda mais fácil. Só pense em pegar um mapa na locadora ou no escritório oficial de turismo do aeroporto. O carro, na verdade é importante também para se visitar as demais cidades da região como Provins, Troyes, e Chalons-en-Champagne, com inteira liberdade.
Ônibus
Há diversos ônibus que partem da estação rodoviária de Bercy-Seine, na Rive Droite. O ônibus, entretanto não é muito prático. É lento, e essa rodoviária é meio afastada do centro de Paris.
Melhor época para visitar a Região de Champagne
Não tem como fugir de uma mesma realidade que vale não apenas para a França, mas por toda a Europa. As mudanças climáticas que estão acontecendo em todo o planeta são uma realidade. Os verões no continente europeu estão, cada vez mais tórridos. Paris, por exemplo, já teve recentemente temperaturas, no verão, de 41 graus! Morei em Paris e para lá voltei em muitas ocasiões, inclusive no verão. A temperatura máxima que eu pegava no verão parisiense era de mais ou menos 35 graus. E mesmo assim, me incomodava.
O fato é que ficar andando horas sob o sol no calorão não tem graça. Por isso mesmo, nossa sugestão é, quem puder, que evite julho e agosto, principalmente. Além do calor, está tudo lotado, pois é época de férias escolares na Europa. Os meses mais agradáveis correspondem à baixa temporada: maio, abril, maio, setembro e outubro, ou seja primavera e outono. Nessa época também as passagens aéreas costumam estar mais em conta e hotéis oferecem descontos mais facilmente. A tal lei da oierta e da procura…
Visitando a região de Champagne
É possível visitar a região de Champagne utilizando transportes públicos, mas o carro é sempre, no caso dessa região, muito útil. São cidades pequenas com estradinhas com pouco trânsito, muitas vezes ao lado de vinhedos, passando por vilarejos que parecem parados no tempo.O engraçado era que raramente vínhamos alguém nas ruas desses povoados, nos perguntando onde estariam os moradores. Um lado bom na região de Champagne é que era fácil achar onde estacionar, sobretudo durante a baixa temporada. A única coisa que você tem que saber é que há pequenos procedimentos que, nós brasileiros precisamos nos habituar na Europa, como encher o tanque de seu carro. Postos com frentistas são raros por lá.
Champagne, bebida de appellation d’origine contrôlée
A região tem o nome da preciosa bebida. Ou, mais exatamente, o contrário. Ou seja, essa viagem é uma grande oportunidade para degustar alguns dos melhores champagnes do mundo. Aliás, “champagne” é o único espumante que pode ser chamado por esse nome, sendo obrigatoriamente produzido na região francesa de Champagne, tendo, portanto, direito a ser considerado como uma bebida, na classificação francesa, considerada como d’appellation d’origine contrôlée (AOC). Os demais espumantes, mesmo na França e, inclusive muito bons, só podem ser chamados de “espumantes” apenas, nunca de “champagne”. Enfim, a AOC é utilizada também nos melhores vinhos em toda a França.
Os vinhedos ficavam bem ao lado de estradinhas de terra, um enorme mar verde, a se perder de vista, às vezes juntos dos vilarejos ou em torno de pitorescas igrejinhas rurais e mesmo em torno das casinhas. A impressão que se tem é que cada metro quadrado do território da Região de Champagne é aproveitado para o cultivo dos vinhedos destinados à produção da bebida.
As uvas plantadas, em sua imensa maioria são, é claro, destinadas à produção do champagne, a mais importante atividade da região e que atrai igualmente turistas do mundo inteiro, sobretudo os apreciadores. Afinal, beber champagne por lá, sai muito barato!. Eram tantos os vinhedos, que não resistíamos. Assim, vez outro parávamos e provávamos algumas frutinhas, quase sempre doces, ou, no minimo saborosas.
Site oficial de turismo da Região de Champagne
Principais cidade de interesse na Região Champagne
Reims
Reims, a capital da Região da Champagne, tem uns 180 mil habitantes, é uma cidade muito antiga, anterior aos romanos. Reims foi igualmente um importante centro na religioso e comercial durante a Idade Média. A cidade tem diversas atrações. Infelizmente, sofreu bombardeios tanto na primeira como na segunda guerra mundial, pois ficava junto do front.
Por pura sorte uma parte de suas belas construções medievais não foram atingidas, o que nos permite imaginar como era a riqueza de sua arquitetura original, muto semelhante às das cidades não destruídas na guerra como Provins, Troyes e Chalons-en-Champagne. Até o escritório oficial de turismo de Reims foi instalado em uma construção da Idade Média, com uma parte em ruínas. Super diferente!
