Europa

Salzburg

Após Viena, nosso destino seguinte foi Salzburg, (em alemão“Fortaleza de Sal”), grudadinha à fronteira alemã, a 290 km de Viena. A viagem de trem, que tomou algo em torno de 3 horas, foi bastante confortável. Novamente não conseguíamos tirar os olhos da janela. Ou seja, essa viagem para Salzburgo nos encantou tanto quanto a anterior, quando viemos de Praga para Viena. Em matéria de paisagens naturais a Áustria é um prato cheio!

Mapa de Salzburgo

De nossas poltronas olhávamos as pequenas cidades onde o trem parava. Eram pouco mais do que aldeias. Mesmo Sazlburgo, relativamente grande para os austríacos, tem menos de 150 mil habitantes. Ou seja do tamanho de uma cidade de tamanho médio no interior paulista, por exemplo. E, como muitas cidades na Áustria (e também em outros países da Europa), é cortada por um rio, no caso o rio Rio Salzach, de águas de um belo tom esverdeado. Se mesmo Viena, muito maior, e capital do país já considerávamos bastante tranquila, Salzburgo chegava a ter um ar provinciano. Nesse caso, “provinciano” no melhor sentido: calma, paz e um quadro natural bucólico, de rara beleza.

Arredores de Salzburgo

Buscando hotel em salzburgo

Em Viena pesquisamos no Boking.com para efetuar nossa reserva. Antes, porém, olhamos o mapa da cidade no Google para situar a estação onde desembarcaríamos e a distância até o centro histórico. A estação ferroviária, como pudemos ver, não ficava no centro histórico, mas a aproximadamente a uns 3 km do buchicho. Logo descobrimos um hotelzinho relativamente perto da estação, distância que poderíamos percorrer a pé com nossas mochilas, sem sequer precisar tomar táxi. Depois, sem bagagem nas costas, encarar uma caminhada pela cidade em direção ao centro histórico, seria tranquilo.

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Salzburgo, centro histórico

Flanando por Salzburgo

Aliás, caminhar por Salzburgo, com seus belos jardins e com um centro histórico repleto de lindos imóveis, considerado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, já era, para nós, um prazer. Todos os dias, aliás, quando íamos de nosso hotel para o centro histórico atravessávamos um belo jardim super bem cuidado onde tínhamos a impressão de que mesmo cada folha de um arbusto seguia um planejamento.

Jardim em Sazlburgo, junto ao centro histórico

O que mais nos chamou a atenção foi a presença universal de Mozart (Wolfang Amadeus Mozart), nascido em Salzburgo (mas que se consagrou em Viena). Exagerando um pouco, tínhamos a impressão de que Mozart tornara-se até objeto de culto na cidade. Havia Hotel Mozart, Padaria Mozart, loja Mozart… Enfim, não nos deixavam de modo algum esquecer que Mozart nasceu nessa cidade! E aí daquele que não se lembrasse disso!

Wolfang Amadeus Mozart

Makartsteg, a Ponte do Amor

Como acontece em muitas cidades do mundo, como em Paris (e mesmo no Brasil), por exemplo, Salzburgo também adotou esse costume que virou moda entre casais apaixonados: os famosos cadeados do amor colocados pelos pombinhos. (Em Paris, aliás, houve ponte onde esse costume foi proibido: o peso de milhares de cadeados estava ameaçando a ponte.. .) Assim, seguindo a moda, uma das principais pontes de Salzburgo, a Ponte Makartsteg, tem suas grades inteiramente ocupadas por “cadeados do amor”. Pela tradição as chaves devem ser jogadas no rio. Enfim, pode ser que alguns tenham conservado uma cópia secreta para si… Vai lá saber!

Hohensalzburg

Apesar do centro histórico ser um charme, não podíamos, porém, deixar de olhar, levantando os olhos, para o alto de uma colina. Ali existe uma enorme fortaleza. É a Hohensalzburg, construída no século XI, uma das maiores da Europa, cartão postal de Salzburgo. Já havíamos lido sobre essa fortaleza que, nos séculos seguintes foi reformada e também muito ampliada e reforçada com numeroso canhões, poderosos para a época.
Imaginamos imediatamente, como comprovaríamos logo mais, que do alto a vista devia ser espetacular. Tínhamos que subir lá!

