América do Sul

Bogotá

Colômbia, um país simpático

Bogotá foi a última capital sul-americana que visitamos, Ketty e eu, nesta aventura de seis meses de busão pela América do Sul. Ou seja, o começo do fim de nossa aventura sul-americana.

Plaza Bolívar, Bogotá

O fato é que ambos estávamos tendo uma boa impressão da Colômbia desde nossa entrada no país. Afinal, até policiais da aduana e imigração, em geral sisudos, foram muito simpáticos conosco. Enfim, talvez eu seja suspeito para falar porque, quando morava em Paris, tive vários amigos colombianos muito gente boa. Ainda mais, acho os colombianos muito parecidos com os brasileiros.

Rua do centro histórico de Bogotá

Como ir do Brasil para Bogotá

Nós, que viajávamos pela América do Sul, entramos na Colômbia pela fronteira equatoriana. Sabemos, entretanto, que a maioria de nossos turistas toma o avião em Guarulhos e desembarca na capital colombiana. São, assim, seis horas de viagem, vôo direto. A Latam e a colombiana Avianca igualmente, são duas companhias que ligam São Paulo a Bogotá.

Sobre Bogotá

O local onde se situa Bogotá, no altiplano da Cordilheira Oriental dos Andes, é habitada há milhares de anos. Afinal, em lugares como Chiribiquete na Colômbia, foram encontradas pinturas rupestres de mais de 19,5 mil anos, o que surpreendeu os arqueólogos.
A capital colombiana foi fundada pelos espanhóis em agosto de 1538 em um lugar que os índios da região chamavam de Bacatá. A ideia, portanto, era estabelecer ali a capital do Novo Reino de Granada, como foi denominada a colônia. Bogotá foi, portanto, beneficiada de imediato por sua condição de capital.

Centro antigo de Bogotá

Bacatá e a presença espanhola

Sabe-se que a maior parte da população nativa, não resistente a doenças como varíola, sífilis e outras, pereceu em contato com os invasores. Ainda mais, a pressão da Igreja Católica para que os índios se convertessem e frequentarem missas agravou o contágio. Dessa forma, algumas tribos simplesmente desapareceram.

Impressões de Bogotá

Perambulando por Bogotá você verá uma população tão diferenciada quanto a brasileira. Ou seja, você cruzará nas ruas de Bogotá com brancos, negros, mulatos, pessoas de sangue índio etc.
Hoje a capital colombiana possui uma população de aproximadamente 8,5 milhões de habitantes.
Uma curiosidade sobre Bogotá, é que as ruas não costumam ter nomes, mas números.
Apesar de Bogotá ser uma cidade grande, seu centro histórico, la Candelária pode ser visitado facilmente a pé. Igualmente, é possível ir a pé, de La Candelaria a Santa Fé, o centro moderno, com edifícios modernos.

Santa Fé, região moderna de Bogotá

Hotel em Bogotá

Considere, antes de mais nada, a localização. Dessa forma, em Bogotá procure achar hotel de preferência no centro histórico, na Candelária. Assim, quanto mais perto da Plaza Bolívar ou da Plaza Chorro de Quevedo, melhor. Afinal, quase todas as atrações ficam por ali, você poderá visitar quase tudo a pé. Na região existem hotéis, hostels e hostals de todos os preços.
É bom, entretanto, ter um plano B, se você não conseguir hotel na Candelária. Assim, tente achar hospedagem na região mais moderna, vizinha, chamada Santa Fé. De Santa Fé é possível, caminhando uns dez ou quinze minutos, chegar até Candelária. Diga-se de passagem, apesar de Santa Fé não ter o mesmo charme do centro antigo perto da Plaza Bolívar, não deixa, entretanto, de ser uma região simpática.

O quarto minúsculo

Em todo o centro antigo de Bogotá há muitos hotéis. Desta vez porém, excepcionalmente não tínhamos nada reservado. Adotamos, portanto, nosso plano B. Assim, Ketty ficou com as bagagens em uma lanchonete e eu saí em busca de hotel. Não sei bem porque, mas não foi muito fácil, porém, achar um guest-house com boa relação preço qualidade. Encontrei um simpático, com café da manhã, quarto com banheiro, tudo muito limpo. Foi, porém, o menor quarto onde nos hospedamos em toda a viagem pela América do Sul! Ou seja, havia espaço apenas para a cama e para colocar nossa bagagem num canto. Assim, O wi-fi podia ser usado em uma mesinha perto da recepção. Por preguiça e, igualmente, pela excelente localização do hotel ficamos por ali mesmo.

