Cultura geral

O que foi a Guerra do Paraguai?

Batalha naval de Riachuelo

SOLANO LOPEZ E A GUERRA DO PARAGUAI

Em primeiro lugar é absolutamente essencial saber quem foi o ditador paraguaio Solano Lopez. Sem saber mais sobre esse personagem , sua personalidade, seu comportamento, seus atos, é impossível entender o que foi a Guerra do Paraguai. Nesse sentido é particularmente importante conhecer  a obra do coronel paraguaio Juan Crisostomo Centurión: “Reminiscencias Historicas Sobre La Guerra Del Paraguay” .

Convivendo com Solano

Além de nos permitir conhecer uma opinião importante do lado paraguaio, o autor, que conviveu de perto com Solano, também criticou em sua obra, publicada muito depois do fim do conflito, o sistema personalista extremamente centralizado do ditador e os erros por ele cometidos. Nos apontando, por exemplo, que só a falta de preparo militar do Império brasileiro e da Argentina permitiram os sucessos iniciais de Solano López, que nunca foi ― um “Napoleão do Prata” como pretendem alguns.Solano Lopez, “El Supremo”

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O autor paraguaio aponta Lopez, ― “El Supremo”, como um megalomaníaco, que perdia milhares de homens em operações sem sentido. Desconfiando de todos, não tinha sequer um corpo diplomático que poderia ajudá-lo, mas somente ―”agentes confidenciales personales”. Nunca teve um Estado Maior que discutisse a validade das operações. Contrariar Solano López era assinar a própria sentença de morte. Seu governo foi uma tirania similar a de Hitler ou Stalin, comparável com a de Pol Pot, no Cambodja, (que sacrificou seis milhões de pessoas de seu próprio povo). López, diríamos, fez pior.

Lopez desconfiado de todos e mandando torturar até familiares próximos por supostos delitos

r. Nem mesmo Pol Pot mandou açoitar a mãe, assassinar irmãos e cunhados, obrigando as esposas a assistirem o sacrifício de seus maridos torturados até a morte. Em matéria de crueldade a coroa cabe a López. Quase todos seus principais assessores foram acusados de traição, torturados e mortos. Queremos, aliás, lembrar que “El Supremo” foi também um homem terrivelmente racista em relação aos negros, os brasileiros principalmente, a quem chamava de cambas (macacos). Quem não crê, pesquise deixando de lado ideologias e” patrioterismo”. Há uma farta documentação sobre Solano López e a Guerra do Paraguai no final desta postagem. Não seja mais um palpiteiro como tantos no Face!

Uma guerra sem “mocinhos”. Crimes foram cometidos não apenas por paraguaios, mas também pelos exércitos da Trplíce Aliança

Violência generalizada

Crimes foram cometidos por todos os exércitos envolvidos no conflto: Não apenas paraguaios agiram como criminosos, mas, igualmente por brasileiros, argentinos e uruguaios.Ou seja, saques, mortes de prisioneiros, quase sempre degolados, os estupros e as pilhagens, foram praticados pelos quatro exércitos envolvidos no conflito. Os soldados brasileiros foram, nesse ponto, tão culpados dessas violências quanto os paraguaios e nossos aliados. Ninguém foi generoso. Há uma abundância de fontes históricas sobre essas barbaridades.

Estupro, prática generalizada por todos os exércitos na Guerra do Paraguai

Devemos lembrar que essas violências começaram a ser praticadas pelas tropas de López ao invadir o Mato Grosso, sem declaração de guerra, o Rio Grande do Sul e a Argentina. Saquearem, depredaram, violentaram e degolaram muita gente. Quando a maré se inverteu, os aliados invadiram o Paraguai e fizeram o mesmo, em parte como vingança. Os paraguaios, porém, ainda por cima, aprisionavam civis brasileiros e argentinos utilizados como reféns (a maioria morreu de fome e maus tratos ou doenças).

Por que morreram tantos paraguaios?

