Valença do Minho
Em primeiro lugar, para os que não leram nossas demais postagens sobre essa aventura de carro através de Portugal, vamos resumir: tinhamos subido do Alentejo até Caminha junto da fronteira espanhola. Ficamos uns três dias por lá e prosseguimos. Igualmente, à beira do Minho, a somente a 24 km de Caminha, fica outra cidade que nos agradou muito. Trata-se, assim, de Valença do Minho. De frente para os, outrora, suspeitos espanhois, Valença do Minho, tem hoje apenas 3.000 habitantes.
Valença possui uma fortaleza, em diferentes níveis, igualmente em estilo vauban, porém, muito mais poderosa, erguida a partir do século XVII, com seus muros reforçados posteriormente. Repare seus canhões apontados para o território espanhol… Hoje, entretanto, reina a paz e você pode mesmo atravessar o Minho de ferry e fazer um bate-e-volta do lado espanhol.
Uma pequena dica se for visitar Valença do Minho
O gostoso em Valença do Minho é passear por suas ruelas de casinha brancas onde funcionam comércios que atraem, nos finais de semana, uma multidão de espanhois. Ou seja, se beneficiam dessa forma, dos preços mais baixos praticados em Portugal. Dessa forma, a cidade, principalmente no verão, fica lotada. Logo, se puder visite Valença do Minho durante a semana.
Posto de Turismo: Paiol do Campo de Marte 4930-677 Valença do [email protected]
Ponte de Lima
Mais para o interior, a 30 km de Viana do Castelo, fica Ponte de Lima, uma bela cidadezinha medieval, com pouco mais de 3.000 habitantes. Ponte de Lima, nosso próximo destino, além de ficar em nosso caminho rumo ao sul, tinha, ainda mais, seu interesse. Ou seja, além de sua famosa ponte romana (séc. V) sobre o rio Lima, seu centro histórico merece igualmente uma visita. Gostamos particularmente de conhecer o palácio fortificado de Ponte de Lima, uma construção do século XV.
Braga
Nossa etapa seguinte, foi Braga. A terceira maior cidade de Portugal data da época dos romanos e situa-se a 366 km ao sul de Lisboa, a apenas 57 km a leste da Cidade do Porto.
Ainda mais, Braga tem um centro histório elegante, com belos imóveis, de diferentes estilos. Repare igualmente nas mansões e igrejas recobertas de azulejos, lindonas.
Fora do centro e nos arredores de Braga
Se você tiver um pouco mais de tempo, como nós, vale visitar uma atração um pouco mais afastada do centro, a Casa dos Biscainhos (na rua do mesmo nome). É onde funciona o Museu Etnográfico e Artístico, interessante não só por suas coleções, como pelo palacete do século XVIII.
Finalmente, nos arredores de Braga fica Barcelos, famosa por seus galos coloridos que já viraram um símbolo de Portugal e, igualmente, o Santuário de Bom Jesus do Monte, no alto de uma escadaria desanimadora. Enfim, por sorte tem um funicular para os mais preguiçosos (como nós…).
Guimarães
Depois de visitar o norte de Portugal, resolvemos embicar para o sul pegando a N 101O. Dessa forma, rodamos uns 25 quilômetros até Guimarães, igualmente da época medieval, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Guimarães é, assim, famosa por seu centro histórico muito gracioso, onde perambulamos a esmo pelo labirinto de ruelas entre construções centenárias. Ou seja, a cidade é mais um dos pontos altos do turismo regional. Guimarães é outro antigo centro luso considerada berço de Portugal.
A principal atração em Guimarães é seu castelo medieval. Ele foi construído no século XI no local onde já existia uma antiga fortificação do século anterior. Super interessante, ou seja, a cereja do bolo de Guimarães,
Posto de turismo de Gumarães – Rua Conde Dom Henrique
:https://pacodosduques.gov.pt/monumentos/castelo-de-guimaraes/
Vila Real
Para chegar a Vila Real fomos nos desviando cada vez mais para o centro do território lusitano. Vila Real fica a 96 km do Porto, 110 km da cidade de Braga e 380 km de Lisboa.
Apesar de Vila Real não ser um destaque entre as inúmeras atrações do turismo português, fazia, entretanto, parte de nosso roteiro, rumo ao sul. Valia a pena, portanto, dar uma parada para um café.
