E os portugueses?
Não foram apenas os portugueses que formaram a nossa nacionalidade. Foram, igualmente, os negros trazidos da África, escravizados, os índios e, também europeus de vários países. Dessa forma, o Brasil recebeu imigrantes portugueses. Ou seja famílias inteiras de vários países europeus. Assim, desembarcaram no Brasil poloneses, alemães, russos, judeus da Europa Oriental, mas sobretudo italianos. A influência cultural dos italianos foi super importante, sobretudo no sul e sudeste do país. Com efeito, devemos a estes últimos, em parte, à industrialização de São Paulo, o mais rico estado brasileiro. Mas, e os portugueses ?
Quem eram os lusos que colonizaram o Brasil?
Vamos ver. Os portugueses, com suas caravelas, avançadas na sua época, correram o mundo, enfrentaram tempestades e espalharam-se pelo planeta.
Os portugueses não apenas “descobriram” o Brasil, porém, da mesma forma, nos forneceu um idioma, uma cultura, costumes, e igualmente, a maior parte de nossos imigrantes.
Como uma pequena nação, com uma população reduzida conseguiu colonizar um país tão grande como Brasil? Uma das formas foi a miscigenação. Ou seja, as autoridades lusitanas sempre incentivaram os colonos portugueses, sob a benção da Igreja, é claro, a fornicar com escravas africanas e índias. Foi, digamos assim, a cultura do estupro, povoar o país com súditos mestiços “tementes a Deus”.
Os cristãos novos
O interessante, é que boa parte dos imigrantes portugueses no Brasil, principalmente em São Paulo, eram judeus convertidos (geralmente de boca para fora!), em suma, os chamados cristãos novos. Foi, dessa forma, a perseguição da Igreja Católica que obrigou judeus, convertidos ou não, a fugirem para o Brasil, sobretudo para São Paulo. Em fora do alcance do poder real e da Igreja. Além disso, os paulistas serem foram rebeldes e olhados com desconfiaça pelo clero e pelas autoridades reais.
Os paulistas de quatrocentos anos
Os primeiros paulistas, portanto, ou seja, os chamados “quatrocentões”(ou “paulistas de 400 anos”, a maioria hoje classe média…) tinham, em sua maior parte, sangue judeu. Os antisemitas que me perdoem. Meu sobrenome me denuncia. Esse detalhe, ter sangue de cristão novo, entretanto, não me envergonha em nada.
Mesmo sendo de família teoricamente “católica”, admiro o povo judeu, perseguidos em vários países europeus. Foramexpulsos da Espanha e, em Portugal, obrigados se refugiar no Brasil, um bom número deles em São Paulo. Sem dinheiro para importar escravos da África, escravizaram os índios.
Bandeirante, o cristão novo que conquistou um imenso território para os portugueses
Enfim, retomando o assunto, os chamados bandeirantes, expandiram o Brasil. . Porém, igualmente, escravizaram índios. Eles eram, assim, em boa parte cristãos novos. Em suma, se você é de uma família antiga de São Paulo, provavelmente tem sangue judeu. Goste ou não!
Enfim, foi graças a eles que os lusitanos foram se apossando de um imenso território, quando Portugal e Espanha formavam um só país. Quando Portugal se libertou da Espanha esse grande Brasil ficou para eles. Êita gajos espertos!
Os sobrenomes portugueses
Muitos desses imigrantes iletrados, nem sobrenomes verdadeiros tinham. Era o Manuel ou o Joaquim, nascidos em cidades como Almeida, Guimarães etc. Aí virou Manuel de Ameida, Joaquim Guimarães.
Enfim, não é exato que os judeus convertidos (cristãos novos) adotaram apenas nomes de árvores, ou bichos, como Pereira, Carneiro, por exemplo. Há igualmente nomes como Alves, Cardoso, Castro, Costa, Dias, Fonseca, Gomes, Nunes, Rodrigues etc. Alguém encontrou seu sobrenome por aqui?
A imigração lusitana para o Brasil
Portugal depois de “descobrir” o Brasil não se interessou em nenhum tipo de colonização. Era muito melhor ir para as Índias buscar especiarias e outros produtos apreciados no reino. Só quando franceses e holandeses começaram a rondar seu novo território, em buscar de pau Brasil, é que abriram os olhos e tentaram uma colonização baseada em capitanias hereditárias. Poucas deram certo, mas a colonização continuou com a cana de açucar e, posteriormente, o ouro de MInas.
