Livro: A Vaca na Estrada

043 De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

A aventura do rafting

A descida do rio Narayani. Embora eu seja meio preguiçoso quando se trata de encarar grandes caminhadas montanha acima, um bom rafting era, porém, algo que eu não queria perder. Kim, entretanto, não gostava desse tipo de aventura, tinha medo. Propôs, portanto, que eu fosse encontra-la em Pokhara, outro point dos mochileiros a um dia de viagem a oeste de Katmandu. Assim, nos despedimos depois de um café da manhã bem matinal. Ela seguiu para a precária estação de ônibus de Katmandu. Eu subi para o quarto e dormi mais um pouco. Queria, aliás, estar descansado. Afinal, no dia seguinte iria enfrentar as águas geladas do rio Narayani.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

As mais belas paisagens do Nepal

Descendo pelo rio Narayani em direção à Índia sabia, porém, que iria passar por algumas das mais belas paisagens do Nepal. Ou seja, valia a pena.
Aliás, descer o Narayani dava à experiência um sabor de aventura, pois esse era um rafting de dificuldade média. Ou seja, protegidos com coletes salva-vidas e capacetes, o que tinhamos que fazer em alguns trechos era, em suma, remar. Era preciso fazê-lo vigorosamente, em um grupo comandado por um guia sherpa. As águas, entretanto, estavam bastante frias.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

Pernoite junto do rio Narayani

No inverno, quando o nível das águas está mais baixo, surgem enormes praias fluviais. Perfeitas, pontanto, para serem utilizadas como local de pernoite. Uma equipe de nepaleses, de jipe, assegurava assim, a infraestrutura necessária. Esse pessoal montava igualmente o acampamento nos pontos em que a estrada de Katmandu a Pokhara passa próxima ao rio.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

Ou seja, quando desembarcávamos na praia, molhados e com frio, as barracas já tinham sido armadas e um chá quente nos esperava. O acampamento era também o lugar certo para confraternizações, papos, troca de dicas, falar de nossas viagens e poder relaxar à beira do rio.
No dia seguinte reuniam todos ali, davam instruções, verificavam se alguém estava sem colete salva-vidas. Em seguida embarcávamos.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

O Nepal visto do rio Narayan

Uma pequena pausa para falar do chá no Nepal e na Índia: é forte, em alguns casos fervido diretamente no leite.Às vezes com gengibre, e muito bom. Por que eu, brasileiro, pouco acostumado com chá, praticamente não tomava café, nem mesmo pela manhã? Modismo? Por estar no Oriente e “fazer gênero”? Não. Por um motivo simples: o café no Nepal, cultivado principalmente na Índia e terras baixas não era lá grande coisa. Além disso, não sabiam, aliás, prepará-lo direito. Era uma água amarronzada. Melhor, então tomar chá, muito bom no Nepal e Índia.


De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani
Águas calma, perfeitas para se fotografar

Trechos calmos

Um dos lados bons do rafting era não apenas enfrentar corredeiras bravias, quando tínhamos que remar depressa e tomar cuidado com certas pedras no meio do rio. Ou seja, gostávamos também de deslisar devagar pelo rio nos trechos de águas calmas. Dessa forma, podíamos assim, curtir e fotograr suas margens e as montanhas nevadas do Himalaia, ao longe.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

Curtindo paisagens

Antes do anoitecer, era servido um jantar simples – nada de strogonoff de frango nem escargots…! Mas não tinha importância, tudo o que eu queria era curtir as paisagens absolutamente deslumbrantes dos contrafortes do Himalaia. Infelizmente, porém, nem sempre, quando navegávamos por águas agitadas, podíamos fotografar. Em suma, nos momentos mais tranquilos, pude, dentro do bote, me dar ao luxo de tirar algumas fotos muito boas.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

Com a aproximação das corredeiras, porém, as câmeras eram enfiadas rapidamente dentro de sacos plásticos hemeticamente fechados.
Nos dois lados do rio viam-se pequenas aldeias literalmente penduradas nas montanhas. É quase incrível que seus moradores subam até lá com provisões nas costas.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

Teleféricos primitivos

Em certos trechos existem pontes suspensas que nada ficam a dever às que aparecem em filmes do Indiana Jones. Em outros lugares os habitantes utilizam “teleféricos” primitivos. Mais exatamente, na verdade simples e temerários caixotes de madeira presos em uma roldana. Esta corre por um cabo de aço puxado a mão pela pessoa em seu interior.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

A descida do rio Narayani: dias inesquecíveis

Esses três dias de rafting foram inesquecíveis. Era o primeiro rafting que eu fazia. Estávamos em plena lua cheia. Jantávamos, assim, na praia fluvial junto a uma fogueira na areia, onde conversávamos. O grupo era formado por gente de diferentes países, europeus, canadenses, duas japonesas. Apesar das diferenças de língua, os papos conseguiam ser animados.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é lua-cheia-azul-ok.jpg
De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

Chitwan National Park

No final do terceiro dia, o jipe nos levou ao Chitwan National Park. O parque é um santuário de vida selvagem onde prometeram que veríamos tigres, além dos rinocerontes. Em nosso safári diurno sobre elefantes, não vimos, entretanto, nenhum. Só os rinocerontes, um aqui, outro ali. Depois descobrimos que para avistar tigres tínhamos que pagar mais caro e fazer um safári noturno. Assim, só avistamos um desses grandes felinos.

