Onde morávamos anteriormente, o supermercado e, igualmente, a feira mais próxima, ficavam a umas seis quadras de casa. Ou seja, qualquer compra, só de carro. Aliás, nem pensávamos em ir em feira-livre de rua. Assim, já embicávamos no estacionamento do supermercado, sem pensar duas vezes. Por que? Pura preguiça!
Afinal, depois das compras feitas era só colocar tudo no porta-malas e voltar para casa. Perto da feira não tinha onde estacionar. Somos ideologicamente avessos a ficar transportando coisas por mais de um quilômetro. Nossa religião não permite.
Mercados e feiras, um turismo diferente, no mundo todo
Depois de ficamos quase seis meses na América do Sul, percorrendo o continente de busão, para fazermis vídeos para nosso Canal do Youtube “Sonhos de Viagem”, em seguida a Europa e, principalmente a Ásia, começamos, cada vez mais, a frequentar mercados e feiras-livres em alguns países. A princípio por curiosidade. Queríamos igualmente ver o que tinham de bom…
Aliás, você já experimentou jack’s fruit?
Gastronomia também é turismo
A verdade é que feiras e mercados são uma tentação, até no turismo. Ou seja, gastronomia é igualmente cultura e turismo, certo? Assim, além de podermos provar especialidades locais em um mercado de rua, poderíamos, da mesma forma, fazer igualmente uma refeição completa ou saborear apetitivos. Ou seja, nos mercados sempre existem pequenos reaurantes simples, porém, de comida decente. Ou aperitivos, tipo empanadas argentinas. Acompanhadas de uma boa cerveja, as empanadas são nossas preferências no país de los hermanos.
Turista, o eterno curioso
Quem é ligadão em viagens de turismo já sabe que todo viajante de verdade é um curioso. Dessa forma, sempre queremos experimentar de tudo, principalmente no que se refere à gastronomia local.
Claro, antecipadamente confessamos que já quebramos a cara vez ou outra, como comer linguiça de porco com açúcar e amendoim, na Tailândia… Nós sempre pássavamos naquela esquina e olhávamos gulosos aquelas linguicinhas na brasa, de cara saborosa. Pareciam deliciosas! Assim, um dia matamos a curiosidade…
Outras vezes acertamos em algumas guloseimas de rua. Em suma, é só não confundir espetinhos de graúdos camarões empanados, com espetinhos de gafanhotos, igualmente empanados…Você enxerga bem? Sabe distinguir um do outro?
Frutas muito estranhas
Na compra de frutas tivemos igualmente supresas. Pepino dulce, por exemplo, que vimos numa feira no Chile, não tem absolutamente nada a ver com o pepino que conhecemos. Ou seja, é uma fruta e o sabor é totalmente diferente. O pepino dulce é utilizado igualmente em sucos. O mesmo acontece com a tal maçã tailandesa, que conhecemos por lá. É igualmente uma fruta. Não tem, entretanto, nada a ver com a maçã que conhecemos em todo lugar.
Prefira a culinária local
Mercados em países de cultura mais diferente da nossa, como os peruanos, nepaleses ou tailandeses, são curiosos, coloridos, barulhentos, porém imperdíveis. Cusco, no Peru, é um bom exemplo.
Assim, mundo a fora, você irá deparar em todo canto com mercados municipais de comida local bastante apetitosa. Era onde comíamos com outros turistas e com gente do lugar.
Finalmente, vamos lembrar, mercadões municipais não vendem apenas frutas, porém, igualmente, frios, azeitonas, queijos, pães e uma multiplicidade de produtos, além de comida. Geralmente com preços bem razoáveis. No Peru e Bolívia vendem até mesmo casacos de pele de lhama!
Nossa experiência no Chile
E, ainda mais, em países como o Chile, por exemplo, você pode se refestelar com um excelente salmão, caro no Brasil, porém um prato barato por lá. Ou seja, você deve optar, sempre que possível, pela culinária local, a de melhor relação preço-qualidade. A comida chilena, por exemplo, é deliciosa, mas a internacional que preparam por lá decepciona.
Um dia cometi a besteria de pedir um maigret de canard (peito de pato), no boêmio bairro de Bellavista, em Santiago.
Infame. Ainda mais, minúsculo como um pardal. Isso, entretanto ocorre não apenas no Chile, mas igualmente no Peru, Bolívia, Equador. Comida inernacional de qualidade você encontra em Buenos Aires…Nos demais países da América do Sul, se quiser comer um boeuf bourguignon caprichado vá para a França!
Carnes diferentes
Aliás, essa é uma dica: procure comer onde o pessoal do lugar come. Eles sabem a razão da escolha. Outra coisa, em alguns lugares você verá pratos à base de carne de cordeiro. É o caso, assim, em toda a Patagônia. Já no norte da Argentina, na Bolívia e no Peru, lhama assada é prato comum. É o boi do Altiplano. Em suma, abra seu paladar, adapte-se a nossas experiências… (Sem exagero!). Ou seja, não estamos falando em comer escorpião frito em Bangkok, porém de um saboroso filé de lhama com purê na Quebrada de Humahuaca, noroeste da Argentina.
Super mercados, mercadões municipais e feiras-livres
Vejam bem, distinguimos claramente supermercados, de “mercadões” municipais. Os mercadões existem em São Paulo e praticamente no resto do mundo. Todos têm mais ou menos o mesmo perfil de uma feira de rua, onde cada um tem sua banca. Nos mercadões cobertos há quiosques, só que mais equipados, inclusive com congelador e outros confortos. Cada quiosque pertence a um produtor independente ou a pequenos comerciantes. Igual aos feirantes.
