Livro: A Vaca na Estrada

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Índia: costumes, cultura

Conhecendo a Índia

Costumes e cultura da Índia: esses são aspectos que tornam qualquer viagem muito mais rica e realmente fascinante. Assim, nada melhor para isso do que se soltar, conversar com gente da terra e ser cuidadoso ao discutir determinados assuntos. Também, durante a viagem ler sobre o país que estamos visitando. Nesse ponto, a Índia foi um prato cheio desde minha primeira estada no país. Não queria, portanto, apenas visitar a Índia, mas entende-la.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – costumes, cultura

O ritual das refeições na Índia

A primeira experiência com na Índia Bernard foi um bom começo. Contatos mais interessantes aconteceram, porém, nas viagens seguintes. Ou seja, muito provavelmente por estar acompanhado de uma namorada brasileira, o que facilitava a aproximação com as famílias indianas. Fomos, assim, convidados a tomar chá na família de um de nossos novos amigos em Delhi.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – costumes, cultura

Fora dos grandes centros, em locais mais afastados, às vezes em pequenas aldeias de costumes mais tradicionais, não nos foram fornecidos talheres. Ou seja tomei o cuidado de comer à maneira indiana, com os dedos, procurando, entretanto, não tocar os alimentos com a mão esquerda. Em suma: esta é reservada para funções menos nobres, como a higiene íntima.

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Caso seja convidado: costumes e cultura da Índia

Caso seja convidado a almoçar ou jantar na casa de um indiano, o leitor não deverá se surpreender se for o único a participar da refeição, como aconteceu comigo uma vez. Também já aconteceu de apenas eu e homens da família se sentarem à mesa, permanecendo as mulheres na cozinha, algo impensável no Brasil. Mas, a Índia tem costumes que variam muito segundo a religião, a família e, inclusive as castas.
Obviamente, os costumes dependem do ambiente socio-cultural. Assim, uma família de formação ocidentalizada pode ter hábitos até parecidos com os nossos. Nesta época de globalização, isso fica, aliás, ainda mais evidente. Em outras palavras, o indiano moderno assiste à TV a cabo com canais ocidentais, usa computador, tem celular. Em suma, igualzinhos a nós brasileiros e o resto do mundo.

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Beijinhos no rosto

Os costumes, entretanto, são mais conservadores. Uma exceção é meu amigo Gandhi e sua esposa. Um casal bastante ocidentalizado, que morou em Londres.Trocam, por exemplo, beijinhos no rosto com os amigos ocidentais. Não é, porém, o costume por lá. Não chegue, portanto, trocando beijinhos com ninguém. Em certas situações, pega mal. Muitos indianos, aliás, não entendem que um beijo no rosto para nós é um cumprimento entre amigas, ou entre amigos de sexos opostos. Ou entendem, mas para eles é ousadia demais…

Postura vitoriana

Ou seja, os indianos são, para nossos padrões, bastante moralistas, vitorianos. Dessa forma, manifestações afetivas em público não são bem vistas. Tais “manifestações afetivas” são andar abraçado com a namorada ou esposa, por exemplo. Ninguém se surpreenda, porém, se cruzar com homens que caminham de mãos dadas. Eu, pessoalmente não me espanto em nada e acho que os gays pode perfeitamente andar de mãos dadas se quiserem. Não é meu problema. Os indianos, porém, andam às vezes de mãos dadas com amigos. Isso, entretanto, não implica em uma atitude menos masculina. Aliás, é andar de mão dada com uma mulher, isso sim, pode parecer uma atitude efeminada…

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Dicas de comportamento em público na Índia: costumes e cultura da Índia

Beijos em público, nem pensar. Eu olhava casais de namorados nos parques de Delhi. Pelo modo de ser vestir, eram jovens modernos da pequena burguesia. Só conversavam, se olhavam, mal se esbarravam. Lembro que um ex-presidente moralista tentou, há algumas décadas, proibir biquíni e beijos em público no Brasil. Não pegou. Seria impensável. Você namora um ano e só beija quando se casa? Nenhum test-drivezinho?