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

O truque para atrair um tigre era amarrar um cabrito numa árvore. Os tigres, como os rinocerontes, respeitam os elefantes e não representavam risco para os turistas, montados sobre os paquidermes. É só, enfim, não escorregar do lombo de um deles… De qualquer modo, aliás, era raro durante o dia avistarmos esses grandes felinos. Numa das vezes em que avistávamos um, o bicho sequer se movia. Ficava apenas nos observando de longe com certa indiferença. Turistas de novo…

Rinocerontes nervosos

Em passeios de piroga nas águas calmas do rio que corta a reserva do Chitwan National Park, avistávamos crocodilos. Antes de fazermos o primeiro passeio a pé, o guia reuniu o grupo e deu orientações sobre como se comportar em caso de um ataque de rinoceronte. Se isso acontecesse, a primeira coisa seria achar uma árvore e escalá-la o mais rápido possível. Caso não houvesse uma árvore, uma outra solução era, igualmente, arrancar uma peça de roupa, jogá-la no chão para o rinoceronte chifrá-la. Ou seja ganhando um tempo para continuar correndo. Depois tirar outra peça

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

O guia contou que incidentes assim eram, entretanto, bastante raros. Nos relatou, porém, que uma inglesa perseguida por um rionoceronte, uma vez ingressou no acampamento a toda velocidade, apenas de calcinha. Enfim, achei demais. Francamente, não acreditei muito em sua história. Afinal, não sabia se era verdade ou piada para divertir turista!

De Paris a Katmandu de carro – “A Vaca na Estrada” – A descida do rio Narayani

*****

BLOGS DE TURISMO SOBRE O NEPAL
Relato de viagem, de Paris ao Nepal Viagem para Katmandu, no Nepal
* Compras em Katmandu, Nepal

VÍDEOS DE TURISMO SOBRE O NEPAL
Passeios pelo Vale de Katmandu Pokhara, no Nepal, aos pés do Himalaia
Bhaktapur, a Idade Média Nepalesa
Patan, cidade medieval no Vale de Katmandu

*****

* Katmandu no cinema e nos livros *  Chegando ao Nepal * A cidade e suas tribos
* Katmandu de bicicleta Nepal na História * Os confrades mochileiros
* O terraço dos filósofos * Os meninos de rua de Katmandu Hinduísmo, sadhus e Budismo
* Vivendo e aprendendo * Mudança de Vida * Perambulando pelo Vale de Katmandu
* De bicicleta pelos arrozais * Novos lugares, novas amizades * A descida do rio Narayani
* Pokhara * O caminho de volta * Um ano fora de casa perambulando pela Ásia 

DICAS DE VIAGEM: O que você precisa pensar antes de viajar

Blogs

*  Viajar sozinho ou acompanhado? Que línguas você fala?
Lidar com dinheiro em viagem
*  Qual a melhor época do ano para se viajar 
*   Mulheres viajando sozinhas: dá para encarar? 
Viajar de carro pelo mundo
Viajar avião: as dicas 
* Como planejar e organizar sua viagem

Vídeos

 * Como escolher o destino que combina com você? 
* A bagagem certa para cada viagem
* Quanto tempo você dispõe para sua viagem ?
Como viajar barato pelo mundo?
Melhores aplicativos de viagem
A importância de uma nécessaire de utilitários
Dicas de livros para ler durante uma pandemia ou fora dela

Está querendo viajar? Então, que tal ir pensando onde se hospedar nos lugares que pretende visitar? Escolha e reserve seu hotel

Nossa filosofia de viagem

Todos nossos vídeos têm o turismo como tema. Assim também, temas correlatos, como “gastronomia em viagem” ou “vinhos em viagem” que igualmente se enquadram no tópico turismo. Nossos vídeos refletem nossa filosofia de viagem e de vida. Portanto, quando viajamos, não queremos apenas visitar atrações turísticas ou curtir belas paisagens. Afinal, isso é parte importante da viagem, sem sombra de dúvida. Curtimos, porém, conhecer a cultura, costumes, a gastronomia do país, sua arquitetura, sua produção artística e sua religião.

Veja nosso Índice Geral de Matérias e VídeosVocê vai viajar…

Frase rotativa em diversos idiomas no aeroporto de Estocolmo:
“Sou um cidadão do mundo, minha pátria é em todo lugar”

Posts Relacionados

Cidade do Porto

Sonhos de Viagem

019 – Anno de 1532 – “O Ouro Maldito dos Incas” – San Miguel de Tangarará

Sonhos de Viagem

Países baratos e incríveis: Peru

Sonhos de Viagem
0
Would love your thoughts, please comment.x
()
x