Aliás, a maioria dos mercados municipais do mundo surgiram em alguma praça onde antes, há séculos talvez já existia uma feira. Virou tradição. Um dia resolveram cobri-la, cerca-la por paredes, racionalizar a circulação de pessoas e mercadorias.
Muito diferentes, porém de um supermercado, uma empresa com diferentes seções onde você paga as suas comprsa no caixa, ao sair.
As especialidades européias
Em toda a Europa feiras de rua em finais de semana são uma grande pedida. Você encontra queijos e frios delíciosos, frutas, pães, vinhos, croissants etc. Algumas feiras são famosas. Em Paris, a feira da rue Mouffetard, no Quartier Latin, por exemplo, é badalada. Fazer compra na velha Mouff (para os íntimos…) já é um bom programa.
Ora, comer em restaurante durante toda uma longa viagem sai caro, principalmente na Europa. Não foi, porém, apenas o fator pecuniário que nos direcionou para essas feiras. O principal motivo é que nem sempre é fácil encontrar essas especialidades em restaurantes. Assim, comprávamos o que queríamos nessas feiras de gastronomia do interior europeu, e para termos uma alimentação mais balanceada, compravamos muitas frutas.
Os mercados de rua asiáticos
Em boa parte da Ásia, há feiras e mercados de rua, instalados em pracinhas. É, assim, onde a maioria dos turistas que viajam por conta própria e com os bolsos menos recheados, acaba indo comer. Há mini-restaurantes super simples, muito limpos quase sempre, onde a comida, feita na hora, é servida em mesinhas de plástico. Sempre comíamos bem, gastando pouco. E as noites, são bem animadas, às vezes, até com espetáculos de dança.
Volta ao Brasil depois de quase um ano de “exílio”: uma mudança de hábitos
Vamos poupar amigos e seguidores que estão carecas de saber de nosso exílio pela Ásia e não repetir o relato ,na volta para o Brasil, depois de onze meses, fomos nos instalar a cem metros de um gigantesco supermercado e, igualmente, de duas feiras livres. Confesso que, saudosos de comidas e quitutes brasileiros, inicialmente íamos a feira apenas para comer pastel e beber caldo de cana… Quem nunca teve essa fraqueza, levante a mão!
Compra mesmo, porém, era apenas no supermercado. Mas, espera… se passamos quase dois anos viajando pelo mundo e frequentando feiras e mercadões, porque não fazê-lo no Brasil, ao lado de casa? Assim, começamos a comparar os preços. Mal acreditamos! Nas feiras tudo era muito mais barato, sobretudo as frutas e legumes.
A xepa
Já tínhamos a dica do chamado “horário da xepa” aquele período depois da uma da tarde, quando os feirantes começam a guardar suas mercadorias. Tem início a queima de preços. “Bacia de tomate: leva três, pague duas” E sempre nos presenteam com mais alguns frutos! Pagamos a metade do preço do supermercado!.
Sobraram mais 4 frutos. Esses estavam ligeiramente amassados, quase nada. A vendedora nem cobrou, nos deu de brinde! Cortamos em casa algum pedacinhos de tomate de cara estanha. O resto estava ótimo!. Encontramos igualmente queijos muito bons. O brie de R$ 25,00 do supermercado, com o mesmo peso custava apenas R$ 9,00! Ou seja: compare preços. Nem sempre você encontra mamatas desse tipo!
Claro que muitos produtos – cerveja, latarias etc – você só encontra em supermercados. Nesse caso paciência.
Visão de mundo
Não foi só isso que pesou. Os supermercados é o grande capitalismo. Em multinacionais como Carrrefour, (aquela onde os seguranças assassinaram um cidadão negro, onde envenenavam gatos e abatiam cachorros a pauladas… não pomos os pés!). Os feirantes, porém, são trabalhadores, pequenos empresários que encaram tarefas pesadas. Preferimos, portanto, comprar com eles!
Se for almoçar num mercado na América do Sul ou na Ásia faça um reconhecimento antes. Observe a limpeza do lugar antes de se instalar. A única má impressão que tivemos em mercadão municipal foi em La Paz. Em Sucre e outras cidades bolivianas, como Santa Cruz de la Sierra, porém, foi sempre tudo bem.
A comida não apresentava riscos, costumava ser fresca e saudável. Na Ásia, igualmente não tivemos problema, porém, sempre escolhíamos com cuidado onde comer.
As perigosas pedrinhas de gêlo
O problema, porém, são os sucos onde colocam água não corrente, pessimamente tratada ou, então, acrecentam gelo feito com a mesma água. Ou seja, um risco igual. Eu mesmo e, posteriormente, um amigo, que, igualmente, por prudência, só consumia água mineral, peguei uma virose brava devido ao gelo em Arequipa, no Peru.
Cuidados com a saúde em mercadões e feiras-livres
Em primeiro lugar: usem sempre máscara e desinfetem as mãos com álcool-gel. Não sei se somos exagerados. O Brasil, porém, graças a uma política de saúde desatrosa, é um dos países mais contaminados do mundo. Assim, aqui no Brasil lavamos tudo com gel, deixamos secando uns minutos e depois exaguamos com bastante água fresca. Não fica absolutamente nenhum gosto diferente nas frutas ou nos legumes!
Sabemos que os supermercados tem um aspecto mais “limpinho”. Na prática, porém, os pedaços de frutas cortados vendidos em super-mercados são embalados exatamente, como nas feiras. O mais seguro é, sempre desinfetar alimentos.