É exato que o povo paraguaio sofreu demais. Dois terços da população guarani pereceu. Muitos foram mortos pelos aliados. Mas, a maioria das mortes  foi principalmente resultado da fome, doenças, e intermináveis deslocamentos impostos por López a seu povo. Povoados inteiros eram abandonados e incendiados à medida que as tropas aliadas se aproximavam. Quem ficasse para trás, doente ou demasiadamente enfraquecido pela fome era abatido para evitar que passasse alguma informação aos aliados. A política de López, de tudo arrasar, incendiar, e matar o gado que não pudesse ser levado, provocou a morte de cerca de 100 mil mulheres e crianças paraguaias por doenças ou inanição.

Uma guerra com muitos mortos

A coragem forçada dos soldados paraguaios

Mesmo a famosa coragem do soldado paraguaio pode ser, em parte, atribuída a uma cruel estratégia do ditador: se alguém se rendesse ou desertasse, via de regra, seus pais, filhos, irmãos ou esposas eram presos e açoitados até a morte nas prisões ou nas marchas forçadas, sem teto, nem alimento. Além de péssimo armamento, os soldados paraguaiso nem sequer tinham botas, lutvam desçalços!

O exército paraguaio, lutando descalço


No final da guerra, acuado, López recrutou crianças, algumas com menos de 10 anos, velhos e até aleijados para jogá-los em uma guerra que ele já sabia perdida após a tomada de Humaitá. Teve muitas oportunidades de se render e viver na Europa com o ouro que amealhara junto com a Madama* (*Madame Linch, sua cruel amante, de origem irlandesa), mas insistiu em uma guerra sem nenhuma chance de vencer, assistindo seu povo ser exterminado.Lopez, de traidor da pátria a heroi nacional escolhido por ditadores fascistoides

No final da guerra López foi declarado traidor da pátria. Posteriormente foi reabilitado durante a ditadura de Rafael Franco em 1936. O Paraguai não tinha nenhum herói nacional. Precisaram inventar um. López foi recauchutado. Era o que tinham na mão. O ditador Franco o transformou em herói nacional e mandou enterrá-lo de novo, desta vez com todas as honras. Todos os livros de História, então adotados no país foram modificados. Depois López foi idolatrado por outro ditador cruel, Alfredo Stroessner, que governou o Paraguai de 1954 a 1989.

Alfredo Stroessner, ditador praguaio, ao lado do ditador chileno Pinochet. Stroener foi outro ditado que transformou Solano Lopez em heroi.

E a Inglaterra nisso tudo?

Que a Inglaterra levou vantagem nessa guerra, não se discute, basta ver os empréstimos a juros extorsivos concedidos ao Brasil principalmente, mas também à Argentina, somados à venda de armas e de equipamentos militares. A Inglaterra, na verdade, provocou e incentivou conflitos na América do Sul, como a Guerra do Pacífico, apoiando e armando os chilenos, ajudando-os a surripiarem todo o litoral boliviano. Mas não há evidência de que a Inglaterra tenha incentivado a Guerra do Paraguai, pois seu principal interesse era manter as rotas de navegação abertas para seu comércio no Prata. Conflitos na região poderiam atrapalhar seu rentável negócio. O Paraguai, era insignificante; não representava nem 1% do comércio britânico, era pobre e tinha uma pequena população. Mas,  manter rotas fluviais seguras e estratégicas, entrando continente sul-americano adentro era do interesse inglês. Francês também.

Brsile Argentina, aliados que às vezes se estranhavam

É exato que, às vezes, Brasil e Argentina estranhavam-se. Mas ambos os países tinham importantes pendências territoriais com o Paraguai de Solano López. O Paraguai dificultava a navegação brasileira pelo rio que lhe deu o nome, temendo que o Império do Brasil fortificasse a província de Mato Grosso, território fronteiriço com a nação guarani, só acessível, na época por via fluvial. A Argentina, por sua vez, sempre pensou em um dia anexar o Paraguai, que só se tornou república independente em 1842

Aliados, mas enm tanto…

. Ora, o Império nunca aceitaria ver o Paraguai anexado à Argentina. Por outro lado, no Uruguai, brasileiros e argentinos eram aliados. Juntos armavam os colorados na chamada Banda Oriental, enquanto os blancos, seus inimigos, se apoiavam no Paraguai. Uma situação complexa. Existiam todos os componentes prontos para uma mega encrenca, uma bomba prestes a explodir. López apenas foi lá e acendeu o pavio.

