Livro: A Vaca na Estrada

032 De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é livro-MODELO-KATMANDU-32-jpg.jpg

Um giro pela cidade: Katmandu de bicicleta

Estávamos impacientes para dar nosso primeiro giro pela cidade. Poderíamos fazê-lo a pé, mas preferimos visitar Katmandu de bicicleta. Logo tomamos uma ducha, trocamos as túnicas empoeiradas e saímos para aproveitar as últimas horas de luz.
Já havíamos lido em nosso guia boas dicas sobre a vantagem de se alugar bicicleta. Não apenas em Katmandu, aliás, mas mesmo nas suas proximidades. Ou seja, para apreciar igualmente as vistas panorâmicas do Vale de Katmandu. É, aliás, o que todo mundo faz.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

Assim, sem pensar duas vezes, alugamos duas biciletas na esquina da Freak’s Street com a New Road para percorrer Katmandu. Logo partimos pedalando rumo à Durbar Square É onde ficam os templos. Durbar Square significa “praça do palácio” e corresponde ao centro histórico das cidades. Aliás, em todas cidades nepalesas há Durbar Square. Essas grandes praças sempre repleta de belos templos é igualmente uma orientação para nos localizamos na cidade.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

Durbar Square de Katmandu e arredores

Durbar Square é sempre a praça central nas cidades nepalesas maiores. É assim em Katmandu, mas igualmente en Patan e Bhaktapur, outras cidades reais do Vale de Katmandu.
Do outro lado da avenida, erguia-se um edifício branco com colunas em estilo neoclássico, totalmente destoante da arquitetura local. O imponente imóvel foi, durante muito tempo, moradia do residente e “conselheiro” britânico em Katmandu. No Nepal, a influência inglesa foi pequena. Afinal, os britânicos nunca realmente ocuparam militarmente o país. Só acompanhavam os acontecimentos, observavam. Aliás, a residência do mandatário inglês dá fundos para o antigo palácio real. De lá ficavam, portanto, de olho…

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

A praça do mercado

Entre a Freak’s Street em Katmandu e o Durbar Square fica uma grande praça. Ali funcionava um ativo mercado de rua onde vendiam um pouco de tudo. A praça era assim um enorme palco, um festival. Quem não tivesse nada para fazer podia sentar-se no banco junto à uma antiga fonte e, comodamente, apreciar o moviment. Dessa forma assistir ao show gratuito do circo ali instalado. Os “artistas”, porém, eram pessoas fantasiadas, sadhus, hippies, junkies (viciados em drogas duras) esqueléticos, aventureiros, peregrinos de Kumari ou encantadores de serpentes. Havia, ainda mais, apresentadores de macacos ensinados, vendedores e turistas perseguidos por mendigos insistentes.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

Kumari, a Deusa Viva

Na outra ponta da praça, ficava a residência da Kumari, a “Deusa Viva”, uma menina que é escolhida nos primeiros anos de vida para ser deusa e perde o “emprego” ao atingir a puberdade. Então é substituída e volta a viver com os pais para sempre. Ou seja, em razão da superstição de que casar-se com uma ex-Kumari dá azar nem sempre elas acha mmaridos. Eu soube, porém que, mesmo assim, uma ou outra conseguiu se casar. Os maridos? Ao que parece, vão muito bem, obrigado.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

O antigo Palácio Real de Katmandu e seus grandes templos

Seguimos pela New Road até a Durbar Square, onde deparamos com um espetacular conjunto de templos. Mesmo que já tivéssemos viajado por inúmeros países, nem Bernard, nem eu, víramos, até então, algo assim. Alguns eram em estilo sikhara, outros em estilo pagode, (depois conhecido como “pagode chinês”). Em sua maioria foram construídos entre os séculos XIV e XVIII, sob a dinastia Malla.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