Rua do centro histórico de Bogotá

A independência da Colômbia

A guerra pela independência do país iniciou-se em 1810 após o Levante de Bogotá. O longo combate foi conduzido por Simón Bolívar e Francisco Santander, veteranos de muitas batalhas. A guerra estendeu-se, entretanto, até 1819, quando os espanhóis foram vencidos na Batalha de Boyacá. 
Nessa época, Bogotá, que já possuía uma população de cinquenta mil habitantes e tornou-se, assim, a capital da Colômbia, nome que homenageia o descobridor Cristóvão Colombo. 

Catedral de Bogotá

Um pouco de cultura inútil

Uma curiosidade: um país homenageia o descobridor das Américas, enquanto um continente inteiro, da Terra do Fogo ao Alaska se chama América em honra ao fiorentino Américo Vespúcio (Amerigo Vespucci). Este, entretanto viajou ao Novo Mundo somente sete anos depois de Colombo, em 1499. Ou seja, Colombo empenhou-se nessa viagem, conseguiu financiamento pelos reis espanhois, fez tudo. Teve igualmente dificuldades em recrutar uma tripulação preocupada com a possibilidade da Terra ser plana e caírem num abismo (hoje só os muito ignorantes acreditam nesse papo…). Dessa forma, conseguiu chegar à América. Vespúcio, porém, foi quem deu nome ao continente. Vá entender!

Centro de Bogotá

Clima

Apesar de localizar-se perto da linha do Equador, Bogotá tem um clima temperado muito agradável, em razão da altitude. Dessa forma, tem uma temperatura anual média de 14 graus.
Faz frio a noite com temperaturas que podem atingir a mínima de 7 graus. Logo cedo pela manhã também faz frio. Nos dias ensolarados, entretanto, vai aos poucos esquentando até atingir uns 18 graus durante a maior parte do dia. Uma temperatura perfeita, portanto, para quem vai caminhar muito pela cidade. Só no final da tarde começa novamente a esfriar.
Os meses mais chuvosos são março e abril e setembro e outubro. Pancadas de chuva podem, porém, ocorrer o ano todo.  De qualquer forma, as chuvas não chegam a prejudicar a visita Bogotá. Os meses menos chuvosos são janeiro e fevereiro.

A região central de Bogotá

Uma das ruas que conservam seus antigos nomes

La Candelária

A região de La Candelária, que tem por centro a Plaza Bolivar, reúne as principais atrações da capital colombiana. É onde ficam a Iglesia de San Francisco construída no século XVII, o neo-clássico Teatro Colón, o interessante Museo del Oro, que exibe artefatos pré-colombianos feitos inteiramente de ouro.
Igualmente imperdível para quem gosta de arte é o Museu Botero, aquele das gordinhas, com as obras do mais importante pintor e escultor colombiano, Fernando Botero.
Na mesma região fica a Plaza Chorro de Quevedo, com muitas de suas paredes decoradas com grafites que já se tornaram uma atração na capital colombiana. praça foi fundada a primeira igreja da capital colombiana. Essa praça, com casinhas simples é, assim, uma atração do turismo de Bogotá.

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Café badalado em Bogotá

Flanar pelo centro antigo de Bogotá: um bom programa

Embora as atrações nos interessassem, o que mais nos agradou, entretanto, foi simplesmente flanar pelas ruas de seu velho centro histórico, com casinhas coloridas, uma ao lado da outra. Seus belos grafites, alguns dos quais são muito bem elaborados, colorem paredes e dão vida a essa parte da cidade.

Grafite no centro histórico de Bogotá

Os grafites de Chorro de Quevedo em Bogotá

Que diferença dos grafites em São Paulo com suas pixações horrorosas, que só sujam a cidade!
Em suma caminhamos muito, apreciamos esse verdadeiro museu ao ar livre e pudemos conhecer igualmente Santa Fé, o lado moderno do centro e Bogotá, a uns dez ou quinze minutos de caminhada.
Por ali havia muitos vendedores de rua expondo artesanato típico colombiano e, principalmente gravuras. Só não compramos, porém, devido a dificuldade de transitar com elas pela Colômbia até voltarmos ao Brasil.