No seu centro histórico, de interesse relativo, há duas igrejas que merecem um olhada para quem curte, como nós, do Canal do Youtube “Sonhos de Viagem”, estilos arquitetônicos: a Sé, erguida no século XV e a Igreja dos Clérigos.
Solar de Mateus
É, entretanto, fora da cidade, três km a leste, que fica a principal atração de Vila Real, o Solar de Mateus, considerado por muitos como um dos mais imponentes solares de Portugal.
Erguido no início do século XVIII, o solar, em estilo barroco, é todo rodeado de belos jardins. O interior, aberto à visitação, possui um rico acervo de mobília, obras de arte, tapeçarias e porcelanas.
Saiba mais sobre a Casa de Mateus.
Viseu
Largo da Sé de Viseu – A cidade tem no seu centro histórico uma catedral que começou a ser construída no século XII, em estilo românico, mas, posteriormente, passou por tantas reformas que ganhou elementos barrocos e góticos. Ou seja sobrou muito pouco do estilo original.
Igreja da Misericórdia – Igualmente no lago da Sé, charmosa, em estilo barroco rococó.
Museu do Grão Vasco
Fica igualmente no largo da Sé, ou seja bem, no centro, o que facilita a visita. O melhor desse museu é sua coleção de arte flamenga. Repare em um detalhe curioso na pintura dos reis magos: um deles, no lugar de Baltazar, o africano, você verá um índio brasileiro.
Nas proximidades de Viseu
Caramulo
A cidade de Caramulo, de uns 2.000 habitantes apenas, situada a uns 800 msnm é uma estação termal de relativo interesse. Vale a pena dar uma olhada em seus museus.
Não perca, portanto, o Museu de Arte, com obras de Picasso, entre outros artistas e o Museu do Automóvel. Este possui uma boa coleção veículos antigos muito bem conservados. Quem curte esse tipo de atração, vai adorar. São carros das primeiras décadas do século XX, de diferentes marcas e modelos. Tivemos que nos conter para não subir em um deles e sair guiando por Caramulo!
Serra da Estrela
Bem no centro de Portugal, a 125 km de Coimbra, é a área montanhosa mais alta do país, com 1993 msnm. É, assim, a única região que neva regularmente no território luso.Tem até uma pequena estação de esqui.
Descendo rumo ao sul, tivemos que fazer um desvio. Porém, de carro foi fácil para nós curtir as paisagens mais bonitas da Serra da Estrela, podendo parar onde queriamos.
Como estávamos no outono, o arvoredo começava a assumir tons amarelados e avermelhados encantadores. Manteigas, não é grande, porém é a cidade de mais infraestrutura de turismo na Serra da Estrela. Há, igualmente, em Manteigas mais opções de restaurantes e barzinhos simpáticos, uma boa oportunidade para experimentar vinhos regionais, alguns dos quais, de pequena produção, você não encontra facilmente em Lisboa.
Neve, lagos e castelos medievais
As paisagens de montanha da Serra da Estrela são semeadas de pequenos lagos glaciares. Embora o turismo na Serra da Estrela tenha alguns castelos medievais e cidadezinhas graciosas esquecidas no tempo, você verá igualmente construções da Idade da Pedra, inclusive habitações trogloditas do paleolítico.
É possível, ainda de carro, subir até o alto da pista de esqui da Serra. Como era outono havia pouca neve. Quem quer ver neve deve ir no inverno.
Manteigas
Em alguns povoados da Serra da Estrela sempre se consegue um hotel. São, entretanto, em sua maioria, isolados, em plena natureza. Dessa forma, preferimos nos hospedar na cidade de Manteigas. Recomendamos que você faça o mesmo.
A cidade é um pouquinho maior do que as demais, igualmente toda pedra, muito tranquila e graciosa.
Dica importante
Existe em Manteigas um posto de informação de turismo. Procure dar uma passada pedir um mapa e pegar dicas.
Posto de turismo municipal – Rua Doutor Esteves Carvalho,
https://cm-manteigas.pt/categoria-de-diretorio/postos-de-turismo/
Um dos melhores queijos do mundo
Você cruzará com rebanhos de ovelhas, alguns bem no meio da estrada. São essas ovelhinhas da raça bordaleira que produzem o leite com o qual é fabricado o famoso queijo da Serra da Estrela. Ou seja, falamos de um queijo considerado um dos melhores do mundo e fabricado desde a época romana.
