Quando a ilha abriu, pensamos ficar mais um mês em Koh Samed antes de voltar a Bangkok procurar um voo para Paris. Loh, o proprietário, porém, vendo a ilha reaberta quis subir o preço do aluguel para 20 mil baths. Ou seja, queria uns cinco mil baths a mais. Hoje, percebo que teria valido a pena ter ficado mais tempo na ilha. Acreditávamos, entretanto, que em Bangkok conseguiríamos logo uma passagem para o Paris. Logo, sem chegarmos a um acordo com Loh sobre o valor da locação, resolvemos seguir para Bangkok.
Bangkok nos surpreende
Nos surpreendemos, entretanto, com Bangkok. Havia poucos turistas e quase todo comércio estava fechado. Assim, mesmo numa sexta á noite, a maioria dos bares e restaurantes permaneciam fechados ou com uns pouco frequentadores. Em suma, a festa acabara por ali.
Logo percebemos que, com quase tudo fechado, inclusive agências de turismo e viagem, não driaa para visitar muita coisa em Bangkok. Assim, os vídeos que fizemos para nosso canal Youtube “Sonhos de Viagem” limitaram-se mais á região de Khaosan Road. As excursões de barco pelo rio Chao Praia igualmente não estavam funcionando. Em suma: ninguém estava fazendo turismo em Bangkok.
De volta ao Khaosan Art
Dessa forma, mais uma vez, voltamos para o mesmo hotel em Khaosan Road, quase ás moscas. Assim, quando pedimos, puderam nos dar de novo o mesmo quarto onde sempre ficávamos. Ou seja, nos sentíamos em casa ali.
Estávamos igualmente ansiosos a reencontrar nossa bagagem, guardada há seis meses nesse hotel. Mal reconhecemos nossas mochilas. Não faltava nada, porém, estava tudo lá. Havíamos, assim, passado quase seis meses na ilha com uns dois shorts e três camisetas cada um!
Dificuldade em achar passagem
Quando saímos para ver passagens, descobrimos que quase todas agências de turismo estavam fechadas. Tentamos igualmente na internet, sem muito sucesso. Vimos algumas propostas interessantes, porém desapareciam um minuto depois. Nossa agente de viagem em São Paulo igualmente não tinha nada a nos propor. Ainda mais, voos regulares eram raros.
Para piorar, nos informaram que os voos vindos da Ásia aterrizavam em Charles De Gaulle. Nós, porém, para pegar nossa conexão teríamos que embarcar em outro aeroporto, o velho Orly, na periferia sul da Paris. Ora, falava-se que a entrada de brasileiros em território europeu permanecia restrita. Como passar a imigração e ir para outro aeroporto? A agência de viagens, não tinha, informações. Pesquisando no Google, porém, vimos uma notícia segundo a qual brasileiros poderiam, no máximo, ficar na área internacional do Charles de Gaulle, em trânsito.
A dificuldade em obter informações
Visando confirmar a informação, escrevemos para o consulado francês de Bangkok e para os do Brasil na Tailândia e em Paris. É inacreditável, mas não nos ajudaram nem mesmo com uma informação simples: brasileiros podem ou não entrar na Europa, precisam de visto ? Ou seja: não respondiam ou mandavam uma resposta automática que não tinha a informação que necessitávamos. Assim, insistimos com nossa agente de viagens para que ela nos achasse um voo partindo de Charles De Gaulle. A solução foi fazer o trecho da Europa para o Brasil via Londres, aproveitando uma parceria entre a Iberia e a British. Assim não precisaríamos mudar de aeroporto.
Batendo em todas as portas
Tudo nos parecia altamente confuso. Resolvemos, portanto bater em todas as portas. Assim, escrevemos igualmente ao aeroporto Charles De Gaule para obter mais detalhes sobre a imigração. Foram simpáticos, responderam quase de imediato. Era possível passar a imigração sim, retirar as malas e embarcá-las em Orly.
Esse tempo em Bangkok e a epopeia que foi nossa volta ao Brasil foram alguns dos momentos mais estressantes dessa viagem longa viagem.
Saindo da geladeira e entrando no forno
O Khaosan Art, embora confortável, era um hotel e não tínhamos, portanto, cozinha.
Nos arrependemos um pouco de não ter ficado mais tempo na ilha. Antes de mais nada, em Bangkok não tínhamos praia, a cidade era mais abafada do que as ilhas, onde sempre havia uma brisa. Aliás, o ar condicionado no quarto, era difícil de ser regulado. Parecia sempre gelado. Assim, quando saímos á varanda nos sentíamos entrando em um forno. Isso atacou pesado minha rinite. Quando ia dormir eu tinha enorme dificuldade em respirar. Pensei até em operar em Bangkok mesmo. Só não me decidi porque tinha medo que algo desse errado justamente num momento em que procurávamos um voo para a Europa.
