Livro; O Ouro Maldito dos Incas

050 – Anno de 1540 – “O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

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“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

Fundar uma cidade cristã no sul do Peru

Tomado por uma sanha colonizadora o Gobernador decidiu dessa forma fundar mais uma cidade no sul do Peru, não muito longe do mar. Aliás, isso o distraía das intrigas que marcavam a vida na colônia.
Assim, nos dirigimos para a região do vulcão El Misti, de clima ameno e rodeado de férteis vales. Para minha surpresa, porém, não havia apenas um vulcão. Havia vários, todos eles gigantescos, com seus cumes nevados.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Arequipa hoje

Arequipa

No lugar em que viria a ser fundado um pueblo chamado Arequipa, fomos alcançados por mensageiros de Cusco. Finalmente, Yupanqui inclinava-se à paz com os espanhóis. Francisco Pizarro animou-se. Ou seja, não iria perder a oportunidade de um acordo quie certamente nos beneficiaria.
A fundação da cidade foi então, por ordem do marquês, entregue ao capitão Garcí Manuel de Carbajal. Ou seja, tivemos assim que retornar apressadamente a Cusco.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

A viungança de Pizarro

Acreditando que Manco Yupanqui estava disposto a cessar as hostilidades, Pizarro mandou-lhe, mais uma vez, emissários com presentes. Para sua surpresa, porém, Manco ficou com os presentes e mandou matar os mensageiros. Ninguém, portanto, entendeu nada. O Gobernador, ofendido, resolveu, portanto se vingar. Ordenou assim que matassem a esposa do Inca, Cura Ocllo. Ou seja, a mesma que fora violentada por seus irmãos e era desde então prisioneira dos espanhóis.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

A crueldade contra a esposa de Manco Yupanqui

Hernando e Gonzalo exigiam, aliás uma punição exemplar. Ou seja mandaram que a moça fosse amarrada num tronco e açoitada. Depois flechada até a morte por índios recrutados no litoral. Muitos homens, como eu, consideraram sua atitude uma vingança tola e cruel. Afinal, era uma pobre moça, uma infeliz que já sofrera muito nas mãos dos Pizarro.
Depois de alguns dias em Cusco, o Gobernador ouviu boatos de que um juiz enviado pela corte teria chegado ao Peru. Teria, aliás, sido enviado para julgar certos atos do clã. Assim, Pizarro logo pegou a direção de San Juan de la Frontera, de onde continuaria sua viagem para a Ciudad de Los Reyes (Nota do Autor: LIma). Fiz parte do grupo de cavaleiros que o acompanhou a Lima. Pizarro segurou em meu braço e o apertou de leve com um sorriso:
Vai encontrar finalmente suas índias e suas crianças.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

A bagagem na ribanceira

Na trilha que bordeava um penhasco junto a um rio, nossa comitiva foi surpreendida por violenta tempestade. Eu já havia contado a Pizarro sobre o acidente que vitimara Ortiz, mas meu alerta não serviu, entretanto para nada. Ou seja, no meio da tormenta, carregadores deixaram parte da bagagem despencar numa ribanceira. Um baú com cartas foi assim parar a algumas centenas de pés abaixo, sobre uma grande pedra.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

Pizarro e o condor negro

Ao olharmos para o céu, notamos um grande condor negro que pairava entre as nuvens. Seguimos seus movimentos e o vimos, segundos mais tarde, descer até perto do rio e pousar sobre o baú. Do alto, onde estávamos, ouvimos os comentários dos índios que viram a cena. Em suma, considerada um péssimo presságio para o marquês. Entendi logo por que: Pizarro vestia-se sempre de negro com uma gola de renda branca, semelhante à plumagem branca que os condores possuem em volta do pescoço.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

Era, aliás, uma comparação inevitável. Bastava prestar a atenção. Afinal, o Gobernador, de longe, parecia-se realmente com essas aves… Além de magro como um urubú, vestia-se também de negro, com uma gola branca em torno do pescoço. Ou seja, uma semelhança, que os índios muito mais observadores do que nós, perceberam muito antes dos espanhois.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

O mau agouro

Eu não acreditava, porém nas crenças dos nativos. Afinal, os íncas eram certamente supersticiosos. Mas, fiquei arrepiado quando, de súbito, me lembrei de uma certa carta guardada naquele baú. Ou seja, em meio à correspondência, uma carta alertava Pizarro sobre o risco de ser assassinado. Ele mesmo, aliás me contara.
O Velho, porém, não se impressionou com o mau agouro. Assim, mandou que alguns índios descessem para recuperar a arc. Esta, aliás, escapara por pouco de se espatifar num rochedo e tombara sobre arbustos. Depois, ordenou que prosseguíssemos nosso caminho.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

A caminho de Lima, encontrar Nitaya

Condores pousam em tudo o que cai nas ribanceiras. Deve, portanto, ter pensado que era o corpo de um animal morto, disse pouco impressionando com o incidente.
Assim, continuamos nossa viagem para Lima, eu cada vez mais ansioso para reencontar Nitaya e Nustas. Afinal já estávamos afastados fazia um bom tempo. Enfim, há um ano, desde que fora requisitado por Pizarro para acompanhálo em suas explorações nos territórios ao sul e a oeste de Cusco. Queria também ver meu filho, que estava crescendo rapidamente, e também Isabe, a filhinha de Nusta e Ortiz.

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora
Nitaya

Novo augúrio

Dias depois, quando entrávamos em Lima, tivemos outro augúrio. Ou seja, um homem tinha morrido. Assim, os sinos da igreja tocavam como em Finados. Os soldados se mostraram preocupados, mas Pizarro, mais uma vez, não deu importância. Enfim, o Gobernador apenas ergueu os olhos para a torre da igreja. Observou assim o bater dos sinos, mas não se impressionou

“O Ouro Maldito dos Incas”- Sanha colonizadora

Eu, de meu lado, estava feliz por finalmente voltar a Lima. Era assim como voltar para casa!
Desci do cavalo em frente à nossa cabana de adobe. Nitaya correu para fora e me abraçou chorosa. Não conseguia, aliás falar. Manteve-se me apertando contra ela. Meu coração disparou. Afinal, nunca antes sentira tantas saudades de uma mulher. Ao seu lado estavam Nusta e as crianças.

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Siga a continuação desta postagem: Nitaya e Ñusta

Como um analfabeto no comando de menos de duzentos homens, com pouca ou nenhuma experiência militar, conseguiu dominar um império de doze milhões de pessoas ?

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