Fortaleza de Hohensalzburg

Já havíamos lido que um super útil teleférico levava as pessoas até o alto da colina onde fica a fortaleza. Aliás, subir aquilo a pé seria desanimador até mesmo para um atleta. Assim, enquanto curtíamos o visual do centro histórico de Salzburgo, fomos caminhando rumo ao teleférico que levava até as imponentes muralhas, lá no alto. Que exército conseguiria, nos tempos medievais tomar uma fortaleza assim?

Teleférico da fortaleza de Hohensalzburg

O teleférico de Strabourg

Logo estávamos no teleférico. Era todo envidraçado nos permitindo acompanhar a subida. Estavam conosco oito ou nove pessoas de diferentes países. À medida que subíamos já era possível apreciar a vista. Mas, impressionante mesmo foi, ao chegarmos lá no alto, percorrer com os olhos o panorama diante de nós. Dava para ver todo o centro histórico de Sazlburgo, além do esverdeado rio Salzach. Para quem ama fotografia, como nós, foi uma oportunidade única de conseguir belas imagens desse verdadeiro belvedere no alto das muralhas.

Caminhando pelo alto das muralhas de uma ponta a outra, podíamos obter fotos tiradas dos mais diferentes ângulos, com variadas vistas da cidade, dos campos vizinhos, do rio e suas pontes. Aliás, utilizando a teleobjetiva podíamos conseguir boas imagens da bela praça aos pés da muralhas. Permanecemos ali um bom momento fotografando e curtindo o visual, antes de nos decidirmos a entrar no castelo. Houve um momento em que tive a impressão que Ketty estava em transe diante daquele espetáculo.

Fotogrando Salzburgo do alto das muralhas

Só depois visitamos o forte, enorme, protegido por velhos canhões, pátios, construções internas e salões de pedra. Enfim, não dá para se visitar Salzburgo e não conhecer esse forte. Além de ser uma das mais espetaculares fortalezas de toda a Europa, Hohensalzburg nos permite entender um pouco, de como era a vida por ali durante a Idade Média. Na época não havia teleférico. Ou seja, escalar a colina para chegar à fortaleza devia ser uma uma empreitada desanimadora. Devia, portanto, desanimar ainda mais quem tentasse toma-la, sendo atacados pelos guerreiros no alto do forte. Enfim, pelo que sabemos, a maioria dos que se alojavam no castelo devia passar a vida ali, no alto da colina, descendo muito raramente para Salzburgo, na época uma aldeia medieval.

Hohensalzburg, área interna

Passeio de barco pelo Rio Salzach

Já que estamos comentando sobre certas experiências que não dá para se perder em Salzburgo, queremos lembrar igualmente que esse passeio de barco pelo rio Salzach é uma delas. Nós já tínhamos percorrido o centro histórico, apreciando a cidade do alto. Agora, era a hora de, a partir do rio, curtir o visual do conjunto, visto de baixo para cima. Uma outra perspectiva. Quem está acostumado aos bateaux-mouches de Paris vai se surpreender um pouco, com os barcos, mais simples e, muitos deles, bem menores, utilizados no rio Salzach.

Salzburgo, rio Salzach

Como o rio Salzach não é largo como o Sena em Paris, ou o Tâmisa, em Londres, nele são utilizadas embarcações menores, mais práticas e ágeis. É um belo passeio ao som de música clássica (por acaso composta por um tal de Wolfang Amadeus Mozart …) Na volta tivemos direito a um verdadeiro balé fluvial com o piloto rindo e acompanhando a música. O final do passeio foi em grande estilo. O piloto simplesmente deu uma espécie de cavalo-de-pau náutico com o barco, junto ao cais onde desembarcaríamos. Nos perguntamos o que esse piloto andou fumando ou se era o jeitão dele… Nos entreolhamos, surpresos.