O importante são os fatos

Enfim, como autor do romance : “As desventuras de um médico na Marinha Brasileira durante a Guerra do Paraguai”, me preocupei com a veracidade dos fatos históricos, deixando de lado partidarismo, ideologias e “patrioterismo”. Por isso me apoiei em uma vasta bibliografia que inclui autores de diferentes nacionalidades e opiniões, que desejo compartilhar com os que, além de curtirem romances, querem igualmente entender mais sobre temas históricos. POr isso mesmo, antes de pesquisarem ou se basearem no ponto de vista de apenas um autor, palpiteiros do Face se abstenham!

O preço alto pago pelo Brasil imperial pela Guerra do Paraguai

O custo elevado pago pelo Brasil Imperial

Bandeira do Império Brasileiro

O Brasil Imperial depois do pós guerra nunca foi o mesmo. Os custos foram elevadíssimos. Ficmos economicamente eternos devedoes dos ingleses a quem pagávmoa juros extorsivos pelos seus empre´stimos. Sem falar

Bibliografia

Maldita Guerra‖ (Francisco Doratioto , Companhia das Letras, São Paulo, 2002) A Solidão Segundo Solano López (Carlos de Oliveira Gomes, Círculo do Livro S.A.,São Paulo 1982 “Reminiscencias Historicas Sobre La Guerra Del Paraguay” (Cel. Juan Crisostomo Centurion, Assunção, 1997)  Guerra é Nossa , (Alfredo da Mota Menezes , E Editora Contexo, São Paulo, 2012)  Cartas dos Campos de Batalha da Guerra do Paraguai (Editora Biblioteca do Exército, Rio de Janeiro, 2002) Mulheres na Guerra do Paraguai‖ (Hilda Agnes Hübner Flores, Editora Universitária da PUCRS, Porto Alegre, 2010) “Avante Soldados, para trás” (Deonísio da Silva. (Siciliano, São Paulo, 1992) “Netto perde a sua Alma”, (Tabajara Ruas (Record, Rio de Janeiro, 2001) “Cunhataí”, de Maria Filomena Lepecki (Editora Talento, Rio de Janeiro, 2003) Campañas militares argentinas (Editorial Claridade, Buenos Aires, 20050 Genocídio americano (Júlio José Chiavenato, Editora Moderna, São Paulo, 2001) História Geral da Civilização Brasiliera (Sérgio Barque de Holanda, Rio e Janeiro, 1997) “Jovita Missão Trágica no Paraguai”, de Assis Brasil (Editora Notrya Rio de Janeiro, 1992)  Guerra do Brasil‖ (Sylvio Back, Topbooks, Editora, Rio de Janeiro, 2010) Paraguai: Nossa Guerra contra esse soldado (Léon Pomer, Editora Global, São Paulo,1944) O Brasil Imperial‖ (Keila Grinberg e R Ricardo Salles, Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2009)  “Diário do Exército”, Campanha do Paraguai – 1869-1870 (Visconde de Taunay, (Editora Biblioteca do Exército, Rio de Janeiro, 2002) “Os voluntários da Pátria na Guerra do Paraguai”  (General. Paulo de Queiróz Duarte, Editora Biblioteca do Exército, Rio de Janeiro, 1881) Y Porã‖ (Glória Casañas, P&J editores, Buenos Aires, 2011)

Links
 http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1195724-historiador-afirma-queinglaterra-nao-provocou-a-guerra-do-paraguai.shtml

http://www.historiailustrada.com.br/2014/04/reliquias-fotografias-guerra-doparaguai.html?m=1 http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/12/apos-150-anos-estopim-da-guerrado-paraguai-ainda-gera-controversia.html

http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2013/12/guerra-do-paraguai-umahistoria-sem-fin.html http://lista.mercadolivre.com.br/livros/paraguai-escritores-literatura-40344541

http://www.eeh2014.anpuhrs.org.br/resources/anais/30/1405373398_ARQUIVO_Textoanpuhrs.pdf

http://www.guiademidia.com.br/jornais/america-do-sul/paraguai.htm

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