Catedral
A Catedral de Reims é gigantesca e bela, uma das maiores da França, toda construída em estilo gótico. É uma sorte que não tenha sido atingida por canhonaços nas duas guerras mundiais. A altura de sua nave, por exemplo, tem quase quarenta metros. Seu comprimento alcança cento e cinquenta metros. Vale a pena reparar igualmente em seus famosos vitrais, alguns dos mais belos da França, que difundem no interior da igreja uma luminosidade única, levemente colorida.
Caves
Outra atração em Reims e em Epernay são as caves, representantes das mais badaladas marcas de champagne do mundo. Você pode fazer um bate-e-volta até Epernay, a menos de trinta km de Reims para visitar a Moet & Chandon e a Perrier Jouet. Em Reims você pode visitar as caves dos champagnes Veuve Clicquot, Pommery, Taittinger, Mumm, e outras. A visita às caves dá direito a degustação. A cave da Veuve Clicquot, por exemplo, instalada em crayères galo-romana , enormes cavernas escavadas no calcáreo, é tão grande que permite a circulação de veículos para o transporte das garrafas. As Maisons e Caves de Champagne são considerados Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Musée de l’Automobile
Outra atração, uma surpresa, que não esperávamos encontrar na cidade de Reims, é seu museu do automóvel. Há museus sobre carros antigos em diversas cidades do mundo, mas o Museé de l’Automobile de Reims é um show: São dezenas de automóveis de diferentes épocas, alguns bem antigos, e de tudo quanto é marca. Se você se interessa por carros antigos, não deixe de visita-lo.
O Musée de l’Automobile de Reims, é, sem dúvida, um dos mais interessantes da França. Seu vasto acervo é constituído por veículos de diferentes modelos, a maioria de origem européia, sobretudo veículos franceses, mas também de outros países. Você verá fords de bigode, veículos da década de vinte, velhos Renaults, citroëns da época da segunda guerra e outras raridades.
Uma historinha de viagem: quando visitamos o museu, que é particular, conhecemos o proprietário. Na hora de ir embora perguntei a ele se podia me conseguir um táxi. Ele me respondeu que tinha um modelo de 1930, em perfeito estado, mas que foi vendido… Perguntou-me: “Que tipo de táxi o senhor quer? Algum modelo americano, ou europeu?”. Respondi que queria um táxi tão somente para voltar para ao meu hotel… Demos boas risadas!
Site oficial do Musée de l’Automobile em Reims.
Palácio Tau
Junto da catedral de Notre-Dame de Reims, fica o antigo Palácio Arcebispal, o PalaisTau. Seu aspecto original não era o mesmo do atual que você verá em Reims. Foi todo reformado a partir do final do século XV, adquirindo características góticas. Posteriormente, a partir de 1671, outras reformas foram alterando novamente sua arquitetura, que ganhou, dessa vez, traços barrocos. O edifício em forma de “T” deu nome ao palácio onde os herdeiros do trono francês se hospedavam e eram vestidos para o cerimonial da coração na catedral depois de se banquetearem no salão do palácio. O Palácio Tau foi em 1972 transformado em museu. Fazem parte de seu acervo relíquias do tempo de Carlos Magno. O destaque é um talismã presenteado pelo Califa de Bagdá, todo de ouro, incrustrado de pedras preciosas. Site oficial do Palácio Tau.
Le Musée de la Reddition
Esse museu em Reims está instalado no mesmo imóvel onde o alto comando nazista assinou sua rendição incondicional no final da Segunda Guerra Mundial em território europeu (a guerra prosseguiu contra os japoneses no Pacífico). A rendição alemã foi assinada no dia 7 de maio de 1945. Nesse museu você poderá ver documentos de época, imagens e objetos da época da guerra, maquetes ilustrando a ocupação nazista da França e a luta da Resistência Francesa. É uma visita interessante sobretudo para aqueles que se interessam por História. Musée de la Reddition.
Abadia de Hautvillers
Curiosamente, essa abadia do século XII ficou famosa não por motivos estreitamente religiosos, mas sim por ter sido moradia de Dom Pérignon. Esse nome não lhe diz nada? Pois é, Dom Pérignon, um monge, foi quem aperfeiçou o champagne. Santo homem! Devia ser canonizado. Enfim, os vinhos produzidos na região de Champagne já tinham tendência a se gaseificar.
Ocorria que garrafas transportadas em carros de boi quando muito sacudidas, ocasionalmente explodiam. Por isso, repare: as garrafas de champagne e outros espumantes são mais reforçadas, mais pesadas e mais fortes, capazes de aguentar a pressão da bebida borbulhante. Durante a visita você poderá visitar o quarto onde habitava o religioso. Acenda uma vela por nós para esse bom homem!
Chalons-en-Champagne
Uma das cidades que mais gostamos foi Chalons-en-Champagne, situada a mais ou menos uns 35 km de Reims, que foi, na Idade Média, um importante centro comercial. Um pulinho para quem está de carro, embora exista transporte público entre Reims e Chalons. A cidade é repleta de lindas construções medievais com ruas perfeitas para se flanar. Chalons-en-Champagne é famosa por suas igrejas.