Salzburgo, rio Salzach

Outras atrações

É claro que as atrações de Salzburgo não se limitam à sua imponente fortaleza e ao passeio de barco pelo rio Salzach. No centro histórico e, mesmo em lugares mais afastados, há muito o que se ver e conhecer. Vale a pena dar uma olhada, por exemplo, em sua catedral barroca do século XVII, no mosteiro beneditino (Abadia Nonnberg), no Palácio Residenz que, como o nome indica servia de residência ao poderoso arcebispo católico que mandava de fato na cidade. No centro histórico há uma rua que não se pode perder: a Getreidegasse, repleta de lojinhas, bares e restaurantes. Foi na casa de número nove dessa rua, que viveu Mozart, hoje transformada em museu. Claro que tivemos que visitar o local. Afinal, já tínhamos sido avisados que quem visita Salzburgo e não o faz é atirado no rio Salzach…

Schloss Anif, fora do centro

Fora do centro histórico há igualmente mais atrações que podem valer uma visita. É o caso, por exemplo, de Schloss Anif, à beira de um lago artificial, ao sul da cidade. Também curioso, até por sua importância histórica, é Schloss Klessheim, um Palácio que servia de residência a Hitler. Nesse belo palácio, onde decisões históricas foram tomadas durante a guerra, funciona hoje o Cassino de Strasbourg.

Klessheim

Atrações nas proximdades de Salzburgo

Algumas atrações fora da cidade, são paisagens muito especiais, como Salzkammergut, uma linda região de lagos a pouco menos de 70 km a leste de Salzburgo. Lindona! Também valeu a pena a visita ao monte Untersberg, não longe de Salzburgo, junto fronteira com a Alemanha. Um útil teleférico nos levou até o alto. Foi outra emoção do passeio. A vista lá de cima é qualquer coisa! Em todo caso tenha em conta que se estiver chovendo e o tempo estiver fechado, não vale a pena.

História de Salzburgo

Como praticamente em toda a Áustria, Sazlburgo já era habitada desde os tempos pré-histórico. Antes da Era Cristã, tribos celtas estabeleceram-se na região, até o lugar torna-se área de influência da Roma imperial. Posteriormente, quando Roma foi tomada pelos bárbaros todo o império entrou em decadência. Foi o caso de Salzburgo, que só retomou sua importância tardiamente, no final do século XVIII e começo do XIX. Seu centro histórico é constituído principalmente por construções desse período, muitas delas reformadas e que perderam um tanto de seu estilo original.

Rua Getreidegasse no centro histórico de Salzburgo

Católicos e luteranos

Salzburgo foi igualmente muito prejudicada pela luta entre católicos e luteranos. Estes, que levaram a pior nessa briga, acabaram sendo postos para fora da cidade, tendo seus bens confiscados. Perderam até mesmo suas crianças, adotadas na marra por famílias católicas. Na miséria, sob o frio do inverno austríaco, essas famílias enfrentaram a fome e toda sorte de dificuldades, até serem acolhidos pelo imperador Frederico Guilherme I, da Prússia. Muitos, entretanto, não tiveram tanta sorte e espalharam-se por vários países da Europa, sendo que alguns, mais de cinquenta desses protestantes, foram parar do outro lado do Atlântico, no estado norte-americano da Georgia, onde puderam seguir sua fé.

Estátua de Lutero em Salzburgo

Enfim, Salzburgo passaria ainda por outros maus momentos bem mais tarde, na Segunda Guerra, quando a cidade foi anexada à Alemanha de Hitler. Um momento triste, quando milhares de judeus austríacos foram enviados para campos de concentração, onde poucos sobreviveriam. E, no final da guerra, até mesmo a liberação da cidade pelos aliados teve seu custo. Procurando destruir pontes estratégicas,a aviação aliada atingiu também parte do centro histórico de Salzburgo. Meses mais tarde os norte-americanos conseguiram ocupar a cidade, que se tornou um dos centros do comando aliado na Europa Central.

O exército alemão ocupa Salzburgo

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