O grande impulso,porém, ocorreu somente no começo do século XIX, quando os franceses invadiram Portugal e a corte teve que se mudar às pressas para o o Rio de Janeiro e o Brasil virou Reino Unido. Posteriormente, no começo do século XX, quando a fome assolou o Alentejo, ocorreu outra onda de imigração. Vieram, montaram padarias, vendinhas, trabalharam, igualmente, como pedreiros, sapateiros etc.
Portugueses, um povo admirável
Os portugueses, enfim, são admiráveis. Ou seja, poucos numerosos estiveram no Japão, na China, na Índia, no Sri Lanka (antigo Ceilão), na Indonésia, na África, em todo lugar, estabelecendo feitorias e rotas de comércio. Dessa forma, o português tornou-se a nona língua mais falada mundo. Assim, uma vez, quando estive em Macau, na China, o menu do restaurante onde fui comer tinha o menu em mandarim, inglês e português!
Portugal de hoje e a terrinha salazarista
Na Sorbonne, quando eu estudava em Paris, havia uma piadinha corrente na época: “Quais são os dois países mais adiantados da África? Resposta: Espanha e Portugal“. Realmente, sob as ditaduras de Franco, na Espanha, e de Salazar, em Portugal, apoiadas pela Igreja, os dois países eram bem atrasadinhos. A ditadura franquista terminou em 1975. Em Portugal, quando António de Oliveira Salazar morreu em 1968, foi sucedido por Marcelo Caetano, seu afilhado, outro ditador.
A Revolução dos Cravos de 25 de Abril
Em 1974, porém, os militares portugueses, finalmente, reagiram ao regime e deram um golpe de estado. E, ainda mais, foram apoiados pela esmagadora maioria da população lusitana, cansada de ditadura. Dessa forma, a população saiu em peso às ruas, festejando. Para demonstar sua soliariedade aos revoltosos, colocou cravos nos canos dos fusís e metralhadores da tropa.
Os militares lusitanos, porém, não mataram ninguém, apenas restabeleceram, a democracia no pais. Ao contrário do Brasil, onde os militares instalaram uma ditadura sangrenta, com a assessoria da CIA, que durou 21 anos! Viva Portugal! Foi bonita sua festa, pá, fiquei contente!
A volta à democracia
Com a volta à democracia, Portugal modernizou-se. Em suma, a imprensa voltou a ser livre, a educação avançou. Vários países europeus investiram pesadamente na terrinha. Afinal, um trabalhador porutguês era, principalmente na época, uma mão-de-obra barata.O país industrializou-se, cresceu, estradas foram abertas, pontes foram construídas. Portugal voltou a fazer parte da Europa.! Hoje, a capital, Lisboa, têm uma renda per capita superior à média europeia.
Piada de português
Essas piadinhas, hoje, meio de mal gosto, já fora de moda, começaram a surgir no começo do século XX, quando uma nova onda de imigrantes portugueses começou a desembarcar no Brasil. Quem era a maioria desses imigrantes? Embora portugueses em boas condições econômicas e mais cultos tivessem, igualmente, imigrado para o Brasil, a grande maioria, entretanto, era formado de gente simples, pobre, iletrada, camponeses e pastores assolados pela fome, sem muita cultura. Dessa forma, desembarcaram, aturdidos em um novo continente, com outros costumes.
Quer entender melhor esse papo de anetodas sobre nossos irmão lusos?
Pegue um grupo de brasileiros pobres do sertão, analfabetos, gente simples, e os solte em Lisboa. Que impressão iriam causar? Do mesmo modo, os portugueses de uma metrópole como Lisboa, poderiam igualmente taxa-los de “burros”. Em suma, piada de português é algo idiota. Assim, esses imigrantes incultos tornaram-se alvos de piadinhas maldosas entre os brasileiros. O mais curioso é que eram exatamente as mesmas piadas que franceses contam sobre os belgas e que cansei de escutar quando eu morava na França! As mesmas anedotas que alguns paulistanos contam sobre nordestinos.