Mudando de hotel
Circulando pelo mercado onde íamos todo dia comprar algo para comer, deparamos um hotel simples, com cara boa, porém, e mais barato. Inspecionamos o quarto. Um pouco maior, entretanto, sem varanda. Ou seja, servia. Resolvemos ficar ali. Tinha ar condicionado, mas a meu pedido, desligaram e trouxeram dois possantes ventiladores. Passei a tomar igualmente um anti-inflamatório, que funcionou razoavelmente e comecei a respirar melhor.
Comida de mercado
Enfim, quase em frente ao hotel vendiam arroz em saquinhos plásticos e espetinhos de frango ou de carne de porco. Trazíamos, portanto, comida pronta para comer no hotel. E, afinal, a comida nos restaurantes vizinhos era bem em conta, se ficássemos na culinária thai ou se comêssemos ás vezes num Mac Donalds da vida. Só fugíamos desse menu quando comíamos uma pizza no restaurante do Khaosan Art. dicas de comidas estranhas em Bangkok,
Adaptando a alimentação
Muitos imaginam que a culinária thai é semelhante á japonesa ou á chinesa. Ledo engano. Eles tem grande variedade de pratos, verduras deliciosas, nas ilhas muito frutos do mar, muito camarão. Por outro lado, produtos comuns no Brasil não existem por lá, principalmente na ilha, ou só podem ser encontrados em grandes mercado de Bangkok.
Comprávamos quase sempre na rede japonesa de lojas de conveniência Seven Eleven. Infelizmente, porém, era impossível achar azeite ou queijos nessa lojinhas. Na verdade, só vendiam um tipo de cheddar fatiado para fazer sanduíche. Queijo ralado era igualmente uma raridade.
Surpresas da gastronomia tailandesa
Tivemos também algumas surpresas ao fazer compras em mercados. Encontramos, por exemplo, ovos estranhos já salgados (não nos pergunte, nunca descobrimos como colocar sal dentro de um ovo depois de botado!). As gemas eram estranhas, mais escuras. Levamos de volta ao mercado, pensando que estivesse estragadas. Não estavam. Era assim mesmo…
Alguns tipos de ovos tinham já um patinho sendo gorado…. Uma especiaria! Nunca tivemos coragem de compra-los.
Escorpião e aranha assada
Em alguns lugares vendiam na rua aranhas e escorpiões grelhados. Uma farra, para turistas curiosos. Ketty disse que tentaria experimentar. Chegou na hora, fez pose para foto, mas não teve coragem sequer de encostar na boca…
As “empanadas” tailandesas
O único pão que encontrávamos, na ilha era um tipo insonso tipo pulman. O macarrão mais comum era o de arroz. Diferente, porém, não era ruim. Carne de boi era rara e dura. Por outro lado, a carne moída de porco, com pouca gordura, era excelente. Usávamos para fazer molho á bolonhesa. Ou seja, fomos substituindo produtos, adaptando nossa alimentação. Um dia no mercado, Ketty me puxou pelo braço, apontando uma banca de salgadinhos: ” Empanadas!”. Arregalei os olhos. Um dos pasteizinhos vendidos ali lembrava a empanada argentina. Compramos uma para experimentar. Era de frango. Com açúcar…
Apesar dessas surpresas, pelo menos fizemos bons vídeos para nosso canal Youtube “Sonhos de Viagem” nesse mercado.
Espera tediosa
Não havia muito a fazer ou visitar porque quase todas as atrações estavam, como já mencionei, fechadas ao público. A TV, já devo ter comentado, era apenas em thai e raramente a ligávamos.
Por sorte descobrimos um sebo com livros em inglês e alguns em outros idiomas, francês, principalmente. O programa era, portanto, ler, conversar e principalmente dormir.
E esperar. Esperar para saber se os vistos seriam novamente estendidos ou se teríamos que ir na imigração e pagar uma pesada taxa por nova renovação, esperar pela emissão de vauchers, esperar, esperar. Se alguém me pergunta o que fizemos em nosso último mês em Bangkok, responderei: esperaramos…
Vouchers que não chegam
Pertencíamos um grupo na internet, chamado “Brasileiros na Tailândia“. Era onde, conversando com outros brasileiros na mesma situação que nós, conseguíamos alguma informação. Os vistos serão renovados? Quando o aeroporto de Bangkok vai se abrir de fato? Ninguém sabia nada, estavam todos tensos com tantas incertezas. Outra coisa que nos preocupava é que os vouchers de Paris para Londres e da Inglaterra para o Brasil não chegavam. Se os vistos não fossem renovados automaticamente, precisávamos comprovar no serviço de imigração que tínhamos passagens para deixar o país. Quando entrávamos em contato com nossa agente de turismo a resposta era sempre a mesma: “Amanhã mando“. Mas, os dias se passavam e nada. Isso só aumentava nossa preocupação. Enfim, um dia abri minha caixa de e-mails e descobrimos que finalmente foram emitidos. Ufa! Isso mudou até nosso humor, que andava amargo.