O curioso é que esse queijo maravilhoso só se tornou conhecido em Portugal nas última décadas do século XIX! Antes só era conhecido na região. Enfim, não deixe de prova-lo na própria Serra da Estrela, (gastronomia igualmente é turismo e cultura!) mesmo porque, em um mercado de Lisboa já é caro.
Coimbra
Coimbra é famosa por sua universidade, uma das primeiras da Europa, a mais antiga de Portugal, fundada em 1290. Hoje virou inclusive uma atração turística. Em consequência de sua universidade, Coimbra, cheia de estudantes, é uma cidade bastante animada, com seus barzinhos lotados de jovens.
Zéca, ou Zé Afonso, o poeta da democracia
Coimbra é igualmente a terra do poeta e compositor, José Afonso. O artista, que foi sempre perseguido em razão de suas músicas durante a ditadura Salazarista era popular entre os estudantes. Zé Afonso, ou simplesmente Zeca, como é chamado até hoje pelos estudantes em Coimbra, fazia como Chico Buarque, músicas de protesto que incomodava a ditadura salazarista.
As músicas de caráter político de Zeca tinham, assim, letras sutis, e muitas vezes os censores, burrinhos, deixavam passar. Só depois que todo povo estava cantando essas canções, caía a ficha e eram proibidas… (Como aconteceu no Brasil!). Sua canção “Vila Grândola Morena”, proibida, serviu de palavra-chave para a Revolução dos Cravos quando foi posta no ar por uma rádio. Foi o sinal para os militares saírem às ruas e derrubarem a ditadura salazarista. Parabéns aos militares lusitanos. Um exemplo para seus pares de outros continentes, que derrubam democracias e instauram ditaduras que, às vezes duram 21 anos…. Claro, pá, que tu sabes o que estou a “dizeire”
Tomar
Situada a130 km da capital, Tomar já pode ser incluída no turismo português, na classificação de “Lisboa e Região”. É umas das atrações top do turismo regional.
Sua história, assim como a de Aveiro, é longa e tumultuada. Ainda mais, foi uma das primeiras regiões portuguesas comprovadamente habitada já na Idade da Pedra, no período neolítico. Existem,assim, como na Serra da Estrela, pesadas habitações de pedra e vestígicos de aldeias desse período.
Ocupada pelos romanos que criaram a província da Lusitânia, a região de Tomar foi integrada ao império. Com a decadência de Roma chegou a vez dos visigodos se apossarem da cidade. Depois, posteriormente, quando os moros invadiram a Península Ibérica, a região foi ocupada pelos muçulmanos. Dessa forma, só com a Reconquista, quando os árabes foram expulsos da Península Ibérica, Tomar foi recuperada pelos cristãos.
Os templários
Enfim, Tomar é mesmo famosa por seu castelo templário construído na segunda metade do século XII.
Os templários eram uma ordem religiosa cristã riquíssima, formada por monges guerreiros. Tornou-se tão poderosa que incomodou o rei da França, Felipe, o Belo, além do próprio papa. Ou seja, eles viam a ordem como um poder paralelo que desafiava em importância sua autoridade. Dessa forma, Filipe IV, conhecido como Filipe, o Belo, em 1314, com o apoio do papa Clemente, atacou de surpresa a sede da ordem em Paris. Prendeu ou matou a maioria e, baseado em acusações falaciosas, os mandou para a fogueira. Assim, igualmente, sem cerimônia, apossou-se de seus tesouros.
A Ordem dos templários em Tomar
Assim, muitos dos templários que escaparam fugiram para Portugal. Lá contaram com o apoio do rei Dom DInis. Em suma, a ordem apenas mudou de nome. Passou a chamar-se “Ordem de Cristo”, porém continuou ativa. Logo, com o jeitinho português (que mais tarde o brasileiro adotaria), passaram a perna no papa e no rei da França ao mesmo tempo! Aliás, as caravelas lusitanas que participaram das grandes navegações tinham em suas velas as enormes cruzes da ordem.
Embora o principal a ser visitado em Tomar seja o castelo templário, a cidade sozinha já é um destaque no turismo português. Foi um prazer para nós perambular por suas ruas históricas.