Não é necessário, pá…
Na realidade, porém, os portugueses têm muito mais estudo do que os brasileiros, lêem mais, têm mais cultura, são mais bem educados. Um dia perguntei a um amigo português, um engenheiro, se em Portugal faziam igualmente piadas sobre brasileiros. Ele sorriu. Foi fino: “Não é necessário, pá!” Ou seja, já somos uma grande piada!
Pelo menos, no Portugal moderno de hoje, não elegem ignorantes com evidentes indícios de distúrbios mentais, como acontece em certos países. (Não vou falar, descubra, fácil!). Assim também, nenhum dirigente português, seja de direita, de centro ou de esquerda prega ditadura, tortura, ataca a imprensa e as instituições da República.
As diferenças no idioma português em Portugal e no Brasil
O fato é que há grande diferença entre o português falado no Brasil e o falado em Portugal, não somente de sotaque, porém, de vocabulário e de formação gramatical. Em suma, no que se refere à gramática, por exemplo, nós utilizamos muito o gerúndio, como fazendo, andando, etc.
Os portugueses porém, como os franceses e italianos, utilizam o passado composto. Ou seja, o Estou fazendo, usado no Brasil, é “traduzido” “por estou a fazer” (ou ” a fazeire“…). Assim também, o mouse do computador, por exemplo, chamam de “rato”.
Vocabulário diferente
O vocabulário pode ser, igualmente, bem diferente. Na primeira vez que visitei Portugal com uma amiga, fomos tomar um ônibus numa praça. Perguntamos a um senhor elegante que passava, onde fica o ponto de parada. Antes de mais nada, não é “onibus”, mas sim autocarro. Esse senhor nos indicou uma fila num ponto de ônibus. Estás a “veire” a bicha do outro lado da praça? Nos entreolhamos. Era estranho aquele senhor de boas maneiras se referir dessa forma preconceituosa aos gays. Logo, porém, caiu a ficha. Ele estava se referindo à fila de pessoas que esperam o ônibus!
Não se espante…
Também não repare se alguém disser que vai buscar seu puto na escola. Está se referindo à seu filho. Puto em linguagem lusitana, é menino! Se referirem a um cara mulherengo, não estão falando de um don Juan, mas de um efeminado. Assim, também, se quiser utilizar o toillete, fale “casa de banhos”.
E, assim também, se você liga para alguém em Portugal, ao atender, não dirão “alô”, mas “estou”…. Igualmente, se você estiver hospedado em um hotel e estiver muito calor e quiser um ventilhador, peça uma ventoinha. Ainda mais: nunca falam “meia dúzia”. Para ser melhor compreendido, diga “seis”.
Vai comprar uma cueca, moça?
Um dia, igualmente em Lisboa, fomos, comprar roupa íntima numa loja de um shpping center moderno de Lisboa. A vendedora nos perguntou se a “cueca” era para mim ou para minha amiga. Assim, ficamos sabendo que existem cuecas para homens e para mulheres…
Dessa forma, meninas, se forem a Portugal e precisarem comprar calcinha, peça uma cueca… E, se forem a um restaurante e tiver frutas na sobremesa, saiba, antes de mais nada, que existe o melão e a meloa (melão espanhol)… o pero a pera. Também não se toma trem, mas um comboio, não se pega um ônibus, mas um autocarro, Telefone celular é telemóvel. Em suma, há centenas de palavras diferentes.
Vocabulário luso-brasileiro
água lisa = água sem gás / bica = o nosso cafezinho / cacete = bisnaga ou “pãozinho” / chavena = xícara / lombo = filé mignon / fiambre = presunto /
fino = chopp / gamba = camarão / gelado = sorvete /
girafa = chopp grande / guarnecida = prato com acompanhamento de batatas
marcação = reserva / panado = bife à milanesa / peão = pedestre /
salsicha = linguiça / sandes = sanduíche / sumo = suco de fruta /
tarte = torta / tira-cápsulas = abridor de garrafas de refrigerante ou cerveja
E o sotaque?