Grafite em Bogotá, na Colômbia

Um tinto e um bom papo com los hermanos colombianos

Foi ali que paramos para pedir uma informação a um casal colombiano. O papo todavia se estendeu e acabamos os quatro em um café para tomar um “tinto“, como chamam o cafezinho por lá. Nós gostamos sempre de conhecer pessoas do país, conversar, trocar ideias. Esse intercâmbio faz parte da viagem.

Um papo e um “tinto” com amigos colombianos

Santa Fé

Corresponde a uma área não longe de la Candelária com edifícios modernos e traçado retilíneo. Essa área abriga ainda vários tipos de comércio, bancos, edifícios de escritório, restaurantes, casas de câmbio. A região, porém, não tem apenas arranha-céus, mas igualmente algumas antigas igrejas que contrastam com o modernismo do bairro. 

Nossa Senhora de las Nieves

Igreja de NS de las Nieves, em Santa Fé, Bogotá

O destaque fica para Nossa Sra. de las Nieves, de 1585, uma das mais antigas de Bogotá, que se destaca por sua arquitetura bizantina e suas paredes listradas de vermelho e amarelo.
A igreja que você verá na Carrera Sétima com a Calle Vinte, não tem, entretanto, o mesmo aspecto de quando foi fundada. O primeiro templo que ali existia possuía telhado de palha e acabou se incendiando em 1594. Assim, uma nova construção substituiu a antiga. Posteriormente, a igreja passou por inúmeras reformas e ampliações que a deixaram com o aspecto atual.

Interior da igreja de NS de la Nieves, em Bogotá

A comida colombiana

Nos demos bem com a comida em Bogotá. Os pratos típicos são simples, porém saborosos. Experimentamos, portanto, durante nossa permanência em Bogotá diversos pratos consumidos pelos colombianos no dia-a-dia. Alguns deles lembram a comida brasileira, outros chegam a ser bem curiosos.

Ajiaco

Entre os que provamos e aprovamos estão o manjadíssimo ajiaco, uma espécie de sopa com três tipos diferente de batata, carne de franco, espiga de milho e alcaparras.

Bandeja Paisa

Esse prato reúne as combinações mais estranhas, pelo menos para nós brasileiros. Imagine tudo no mesmo prato: banana frita, carne moída, bacon, arroz, feijão, chorizo, abacate e ovo frito… O curioso é que o abacate é comido geralmente com sal, acompanhando as refeições. Enfim, abacate com açúcar é coisa de brasileiro. No Peru igualmente é consumido salgado.

Arepa, o pão para todas as comidas

Quase todos os pratos que comemos, não apenas em Bogotá, mas igualmente em Cartagena das Índias e em todo o Caribe colombiano, chegam acompanhados de um tipo de pão que lembra o árabe ou o indiano. A diferença, entretanto, é que é feito com farinha de milho. Da mesma forma, os colombianos o utilizam mesmo para fazer sanduíches os mais variados.

Arepa, o pão de milho que acompanha quase todas as refeições na Colômbia

Sancocho

Igualmente uma sopa. Leva carne de boi, de frango e de porco, além de batata, banana (plátano, nome colombiano) e milho.

Mondongo

É mais um tipo de sopa que leva carne de porco, chouriço, tripas, batatas, mandiocas e outros vegetais.

Peixe frito e arroz com coco 

Outra comida igualmente comum é o peixe com arroz de côco.

O tradicional feijão com arroz

Mac Donalds servindo feijão com arroz?

Praticamente igual ao que comemos diariamente no Brasil, o bom feijão com arroz que nos fez falta em quase toda América do Sul, é comum na Colômbia.  Como no Brasil, vimos no menu o feijão com arroz acompanhado de frango, saladinha e batatas fritas. Dessa forma, nos sentindo em casa!

Uma estranha combinação: O que é Cola & Pola?

Ketty em Bogotá, experimentando a Cola & Pola

Enfim, se vocês querem mais exotismo, que tal experimentar uma bebida comum na Colômbia: a Cola & Pola? Sabem o que é? Cerveja com coca-cola! Resolvemos, assim, experimentar. Enfim, pode parecer meio estranho, mas não é ruim. Só não imaginávamos uma combinação desse tipo.

Dicas e informações:

Bogotá deve ser um destino obrigatório para quem visita a Colômbia. O país, porém, tem muito mais a oferecer, como, por exemplo, Cartagena das Índias e San Andrés, no Caribe.

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