Livro; O Ouro Maldito dos Incas

004- Anno de 1527 – “O Ouro Maldito dos Incas” – A primeira expedição

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“O Ouro Maldito dos Incas” – A primeira expedição

Lúcio Antonio Martins Rodrigues

A primeira expedição na qual nos engajamos

A primeira expedição nos supreendeu. Enfim, não imaginávamos que fosse tão sofrida. Ou seja, perdemos homens sob as flechas dos índios, passamos fome e dificuldades de toda sorte. Dessa forma, houve de fato momentos em que lamentamos ter caído na conversa do recrutador, que conhecemos no cais e nos engajou. Em suma, alguém que não nos cansávamos, portanto, de amaldiçoar.

“O Ouro Maldito dos Incas” – A primeira expedição

As tribos que enfrentamos eram selvagens e nos recebiam a flechadas. Também não era nada fácil encontrar alimento. Assim, quando nos aventurávamos de canoa pelos rios em busca de algo para comer, corríamos o risco de morrer. Não era, em suma, o que esperávamos. Em outras palavras, só havia mato, fome e índios agressivos. Nada de cidades com calçamento de ouro.
Assim, acossados pelos nativos, não tínhamos condições de permanecer no continente, ou em ilhas junto da costa. Dessa forma, tivemos que nos abrigar na ilha do Gallo, já que ficava longe da costa. Mais segura, portanto.

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“O Ouro Maldito dos Incas” – A primeira expedição

Gorgona

A Isla del Gallo, porém, era tão pequena que ali não havia nada para comer. Assim, fomos obrigados a nos transferir para uma ilha maior, chamada Gorgona. Ou seja, com mais recursos, afastada do continente e, ainda mais, a salvo dos selvagens. ( Nota do autor: a Ilha de Gorgona fica no Oceano Pacífico, a 35 km da costa colombiana. Tem 9 km de comprimento por 2,5 km de largura). Estávamos, assim, todos esqueléticos. Muitos de nós, aliás tinham contraído doenças. Eu me imaginava voltando para a Espanha. Seria logo ao desembarcar alvo da chacota dos que nos viram partir tão esperançosos. Cadê o ouro, Pedro? E Teresa? Já estaria com outro homem?

“O Ouro Maldito dos Incas” –

Alimentávamo-nos principalmente de um palmito de gosto meio amargo, de ovos de pássaros, de algum animalzinho, de mariscos. As vezes, também de peixe, quando tínhamos sorte de apanhar um. Mal abrigados, devorados por nuvens de mosquitos, suportávamos, assim, os constantes temporais que se abatiam sobre a ilha. Os soldados, aliás, protegidos debaixo de um tosco rancho de palha, só reclamavam:
Isla de mierda!

Anno de 1527 –“O Ouro Maldito dos Incas”

Um estranho exército conquistador

Nessa primeira expedição não éramos, portanto um exército conquistador, mas um triste e pequeno bando que eu não conseguia imaginar que fosse capaz de conquistar alguma coisa, e que só se mantinha vivo à custa de muito sacrifício. Em suma, uns pobres diabos.
Um soldado foi picado por uma cobra. Elas eram, aliás, ambundates na ilha. O infeliz passou, assim, dias entre a vida e a morte, até, finalmente, se recuperar. Repetíamos, portanto, uns aos outros que nem o inferno podia ser pior. Ou seja, famintos, chegávamos a brigar por causa de uma ostra que avistávamos sobre os rochedos próximos à praia. À noite acendíamos uma fogueira, sentávamo-nos na areia e conversáva-mos. A maioria, porém, desejava voltar para o Panamá.

“O Ouro Maldito dos Incas” – A primeira expedição

Naõ tem ouro, mas tem comida…

Em Nombre de Dios pode não ter ouro, mas pelo menos tem comida, disse um dos homens. Vários soldados falavam que nem mesmo do Panamá queriam saber. A maioria sequer imaginava o que os esperava e o tipo de aventura que estava se metendo. Em suma, só pensavam, portanto, em regressar à Espanha, de onde, aliás, achavam que nunca deveriam ter saído.

Siga o relato

Como um analfabeto no comando de menos de duzentos homens, com pouca ou nenhuma experiência militar, conseguiu dominar um império de doze milhões de pessoas ?

Siga a continuação desta postagem: A expedição do piloto Bartolomeu

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