Essa é outra diferença sobre o português falado no Brasil e o de Portugal. Em Lisboa, no Porto, Évora ou em outros lugares, é tranquilo. No interiorzão, entretanto, nos Trás-os-Montes e Alto Douro, por exemplo, é bem mais complicado. Como já convivi muito com argentinos, de Buenos Aires principalmente, também “italianizado”, como o português falado em São Paulo, acho muito mais fácil o espanhol deles do que o de algumas regiões rurais de Portugal. Enfim, um português que viaja pelo Brasil vai entender mais facilmente o paulista do que alguém do sertão.
O som de algumas letras pode ser diferente
Assim, o “L” em Portugal, no final de palavras, é um som intermediário entre o “L” e o “R”. Lembra na verdade o “L” do final dsa palavras em francês. O nosso “L” brasileiro tem som de “U”. Falamos Brasiu, da mesma forma que o a letra “O”, no final das frases, tudo vira “U”: colégiu, amigu, etc. Parece brincadeira, porém, se você fala francês compreende mellhor o português da terrinha!
Letreiros e placas rodoviárias
O que me chamou muito a atenção quando rodei por Portugal foram certas placas e indicações. Em Évora, no Alentejo, por exemplo, as ruas tinham nomes que me pareceram bem engraçados, totalmente incomuns se comparadas às brasileiras. Assim, foi fotografando muitas delas.
As placas rodoviária com nomes de cidades, parecem ainda mais estranhíssimas para os brasileiros que viajam de automóvel por Portugal. Prepare-se: em diferentes momentos, se você rodar pelo território luso, irá deparar com elas. São, entretanto, nomes de localidades. Assim, dessa forma, algumas delas soam como palavrão no Brasil. Outras são simplesmente engraçadas como as Maçãs da D. Maria.
Portugal tem muitas particularidades. Assim, o prato tradicional português, a bacalhoada, tem seu principal componente, o bacalhau, trazido da distante Noruega. Há, porém, uma razão para isso. Os portugueses exportavam sal para os noruegueses e, dessa forma, na volta, chegavam com os barcos carregados desse peixe delicioso. Não estou, porém, afirmando que os portugueses viram bacalhau pela primeira vez na Noruega. Ou seja, quero destacar que os lusitanos já subiam o litoral europeu até as as frias água da costa setentrional do continente para pesca-lo. Mas, provavelmente foi o comércio com os nórdicos e a fartura do produto que incluiu o bacalhau entre os pratos típicos lusitanos.
Portanto, se você viajar de carro em Portugal, verá que, em cada lugar, os restaurantes têm uma receita diferente. E, ainda mais, deliciosas!
Não pense, porém, que os portugueses só comem bacalhau. Eles têm receitas de diversos pratos, uma melhor do que a outra.
Os portugueses criaram igualmente deliciosos doces de ovos, bons demais!
E os vinhos?
Além disso, os portugueses produzem alguns vinhos excelentes, entre eles o famoso vinho do Porto produzido no Douro. Viajando de carro por lá você verá os vinhedos nas encostas do rio, lá embaixo. Para degusta-los, porém, o melhor é ir para Vila Nova de Gaia, em frente à Cidade do Porto, do outro lado do rio Douro.
Entre os vinhos de outras regiões, eu daria nota dez para o excelente, Pera Manca, simplesmente sublime, obra prima do gênio português. Diga-s de passagem, porém, bem caro. No dia a dia, entretando, os portugueses bebem vinhos bem mais acesíveis, porém muito bons.
O agito noturno dos portugueses
As grandes cidades em Portugal, como Lisboa, Porto e Coimbra, por exemplo, têm uma têm uma vida noturna animada. Dessa forma, sobretudo nos finais de semana, restaurantes, casas noturnas, danceterias, barzinhos e restaurantes estão lotados. Em Lisboa o agito acontece no Bairro Alto, e, igualmente, no antigo porto, junto do Tejo, com um visual privilegiado. Em Coimbra a vida noturna é animada por estudantes de sua famosa universidade. Na Cidade do Porto há muitos barzinhos, casas de fado e restaurantes no centro histórico e no Cais da Ribeira, em frente à Vlla Nova de Gaia. O mais agradável para os portugueses, é que suas cidades são bastante seguras. Ou seja, pode haver um batedor de carteira num metrô, assaltos, porém, são raros.
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