Logo à direita do templo principal podia-se ver um templo menor, mas igualmente importante, dedicado a Shiva e sua esposa Parvati. As imagens de ambos, esculpidas em madeira, apareciam na janela, como se vigiassem o lugar, de olho em todo mundo… Perto fica o antigo palácio real e vários outros templos. Bem do lado, em frente a uma enorme estátua colorida da deusa Kali, a Sangrenta, animais eram sacrificados numa meleira de sangue e poeira.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estra” – Katmandu de bicicleta

Para entender os templos nepaleses e sua arquitetura

Ao percorrer Katmandu de bicicleta pela primeira vez, notei três tipos de templos. Dois estilos de templos são hindus e mais numerosos. Ou seja, trata-se de templos em estilo sikhara e o pagode. A arquitetura de cada um é, entretanto, completamente diferente, com um estilo marcante e próprio. A sucessão de telhados só existe nos templos em estilo pagode.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta
O estilo pagode

O pagode “chinês”

Os templos em estiilo pagode surgiram primeiro no Nepal, obra de um arquiteto chamado Arnico, que foi convidado pelo imperador chinês para erguer obras semelhantes na China. O estilo, com pequenas modificações, acabou sendo conhecido no Ocidente como “pagode chinês”. Esse tipo de templo, o pagode, é, entretanto, o que mais caracteriza a aquitetura nepalesa.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é NEPAL-TEMPLO-SIKHARA-1.jpg
De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicletaO estilo sikhara

O templos de arquitetura sikhara

O estilo sikhara, totalmente diferente, tem similares igualmente na Índia e lembra de longe – muito de longe – o gótico, principalmente por ser tão cheio de detalhes.Na ralidade não lembra em nada as igrfejas góticas francesas e italianas. É todo de pedra, não tem telhados como os pagodes. Existem em todo lugar no Nepal, porém, os mais interessantes são os de Bhaktapur e Patan, no Vale de Katmandu.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta
O estilo stupa

As stupas

Os templos budistas são completamente diferentes dos hinduistas. O mais tradicional é o em estilo stupa, com uma cúpula branca. Sobre ela há por um enorme quadrado, no qual estão pintados os olhos de Buda, voltados para os quatro pontos cardeais. Os dois melhores exemplos em Katmandu são o templo de Bodhna e, nos arredores, em Swayambhunath, o Templo dos Macacos.

Comer nos mercados em Katmandu

Depois de meses na estrada deixáramos a frescura para lá e nos habituáramos a comer em mercados. Assim, um dia, famintos, já que almoçáramos apenas biscoitos, compramos iogurtes servidos em pratinhos de barro. Uma lasca de cerâmica fornecida pelo vencedor servia de colher. Raspamos a camada superior, que nos pareceu um tanto empoeirada, e devoramos o conteúdo.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é NEPAL-KATMANDU-CURD-MONTAGEM.jpg
De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicletacurd

Depois estendemos os potinhos ao nepalês, que nos apontou um local repleto de cacos. Não entendemos, entretanto, o que queria dizer. Assim ele, delicadamente, retirou os potes de nossas mãos. Mostrou-nos o cacos em seguida e os quebrou. Era dessa forma que procediam: os potinhos eram descartáveis e, por serem de barro, totalmente ecológicos!

A dificuldade no abastecimento de água

Em vários dos velhos imóveis de Katmandu não havia sequer encanamento. Assim, o líquido era levado em mais de uma viagem, pelas mulheres, em toneis de plástico de uma fonte próxima até cada habitação. Às vezes um apartamento ficava no quinto andar. Em suma, essas mulheres tinham que enfrentar uma escadaria brava. Buscar água era, portanto, uma atividade para qualquer hora do dia e sempre a cuidado das mulheres.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é NEPAL-ÁGUA.jpg
De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta
Sem ter água encanada, muias famílias têm que buscar água nas fontes