Vale a pena visitar em primeiro lugar a Catedral de Saint Etienne, em estilo românico, erguida no século XII, depois reformada em estilo gótico e barroco. Outro destaque é a Igreja de Notre-Dame-en-Vaux, considerada Patrimônio da Humanidade. A igreja mais antiga de Chalons-en-Champagne, porém, é a de Saint-Alpin, reformada posteriormente, quando ganhou detalhes góticos, em moda na época. Até mesmo o Hotel de Ville (prefeitura) de Chalons tem interesse. Foi construido em estilo neo-clássico no final do século XVIII.
Site de Turismo de Chalons-en-Champagne
Troyes
O legal em Troyes, a uns 130 km de Reims, é que a cidade escapou dos bombardeios de duas guerras e seu centro histórico medieval está intacto, com casinhas antigas em estilo enxaimel, com vigas cruzadas, uma graça. Na Idade Média, no século XII, principalmente, Troyes, ficou famosa por suas feiras. Esses eventos atraiam mercadores de vários lugares da França e se estendiam por meses meses. Essas feiras medievais funcionavam, na prática, muito mais baseada na troca de produtos, a prática mais comum durante a Idade Média.
Na verdade acho que gostamos mais de Troyes do que de Reims, muito mais atingida por bombardeios na primeira e na segunda guerra. Só perambular por seu centro histórico preservado já é um programão. Lá tá cheio de barzinhos, restaurantes, lojinhas. Apesar de seu interesse, Troyes é pequena e dá para ser visitada em um bate-e-volta a partir de Reims. Só procure sair cedo. Site de tourismo de Troyes
Provins
Provins, na verdade, fica mais perto de Paris (100 km) do que de Reims. Por isso tem mas gente que visita Provins em um bate-e-volta a partir da capital francesa do que a partir de Reims. Provins é outra cidade de arquitetura medieval bem preservada, mas que já era importante durante o período romano. A cidade ainda conserva, inclusive parte de suas muralhas da Idade Média e inúmeras atrações, além de um casario medieval predominantemente em estilo exaimel
Nas muralhas da Idade Média ainda sobraram algumas de suas antigas portas, como a Porte de Jouy e a de Saint-Jeans, as mais interessantes, e outras.
Situada num cruzamento de diferentes estradas da época, Provins também tinha uma feira super famosa que concorria com a de Troyes. A cidade guardava também relíquias importantes do cristianimo, assim acabou se tornando um centro de peregrinação.
Em outras palavras Isso, juntamente com as feiras gerava renda. Por isso as relíquias eram tão disputadas, embora quase todas fossem falsas. A movimentação financeira foi tal que a cidade criou uma moeda própria, chamada de denier provinois, aceita em toda a Europa. Exagerando um pouco, quase um dólar da época… Essas feiras eram também oportunidade para competições e apresentação musicais.
Algumas atrações em Provins
Em Provins não se pode deixar de conhecer a Torre César. É uma torre de defesa do século XII situada numa elevação da velha Cidade Alta, com uma torre principal rodeada de outras quatro menores. Também merece uma olhada a Collégiale Saint-Quiriace, igreja em estilo gótico do século XII, que nunca foi completamente terminada por falta de “l’argent“. Repare que uma das laterais, que está inacabada.
Os subterrâneos de Provins
Provins conserva igualmente curiosos subterrâneos onde, na época, retiravam um tipo de argila, a terre à foulon, utilizada no tratamento de tecidos de lã. Esse subterrâneos serviam igualmente de armazéns de produtos vendidos nas feiras. Também vale a pena dar uma olhada no seu Hôtel Dieu, um palácio medieval de pedra, antiga residência das condessas de Provins.
E, finalmente, temos tambem La Grange-aux-Dîmes, uma espécie de mercado que tinha no segundo andar acomodações para os mercadores que, assim, ficavam perto de suas mercadorias. A visita é interessante porque o lugar foi tranformado num museu com montagens e cenas que nos permitem entender como era a vida em Provins durante a Idade Média.
Se você vier de carro pode deixa-lo no estacionamento do escritório de turismo, junto do centro histórico. Uma curiosidade, para terminar: do começo da primavera até o início de novembro há shows com participantes vestidos com roupas medievais. Como no turismo muita coisa está sempre mudando, confirme datas e horaríos no escritório oficial de turismo de Provins
Hospedagem
Reims é uma cidade maior e com mais opções de hotel. Mas também é possível se hospedar em pequenas cidades próximas, como Challons-en Champagne, Troyes ou Provins. Uma coisa boa na Champagne é que a relação preço-qualidade também é superior à que se pratica em Paris. Há diversos pequenos hotéis bastante charmosos e confortáveis por preços bem acessíveis.
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