O teste obrigatório
Como se não bastasse, descobrimos que, para entrar no avião em Bangkok já teríamos que conseguir um atestado atestando que não estávamos infectados. Bem caros. No Brasil custa muito menos. Conseguimos um hospital universitário com preços um pouco menos salgados: U$ 250 por pessoa. Tivemos, porém, que fazer três longas e caras corridas de Uber: para marcar data do exame, para fazer o teste e buscar o resultado no dia seguinte. Muitos brasileiros não tinham dinheiro nem para comer! Como pagar esse exame caro?
Embarcando
Finalmente, chegou o dia do embarque. Nosso vôo era as três e meia da madrugada, deixamos o hotel rumo ao aeroporto por volta das onze. Não podíamos perder esse voo por nada. Há onze meses que esperávamos por esse momento. Sim, porque houve momentos em Bangkok, que não sabíamos mais se um dia voltaríamos pra casa.
Tínhamos dúvida se teríamos que pegar uma multa por estarmos embarcando quatro dias depois do fim da validade do visto. Quinhentos baths por dia (uns U$ 17 dólares cada um). Uma amiga do grupo Brasileiros na Tailândia embarcara um dia antes e tivera que pagar o valor correspondente a 4 dias de multa. Nós demos muita sorte: horas antes o rei anistiou os estrangeiros de partida para seus países. Com isso economizamos 175 dólares.
Rumo a Paris
Para embarcar nos pediram o teste negativo fornecido pelo hospital. Nós os tínhamos á mão. Ou seja, embarcamos sem problema. A escala em Dubai foi tranquila. Uma hora e meia depois pegávamos a conexão para Paris. O avião estava meio vazio e pudemos nos esticar sobre três poltronas e dormir. E estávamos indo para Paris, já bem mais perto do Brasil. Mal acreditávamos.
Minha dúvida, porém, era sobre a imigração francesa. Havia ainda restrições á entrada de brasileiros? Afinal, para retirar nossa bagagem tínhamos que passar a imigração. Foi, entretanto super tranquilo.” Bonjour monsieur!” “Bonjour!“. Aparentemente, portanto, a França não estava fechada ao turismo, como escutamos falar em Bangkok.
O único problema, porém, é que havíamos desembarcado logo depois do almoço e teríamos que esperar até o final da tarde para fazer o chek-inn na British. Por sorte tínhamos nossos livros.
Londres, traslado cansativo
A viagem, apesar da longa espera em Paris, foi tranquila. No balcão da British no Charles De Gaulle nos informaram, quando perguntei, que o traslado seria tranquilo e no mesmo terminal.
Ao descer do avião não achamos um só funcionário da British para nos passar informações sobre o número da gate de embarque para o Brasil. Seguimos as indicações. Quem estava desembarcando em Londres pegou uma direção. Nós pegamos a indicação para trânsito.
Depois de algum trabalho para localizar nossa gate, prosseguimos apressados por corredores vazios até uma seção do serviço de segurança onde a bagagem de mão de todo mundo era checada.
Os perrengues da segurança
Tivemos primeiro que passar pela segurança. Implicaram com tudo, inclusive com uns medicamentos que Ketty tinha consigo. Achamos um absurdo tanto rigor porque todo mundo que chegava ali iria cair fora da Inglaterra, como nós, em vinte minutos ou meia hora e já confinados na área de embarque. Enfim, por causa da segurança quase perdemos o avião. Era um aparelho já não muito novo, um 747, completamente lotado, com poltronas apertadas. Tinha uma tripulação pequena. No lugar de uma refeição de verdade, nos ofereceram um lanche embrulhado em plástico. Ou seja, tive uma péssima impressão desse voo pela British Airways.
Chegando
Só foram, enfim, generosos nos vinhos. Assim, aproveitamos. A última vez que bebemos vinho foi em Paris em novembro do ano anterior. Eram garrafinhas, mas bebi no avião pelo menos três rouges.
Estávamos exaustos. Afinal, foi uma viagem de dois dias, tendo que tomar quatro aviões. Só despertamos quando já sobrevoávamos a costa brasileira. Olhamos pela janela, mal acreditamos que, enfim, estávamos de volta!
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