A vista do terraço

O terracinho do hotel dava para o fundo do prédio, um pátio interno que pertencia a vários edifícios, Isso é, aliás, comum em Katmandu. Do alto tínhamos, assim, uma vista excelente do dia a dia do povo local. No pátio, as mulheres lavavam roupas, socavam cereais em pilões de madeira e também criavam animais. Era ali, igualmente, que as crianças brincavam, apesar da enorme sujeira. Assim de nosos terraço víamos com as pessoas viviam.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é NEPAL-NEPALESES-NA-MODERNIDADE.jpg
De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta

A contradição, porém, era vê-las enchendo seus vasilhames e, ao mesmo tempo conversando com amigas no celular. A Idade Média ao lado do século XXI!. Explica-se: saneamento básico é um investimento governamental caro. Celular cada vez mais barato, cada um compra o seu. Da mesma for, quando tinham eletricidade, quase todos itnham igualmente seu note-bool ou computador.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é água-fonte-CELULAR-ok.jpg
De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Katmandu de bicicleta
Buscando água na fonte

BLOGS DE TURISMO SOBRE O NEPAL
Relato de viagem, de Paris ao Nepal Viagem para Katmandu, no Nepal
* Compras em Katmandu, Nepal

VÍDEOS DE TURISMO SOBRE O NEPAL
Passeios pelo Vale de Katmandu Pokhara, no Nepal, aos pés do Himalaia
Bhaktapur, a Idade Média Nepalesa
Patan, cidade medieval no Vale de Katmandu

***

* Katmandu no cinema e nos livros *  Chegando ao Nepal * A cidade e suas tribos
* Katmandu de bicicleta Nepal na História * Os confrades mochileiros
* O terraço dos filósofos * Os meninos de rua de Katmandu Hinduísmo, sadhus e Budismo
* Vivendo e aprendendo * Mudança de Vida * Perambulando pelo Vale de Katmandu
* De bicicleta pelos arrozais * Novos lugares, novas amizades * A descida do rio Narayani
* Pokhara * O caminho de volta * Um ano fora de casa perambulando pela Ásia 

DICAS DE VIAGEM: O que você precisa pensar antes de viajar

Blogs

*  Viajar sozinho ou acompanhado? Que línguas você fala?
Lidar com dinheiro em viagem
*  Qual a melhor época do ano para se viajar 
*   Mulheres viajando sozinhas: dá para encarar? 
Viajar de carro pelo mundo
Viajar avião: as dicas 
* Como planejar e organizar sua viagem

Vídeos

 * Como escolher o destino que combina com você? 
* A bagagem certa para cada viagem
* Quanto tempo você dispõe para sua viagem ?
Como viajar barato pelo mundo?
Melhores aplicativos de viagem
A importância de uma nécessaire de utilitários
Dicas de livros para ler durante uma pandemia ou fora dela

Está querendo viajar? Então, que tal ir pensando onde se hospedar nos lugares que pretende visitar? Escolha e reserve seu hotel

Nossa filosofia de viagem

Todos nossos vídeos têm o turismo como tema. Assim também, temas correlatos, como “gastronomia em viagem” ou “vinhos em viagem” que igualmente se enquadram no tópico turismo. Nossos vídeos refletem nossa filosofia de viagem e de vida. Portanto, quando viajamos, não queremos apenas visitar atrações turísticas ou curtir belas paisagens. Afinal, isso é parte importante da viagem, sem sombra de dúvida. Curtimos, porém, conhecer a cultura, costumes, a gastronomia do país, sua arquitetura, sua produção artística e sua religião.

Veja nosso Índice Geral de Matérias e VídeosVocê vai viajar…

Frase rotativa em diversos idiomas no aeroporto de Estocolmo:
“Sou um cidadão do mundo, minha pátria é em todo lugar”

Posts Relacionados

015 De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – As civilizações do Vale do Indo

Sonhos de Viagem

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Rajastão 1

Sonhos de Viagem

020 De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – Amritzar

Sonhos de Viagem
0
Would love your thoughts, please comment.x
()
x