De Castro para Valdívia, no Chile, tivemos que trocar de ônibus na rodoviária de Puerto Mont. Só o trecho até Valdívia nos obrigou a encarar 3h30 de busão. Dessa forma, a viagem tornou-se demorada e só chegamos em Valdívia à noitinha.

Assim, não tínhamos reserva e acabamos nos instalando em um hostel administrado por um jovem casal a umas oito quadras do centro. Mais uma vez nosso único problema era o frio. O aquecimento nesses guests houses, quase sempre deixa a desejar.
A muito custo conseguimos um pequeno aquecedor. Sempre o mesmo papo: a eletricidade era cara, o gás era caro. Enfim, o quarto era limpo, cama confortável, com banheiro privativo e pagávamos apenas uns U$ 18, um ótimo preço no Chile, possível por ser baixa temporada.

Um mercado muito especial
A parte mais interessante de Valdívia é aquela junto ao Mercado Fluvial, no centro histórico. Esse mercado é especializado em frutos do mar e peixes. A variedade de produtos é impressionante.
Muitos frutos do mar que víamos nas bancas não existem, ou pelo menos não são comuns (além de caros!) no Brasil. Vendiam salmão defumado, ao natural, em postas, em medalhões…
Os preços eram ainda mais baratos do que os de supermercados porque era ali que acostavam os barcos pesqueiros. Infelizmente, diferente de Pucón, não tínhamos uma cozinha para preparar nada, e tivemos que procurar restaurante para comer.

Enfim, a localização do mercado, nas redondezas, no centro histórico, facilitou a instalação no local de ótimos restaurantes especializados em peixes e “mariscos” (como dizem os chilenos, para se referir a frutos do mar em geral) em torno do Mercado Fluvial. Lamentamos somente que o hostal onde estávamos tivesse sala para refeição com micro-ondas, mas não nos oferecia a possibilidade de preparar pratos como um belo salmão ao forno, como fazíamos em Pucón.

O porto de Valdívia, no Chile
Ao lado do mercado fica o porto de Valdívia, de onde partem excursões para atrações vizinhas pelos rios que desembocam na cidade. Relativamente próxima do Oceano Pacífico, Valdívia foi fundada na confluência de três rios, o Calle Calle, Cau Cau e o Valdivia. Há também ônibus para algumas atrações, não sendo necessário pegar excursão em uma agência. O Forte Niebla, por exemplo, visitamos por nossa conta.

Posteriormente, na segunda metade do século XIX, o governo chileno procurou incentivar a colonização da Patagônia e recebeu grandes números de colonos alemães, que contribuíram muito para com o desenvolvimento da região. Assim também instalaram fábricas de cervejas. Uma delas, que possui ótimo restaurante de comida alemã pode ser visitada. É a cervejaria Kunstmann, que fabrica, entre outras, a famosa torobayyo, uma cerveja especialíssima. Cervejólogos que foram a Valdívia, não deixem de experimenta-la!

Uma conquista difícil
Embora a cidade tenha sido fundada em 1552, só no final do século XVI a colonização foi realmente consolidada quando os espanhóis conseguiram, no final do século, dominar os aguerridos mapuches.
Para proteger seu território contra os mapuches, e também contra os holandês, que cobiçavam o território, os espanhóis construíram 17 fortes nos arredores da cidade. Pouco sobrou dessa época. A fortaleza mais conservada e interessante é a de Niebla com uma boa coleção de armas e uniformes espanhóis da época colonial. Pode ser visitada de ônibus. Foi o que fizemos, não pegamos excursão em agência. Dessa forma, fizemos o passeios por nossa conta, sem maior problemas.

Ficamos poucos dias em Valdívia, no Chile, já que estávamos especialmente interessados em visitar Pucón, no centro da região dos lagos chilenos. Esperávamos também escapar do clima úmido de Valdívia seguindo para a região mais perto dos Andes. Só ao chegar em Pucón nos demos conta que, em matéria de clima trocamos seis por meia dúzia…
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