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Situações incomuns: cosumes e culturas da Índia

Apesar da quantidade de estrangeiros que viajam pela Índia, o indiano comum ainda se surpreende ou, no mínimo, encara com curiosidade situações que, para a maioria de nós, não tem nada demais. Dois amigos e uma amiga que colaboram com fotos e informações para nossas publicações viajaram juntos pela Índia. Ela contou que, ao fazer amizade com uma família indiana, no Unitd Cofee House, em Delhi, percebeu o quanto causou surpresa o fato de ela estar viajando com dois homens, nenhum dos quais era seu irmão ou marido.

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Não têm filhos?

Também não compreendiam porque nem ela nem os rapazes tinham filhos e nenhum dos três — todos na faixa dos trinta e tantos anos — era casado. Para os indianos, qualquer pessoa normal, depois de certa idade tem que ter um monte de filhos.
“Acho que exagerei” — comentou minha amiga tempos depois. “Eu não devia ter fumado nem tomado cerveja na frente deles.” De fato, embora alguns indianos possam tomar vinho, cerveja e até destilados, o álcool é ainda objeto de restrições. Isso ocorre em muitos estados da Índia. Seu consumo por mulheres pode, inclusive, ser mal visto.

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Segurança, um lado positivo na Índia

Uma coisa da qual eu gosto em Nova Delhi e em outros lugares da Índia é a sensação de segurança. Isso é agradável para quem vive em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro. Ou seja, em sua maioria, os indianos são honestos, não violentos (a não ser, eventualmente, por motivos religiosos…) e o índice de criminalidade no país é inclusive bem inferior ao nosso.

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Segurança

O assaltos à mão armada são raríssimos. Alguns furtos, podem entretanto ocorrer, principalmente nos trens, às vezes na rua, nos mercados, em aglomerações. Ou seja, o ideal é levar passaporte e dinheiro vivo, bem como cartões de crédito numa bolsa interna de cintura. Ou seja, confie em Deus, mas tranque o carro!
Lembro-me de uma vez quando visitei um marchand de arte indiano com um amigo brasileiro em Udaipur. De repente meu amigo lembrou-se de ter deixado uns US$ 3.000 sobre o criado-mudo do quarto, no lugar de enfiá-los na bolsa de cintura, como eu sempre insisto para se fazer.

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Um apuro inesquecível

Esse amigo, diga-se de passagem, sempre foi descuidado, desleixado, imprudente. E isso depois de eu ter lhe contado o apuro que passei em Madras por ter esquecido a bolsa debaixo do travesseiro, no hotel. Já falei desse episódio em outra postagem. Foi quando eu inventei o sistema infalível de, antes de dormir, amarrar a bolsade cintura na passadeira do cinto no jeans. Afinal, ninguém sai sem calça na rua…

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Não tem perigo

Enfim, meu amigo ficou apavorado com a possibilidade de o pacote desaparecer. Nosso amigo indiano, porém, o acalmou:
Não tem perigo.
Explicou que, na Índia, um humilde camareiro de hotel não teria coragem de sumir com todo o pacote inteiro de dólares. Ou seja, a pior coisa que poderia acontecer, excepcionalmente, é que o pobre faxineiro pudesse se sentir tentado a roubar uma ou duas notas de dólar,. Ou seja, esperando que o dono do dinheiro não percebesse.

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Fiquei no terraço esperando meu amigo correr afobado até o hotel, enquanto conversava com nosso marchand indiano, Enfim, meu amigo voltou com seu rico dinheirinho uns quinze minutos depois. O quarto estava arrumado. Alguém, portanto estivera ali. Assim, ele conferiu seus dólares. Nada sumira! Mas, deixar 3.000 dólares em cima de um criado-mudo é realmente marcar bobeira!

Como estive diversas vezes no país, o livro “A Vaca na Estrada”, inclui igualmente temas socio-culturais. Relatei, também, algumas experiências vividas em outras viagens pelo subcontinente indiano.
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