O centro histórico de Tomar
Deixamos o carro numa ruela e curtimos a cidade a pé flanando por seu centro histórico bem gracioso. Na Praça da República e, igualmente rua Serpa Pinto, pudemos apreciar velhos imóveis com uma bela fachada. Nos chamou a atenção igualmente a Igreja de São João Batista, em estilo gótico flamboyant com um lindo portal.
Finalmente, na rua Joaquim Jacinto, existe uma sinagoga do século XV, que acabou transformada em prisão quando os judeus passaram a ser perseguidos em Portugal em 1496, por pressão dos reis espanhois e de Roma. Os chamados cristãos novos eram judeus convertidos, ou que fingiam sê-lo. Muitos deles fugiram para o Brasil, principalmente para São Paulo.
Sinagoga
R. Joaquim Jacinto, 73. A sinagoga de Tomar data do século XV, porém funcionou durante poucas décadas, até ser transformada em prisão em 1496, quando o judaísmo foi proibido em Portugal. Mais tarde tornou-se uma igreja e posteriormente uma espécie de armazém. No seu interior, reconstituído, funciona um pequeno museu.
Santarém
Nosso destino seguinte, Santarém, fica junto do Rio Tejo, em um planalto cercado de colinas. A cidade, situada a 80 km de Lisboa, teve uma história movimentada, semeada de guerras entre cristãos e moros, até ser reconquistada pelos portugueses em 1147.
Por ser uma cidade maior, com boa infraestrutra de turismo, reservamos, assim, duas noites em um hotelzinho simples, porém limpo e bem situado. E, ainda mais, podíamos deixar um carro em um local seguro na pracinha do lado.
Não sendo uma cidade super turística e, provavelmente, por estarmos fora da estação, suas ruas e praças estavam bem tranquilas.
Perambulando por Santarém
Perambulamos pela cidade no final da tarde. Acabamos, assim, chegando a um mirante de onde se podia apreciar o Tejo correndo manso lá embaixo, refletindo em suas águas o avermelhado do sol poente. Outro lugar igualmente com vista privilegiada do Tejo é o Jardim das Portas do Sol, onde fomos no dia seguinte. Inesquecível!
O centro histórico de Santarém
Caminhando a esmo pelo pelo centro histórico de Santarém, reparamos nos vários imóveis históricos e igrejas em diferentes estilos, com certa predominância do gótico. Enfim, é um lugar para se flanar sem pressa, curtindo a paisagem urbana, depois parar num barzinho para um café ou para tomar uma taça de vinho, descansar, antes de prosseguir o passeio.
Como não podia deixar de ser, Santarém possui igualmente, um castelo medieval voltado para o Tejo. Infelizmente, porém, sobraram apenas parte de suas velhas muralhas, além da Torre das Cabaças. Esse castelo, no passado, defendia o porto junto ao Tejo, que é navegável até o mar. Ou seja, permitia o acesso fácil de embarcações maiores, como caravelas.
Évora
Évora, nosso destino seguinte, é a capital do Alentejo, um dos pontos altos do turismo português. Não só na cidade, porém, igualmente nas proximidades, existem muitas atrações de primeira linha, que incluem castelos e cidadezinhas medievais. Ou seja, fomos obrigados a dedicar uma postagem exclusiva sobre o Alentejo
Lisboa
Após visitar o Alentejo, partimos para Lisboa, porta de entrada da maioria dos turistas que visitam o país. A capital lusitana é, igualmente, uma das pérolas do turismo português. Ou seja, merecidamente, diga-se de passagem, porque concentra um grande número de atrações de todo tipo. A capital portuguesa possui museus, fortalezas, bairros pitorescos que esbanjam charme, igrejas históricas, casa de shows. Sem falar da gastronomia e dos vinhos! Assim, tivemos que dedicar um post exclusivo sobre Lisboa.Turismo em Portugal: Lisboa
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Nossa filosofia de viagem
Todos nossos vídeos têm o turismo como tema. Assim também, temas correlatos, como “gastronomia em viagem” ou “vinhos em viagem” que igualmente se enquadram no tópico turismo. Nossos vídeos refletem nossa filosofia de viagem e de vida. Portanto, quando viajamos, não queremos apenas visitar atrações turísticas ou curtir belas paisagens. Afinal, isso é parte importante da viagem, sem sombra de dúvida. Curtimos, porém, conhecer a cultura, costumes, a gastronomia do país, sua arquitetura, sua produção artística e sua religião.